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Portugal é, desde há muito, uma presa fácil para a seleção checa. Oito vitórias consecutivas até 2015 (das quais as checas marcaram pelo menos três golos em cinco jogos) falam por si. A última vez, porém, foi em fevereiro deste ano, quando os adversários venceram por 3-1 num encontro de preparação. "Mas nessa altura preferi outras coisas que não o resultado. Experimentei táticas diferentes com jogadoras que não estão tão ocupados na seleção...", diz o treinador da equipa, Karel Rada.

Mesmo assim, é óbvio que o adversário apanhou o vento certo. "Lembro-me de uma altura em que os vencíamos. Mas esse era um Portugal diferente. Agora que conseguiram qualificar-se para os Campeonatos da Europa e do Mundo, ganharam mais experiência do que nós. E isso fê-los progredir", observa a capitã da equipa, Petra Berthold.
O selecionador também vê a evolução que os rivais registaram nos últimos anos. "Vamos enfrentar um adversário difícil. O que temos tido oportunidade de ver nos últimos jogos é um tipo de jogadoras de grande qualidade. Movimentam-se num bloco a partir do qual são capazes de avançar com um ritmo e uma qualidade tremendos. É exatamente este o rumo que o futebol feminino está a tomar. Mas estamos determinados a dar o nosso melhor nestes dois jogos", afirmou.
As portuguesas estão a aproximar-se das equipas de elite da Europa. "Ainda não estão no topo, mas continuo a vê-las como favoritas. Conhecemos o seu estilo, que é semelhante ao espanhol", assinala o treinador, que recorda o recente confronto com as atuais campeãs do mundo nas eliminatórias para o Euro, em que as checas venceram de forma sensacional por 2-1 em Chomutov, em julho.
Rada, vice-campeão europeu em 1996 e participante em dois campeonatos continentais, tornou-se o maior especialista em futebol feminino da República Checa. Afinal, há 15 anos que se dedica a este desporto, oito dos quais com a seleção principal. Já jogou dois Euros com a equipa de sub-17 e agora quer seguir em frente. "A progressão é algo que eu quero", confessa.
Deixou sem resposta a questão de saber se sente pressão da federação para ter sucesso. "É mais por termos de o fazer ou por podermos? Nós queremos", sorriu. Para muitas jogadoras, esta é a sua última oportunidade de participar num grande palco. "Dada a minha idade, o fim está a aproximar-se inexoravelmente. Seria um sonho tornado realidade não só para mim, mas para todos os que estão envolvidos no futebol feminino da República Checa. É uma grande motivação", sublinha Berthold.