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Francisco Neto: "Grande lição a tirar é que precisamos de melhorar a abordagem no último terço"

Francisco Neto, selecionador nacional
Francisco Neto, selecionador nacionalAndré Sanano / FPF
A análise do selecionador português, Francisco Neto, ao empate de Portugal na receção à República Checa, na 1.ª mão do último play-off de acesso ao Campeonato da Europa de 2025.

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Como estava a equipa perante este dia histórico? "Antes do jogo, as jogadoras estavam completamente normais, até normais demais. Pensei que poderiam estar mais empolgadas ou ansiosas, mas não foi o caso. O dia decorreu de forma muito natural. Estamos a falar de atletas que já vivenciaram momentos importantes em outros palcos. Foi, sem dúvida, um dia especial. Uma coisa é certa: esta equipa reage muito bem perante o apoio dos portugueses e esteve sempre tranquila".

Análise do jogo: "Estratégica e taticamente, cumprimos o que estava delineado. Queríamos pressionar alto, ganhar bolas no meio campo adversário e desgastar a equipa adversária com posse de bola. Isso foi evidente. Fomos dominadoras, mas o que precisamos melhorar é a abordagem no último terço do campo. Podíamos ter tido mais critério nas decisões. Ficámos satisfeitos com o domínio e com a forma como recuperámos muitas bolas, o que é um indicador de controlo do jogo. No entanto, é necessário ser mais audaz e eficaz na concretização".

Estratégia para o próximo jogo: "As alterações táticas realizadas neste jogo foram pensadas para o contexto do momento, não necessariamente com o próximo jogo em mente. Sentimos, principalmente nos momentos em que perdíamos a posse de bola, que o jogo se tornava partido e perigoso. Por vezes, fruto da fadiga, tivemos de refrescar a equipa para manter a intensidade. Isso foi feito com o objetivo de controlar melhor este jogo e não pensando já no próximo".

Preparação e análise: "Durante a preparação, analisámos bem os diferentes cenários que a República Checa poderia apresentar. Sabíamos quais caminhos elas poderiam explorar e ajustámos a estratégia. A grande lição a tirar daqui é que precisamos de melhorar a abordagem no último terço, ter mais critério e eficácia. Tivemos várias ocasiões claras, mas, a este nível, é fundamental aproveitar melhor essas oportunidades".

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Recorde de público (40.189 adeptos presentes no Dragão): "Quero, em nome da equipa, agradecer ao presidente Fernando Gomes e à estrutura da FPF por acreditarem em nós e proporcionarem estas oportunidades. O que têm feito é notável e esta ousadia está consolidada, porque perceberam que os portugueses estão connosco. Também agradeço ao FC Porto e à sua direção pela forma como nos receberam e ajudaram a potencializar este jogo. Este recorde é um marco importante".

Confiança para o segundo jogo: "Não há dois jogos iguais. Não podemos presumir que será uma réplica do primeiro. Acredito que a abordagem da República Checa será diferente, e, embora a nossa intenção permaneça a mesma, o padrão e o ambiente serão outros. Temos de levar connosco a nossa identidade e a competitividade que nos caracteriza. Vamos preparar as jogadoras para estarem prontas para os diferentes cenários".

Aspetos táticos: "Optámos por usar um 4-4-2 em losango para resolver algumas situações específicas, sobretudo nos pontapés de baliza. Acredito que correu muito bem e foi eficaz nesses momentos".

Mais a repetir ou a mudar? "A nível estratégico, passaremos agora para a fase de recuperação e análise detalhada. Vamos preparar as jogadoras para responderem aos vários cenários possíveis. Acredito que a República Checa poderá ser mais audaz no segundo jogo, o que nos poderá oferecer mais espaços. A nossa tarefa será identificar esses espaços e aproveitá-los ao máximo".