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Francisco Neto: "Queremos que a resiliência e forma de trabalhar do Diogo Jota sejam exemplo"

Francisco Neto falou aos jornalistas
Francisco Neto falou aos jornalistasFPF
O selecionador nacional de Portugal fez a antevisão ao jogo com a Itália, da segunda jornada do Grupo B do Euro-2025. Reconheceu o impacto da morte de Diogo Jota e André Silva no grupo e pediu mais agressividade após a derrota com Espanha.

Dificuldades ofensivas e defensivas: “É impossível ganhar jogos sem marcar e é impossível ser competitivo a sofrer tanto. É algo que temos trabalhado e temos de crescer na organização ofensiva e defensiva. Acho que defensivamente é mais preocupante, em termos ofensivos estamos a criar oportunidades, mesmo contra as melhores equipas doo mundo. Temos de ser mais sólidos, capazes de fechar espaços aos adversários, não temos sido capazes, mas temos trabalhado muito e espero que amanhã apareça a melhor versão para voltar a ser o que sempre fomos: uma equipa sólida e difícil de vencer”.

Ana Borges: “O currículo da Ana Borges demonstra isso, a forma como ela nos ajudou na segunda parte com a Espanha, tem uma experiência enorme, consegue jogar numa linha de 3, por fora numa linha de 4, a ala, a lateral-direita ou esquerda. Somos uns felizardos por a ter. Espero que amanhã ela e todas as outras estejam com o mesmo espírito.

Espírito do grupo: “Não se ultrapassa uma tragédia daquelas num dia ou dois dias. Ainda continuam a sair notícias, perdurará sempre na nossa memória, a ferida ainda está aberta. A nós ainda nos custa e estaremos sempre com eles no pensamento nos próximos tempos. Vamos tentar que seja uma força e tentar pegar na resiliência e forma de trabalhar do Diogo para que nos sirva de exemplo”.

Itália: “Tem alternado muito a estrutura com que joga, apesar de ter muitas vezes os mesmos princípios. É uma equipa que privilegia muito um jogo interior através das avançadas que tentam tabelar com as médias e estimular o jogo exterior. Muito agressivas, jogadoras muito evoluídas, colocam muita gente nos momentos de finalização, sólida a defender. Tem alguns espaços que podemos esperar, não vou dizer aqui para que ele não entenda o que estou a ver do jogo delas. Precisamos da melhor versão de Portugal, a melhor versão individual de todas as jogadoras, e é essa a ambição que trazemos. O grupo quer fazer as coisas bem e orgulhar os portugueses”.

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Ajustes defensivos com Espanha: “Precisávamos de aumentar os níveis de agressividade. Temos de perceber que a Espanha alterou e facilitou-nos defensivamente, a entrada da Athenea que não joga em espaços interiores, permitiu à nossa lateral controlar uma jogadora, à Ana Seiça ser mais agressiva. É um jogo de xadrez. Amanhã vai ser um padrão de jogo completamente diferente. A Itália não tem problemas na bola mais longa quando é pressionada mais alto, a Espanha não. Vão ser problemas diferentes. Temos de ser mais intensos, agressivos, capazes de antecipar as bolas, melhorar os timings a chegar à bola, isso é algo inegociável”.

Agressividade: “Muitas vezes conseguimos igualar os números e não o timing e isso permite que equipas fortes, como a Espanha, conseguem criar problemas apesar da igualdade numérica. Temos de aumentar a capacidade de chegar com o timing certo e os números certos para retirar espaço e tempo”.

Mudanças: “É normal que haja, tem havido sempre. Estrategicamente também é importante, pouco tempo de recuperação, muita fadiga acumulada porque passámos muito tempo a defender. É normal que haja”.

150 jogos: “Trocava por outra exibição. É um orgulho estar há 11 anos à frente desta seleção, é sempre especial, mas naquele dia era o menos. Trocava os 150 jogos por ter o Diogo Jota e o André connosco, trocava por outras coisas mais importantes. Fica para um dia mais tarde, quando me reformar, contar esta bonita história que tenho vivido com estas jogadoras que têm feito de mim treinador”.