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Feminino: França "sem contas" a pensar nos quartos de final

França perto dos quartos de final
França perto dos quartos de finalČTK / imago sportfotodienst / Markus Ulmer
A seleção francesa defronta os Países Baixos este domingo, num último jogo da fase de grupos decisivo para a qualificação para os quartos de final. Se não perderem no domingo, terminarão no topo do Grupo B. Normalmente, isso seria uma boa notícia — desta vez, nem tanto.

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“Não estamos a fazer contas em relação a estar de um lado do quadro ou do outro”, avisava já na quarta-feira à noite Laurent Bonadei, poucos minutos após a vitória por 4-1 das Bleues frente ao País de Gales. Com duas vitórias em dois jogos da fase de grupos, a França está numa posição muito favorável para garantir a passagem aos quartos de final do Euro 2025, com grandes hipóteses de terminar em primeiro lugar no grupo.

Mas o primeiro lugar pode significar também uma potencial meia-final contra as campeãs do mundo, a Espanha, que têm dominado a competição: três vitórias em três jogos, 14 golos marcados e apenas três sofridos... “Nos grupos C e D há cinco equipas no top 10 do ranking FIFA, e do outro lado está a Espanha”, analisava Bonadei, tentando relativizar a situação.

Uma série de vitórias para continuar

A França precisa apenas de um empate para se qualificar como líder do Grupo D, e mesmo uma derrota por uma diferença máxima de dois golos seria suficiente para garantir o segundo lugar — e assim evitar a Espanha até uma eventual final. Mas as Bleues querem mais. “Vamos jogar contra os Países Baixos para ganhar. Estamos numa série de 10 vitórias consecutivas, e é uma dinâmica que também temos de saber manter”, insistia Laurent Bonadei.

O momento das seleções
O momento das seleçõesFlashscore

Um discurso que já faz parte do espírito das jogadoras. No dia seguinte, Oriane Jean-François repetia: “Em cada jogo, o objetivo é ganhar. Quando fazemos uma palestra, é o primeiro slide, é o que está escrito em grande, é o primeiro objetivo. Portanto, nunca há cálculos, estamos aqui para ganhar todos os jogos". A eliminação, no entanto, ainda é possível se perderem por mais de três golos - um cenário que não acontece numa competição internacional desde o Euro-2009, frente à Alemanha (5-1).

Uma dinâmica a manter

Este terceiro jogo competitivo é bem recebido por uma seleção francesa muito embalada neste Europeu na Suíça, depois de ter vencido com uma grande rotação frente ao País de Gales. “Vai ajudar-nos a preparar os quartos de final, que sabemos que serão jogos a eliminar”, analisava Clara Mateo após o encontro. “Levamos este terceiro jogo muito a sério e isso permite manter uma boa dinâmica.”

Na conferência de imprensa da véspera do jogo, Sandie Toletti, que será a capitã no domingo na ausência de Griedge Mbock, acrescenta: “Desde que o Laurent (Bonadei) assumiu a equipa, mudámos muito em termos de exigência. Cada jogo, independentemente de quem joga, toda a gente joga o seu futebol, mantém-se fiel a si própria. Isso é importante para a dinâmica da equipa. Também mudámos muito no plano mental".

Laurent Bonadei, por sua vez, receia que uma eventual derrota frente à seleção campeã da Europa em 2017 possa ser “um grão de areia” na engrenagem perfeita da equipa francesa. “A pressão pode paralisar-nos e fazer-nos sair do nosso jogo”, teme o selecionador. “Sabemos o que temos de fazer, confiamos no nosso jogo e nas nossas qualidades”, tranquiliza Sandie Toletti. “O pior inimigo para nós, somos nós próprios. Temos de continuar focadas em nós mesmas".

Uma semana de descanso em jogo

Uma vitória frente aos Países Baixos daria às Bleues, além do primeiro lugar, a oportunidade de disputar os quartos de final no próximo sábado — ou seja, quase uma semana depois do último jogo da fase de grupos. Um período de recuperação muito longo, inédito para a França desde o início da competição. Uma boa notícia, portanto, para as defesas Griedge Mbock, lesionada na perna direita, e Maëlle Lakrar, com um problema na coxa esquerda, que estiveram presentes no treino deste sábado com o grupo, mas ainda em fase de recuperação.

Frente às Oranje, este domingo, a França deverá continuar sem poder contar com ambas, e tudo indica que as jovens Alice Sombath e Thiniba Samoura, ambas com 21 anos, sejam novamente titulares na defesa, apesar das dificuldades nos primeiros 30 minutos frente ao País de Gales. Mas será sobretudo o trio atacante habitual — Delphine Cascarino, Sandy Baltimore e Marie-Antoinette Katoto — que terá a responsabilidade de marcar os golos que poderão oferecer às Bleues uma valiosa semana de descanso.