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Portugal e República Checa à beira do Euro-2025: Figuras de destaque das duas equipas

Portugal luta por apuramento para o Euro-2025
Portugal luta por apuramento para o Euro-2025FPF, Flashscore
Portugal joga as últimas cartadas rumo ao Euro-2025, através de um play-off decisivo frente à República Checa, com o primeiro jogo a ser disputado no Estádio do Dragão. Entre os vários nomes à disposição de Francisco Neto, o Flashscore destaca cinco jogadoras que têm deixado marca na caminhada recente da equipa das quinas, assim como os maiores pilares da seleção checa, que procura fazer história.

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Ana Borges é a jogadora mais internacional
Ana Borges é a jogadora mais internacionalFPF

Ana Borges (177 internacionalizações e 11 golos)

De Vinhó para o Mundo! A menina "muito reservada e envergonhada" tornou-se a mais internacional de sempre ao serviço da Seleção Nacional feminina, num percurso pautado pela excelência, desde o dia em que decidiu sair da sua terra Natal para ir em busca do seu sonho além-fronteiras, tendo sido uma das primeiras portuguesas a ter impacto no estrangeiro.

A atleta hoje no Sporting faz parte do núcleo duro do selecionador Francisco Neto desde que este assumiu os destinos da equipa das quinas há mais de uma década, sendo um membro agregador dentro e fora das quatro linhas, pelo seu exemplo de dedicação e liderança de quinas ao peito.

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Além de todas as características acima mencionadas, Ana Borges oferece uma panóplia de soluções ao selecionador nacional ao poder ser utilizada como extrema, como lateral ou até como central, numa esquema de cinco defesas já apresentado por Francisco Neto.

Carole Costa ao lado de Mónica Jorge e José Couceiro
Carole Costa ao lado de Mónica Jorge e José CouceiroFPF

Carole Costa (171 internacionalizações e 23 golos)

Na linhagem de Ana Borges, temos Carole Costa, outro exemplo de enorme dedicação à causa nacional. A central é outro nome indiscutível nas opções do selecionador português, sendo apenas superada no número de internacionalizações pela jogadora do Sporting.

Além da sua importância inquestionável do ponto de vista defensivo, quase como uma torre de comando no eixo central da Seleção Nacional, a defesa do Benfica, onde conquistou a grande maioria dos 14 títulos que conta no palmarés, tem também uma grande aptidão para fazer a diferença no outro lado do campo... e os números comprovam-no.

Carole é a 4.ª melhor marcadora da história de Portugal, com 23 golos, os mesmos de Diana Silva, apenas atrás de Carolina Mendes (24), Carla Couto (29) e Edite Fernandes (39).

Kika Nazareth é um talento da nova geração
Kika Nazareth é um talento da nova geraçãoFPF

Kika Nazareth (40 internacionalizações e 8 golos)

É um dos talentos mais entusiasmantes do futebol mundial. Kika Nazareth despontou no Benfica e "obrigou" o todo-poderoso Barcelona, clube onde militam algumas das melhores jogadoras do planeta, entre as quais a dupla Bola de Ouro Aitana Bonmatí, a bater a sua cláusula de rescisão de 500 mil euros, tornando-a na jogadora mais cara da história do futebol português.

"Tem um grande futuro pela frente aqui no Barcelona", disse, recentemente Pere Romeu, treinador do emblema blaugrana, e as recentes prestações na Catalunha mostram que a criativa portuguesa estava preparada para o exigente desafio.

Ainda não é um nome indiscutível no onze de Francisco Neto na Seleção Nacional, mas sempre que joga acrescenta valor, até porque é uma jogadora muito diferenciada na forma como apresenta o seu futebol. Não há grandes dúvidas de que é já um exemplo para as gerações mais novas.

Tatiana é uma das mais experientes em contexto internacional
Tatiana é uma das mais experientes em contexto internacionalFPF

Tatiana Pinto (117 internacionalizações e 7 golos)

Aos 30 anos, a médio natural de Águeda conta no currículo com uma bagagem tremenda em contexto internacional. Ainda de tenra idade, Tatiana passou pelo futebol alemão e inglês, antes de regressar a Portugal para sustentar o seu nome como presente e futuro da Seleção Nacional. Seguiram-se novos desafios além-fronteiras, entre Inglaterra e Espanha, assumindo-se como peça-chave no meio-campo da equipa das quinas. 

"Aquilo que temos vindo a fazer é dar o nosso melhor por Portugal e os recordes que temos batido são um resultado da qualidade, de todo o investimento da federação e dos clubes, e de todas as pessoas que estão envolvidas no futebol feminino", assumiu na antecâmara do play-off decisivo frente à República Checa, em conferência de Imprensa.

O futebol rendilhado, a visão de jogo acima da média e a experiência em jogos de grande exigência são alguns dos principais trunfos da camisola 11.

Diana Silva é uma das referências ofensivas da Seleção
Diana Silva é uma das referências ofensivas da SeleçãoFPF

Diana Silva (108 internacionalizações e 23 golos)

Neste percurso imaculado da Seleção Nacional até ao play-off decisivo de apuramento para o Euro-2025, com sete vitórias e um empate, em que foi ainda possível estabelecer um recorde de jogos (10) sem qualquer derrota, Diana Silva assumiu-se como a melhor marcadora da equipa das quinas, com quatro golos, dois deles no último jogo diante o Azerbaijão (4-0).

Apesar de a temporada não estar a ser propriamente feliz no que diz respeito a golos no Sporting, clube que representa desde 2016, ao anotar apenas o primeiro golo ao 13.º jogo da época, a avançada tem dado boa resposta na Seleção.

"Estou a concretizar agora, mas já me sinto bem há algum tempo. Quando jogo mais vezes na frente, é normal que tenha mais oportunidades para fazer golos. Espero continuar a fazê-lo nestes jogos, mas o objetivo é ganhar. Não penso muito nos meus próprios números; só quero ajudar a Seleção", defendeu a avançada do Sporting, em conferência de Imprensa.

República Checa

As jogadoras checas procuram um êxito histórico. Nunca se qualificaram para o Europeu e enfrentam agora um duplo confronto com Portugal por um lugar no torneio final. Oito das atuais figuras têm uma experiência significativa no estrangeiro, mas quais os maiores pilares da equipa comandada por Karel Rada?

Barbora Votíková (28 internacionalizações)

A ex-jogadora do Paris Saint-Germain e do Tottenham tem sido um pilar de longa data da seleção checa entre os postes. Durante a fase de qualificação, alternou com Olivia Lukášová na baliza, mas a jogadora da AS Roma está a fazer tratamento a uma rotura dos ligamentos cruzados, pelo que Votíková retomou a posição de número um. Na primeira ronda dos play-offs, sofreu apenas um golo em oito remates, em 180 minutos, da equipa bielorrussa.

Apesar de voltar a vestir a camisola do Slavia, os seus compromissos no estrangeiro tornaram-na numa das jogadoras de futebol checas mais respeitadas. Há dois anos, ajudou o PSG a chegar às meias-finais da Liga dos Campeões. No entanto, uma lesão grave no joelho, semelhante à que aflige agora Lukášová, travou uma carreira promissora . A lesão deixou-a de fora de Paris durante quase toda a época. É muito mais famosa na Internet do que no campo de futebol. Com 494.000 subscritores, o seu canal no YouTube é um dos 50 mais vistos na República Checa.

Andrea Staskova (38 internacionalizações, 14 golos)

Duas vezes vencedora do prémio de Futebolista do Ano da República Checa (2021-2022) e uma das jogadoras mais experientes da equipa a nível internacional. De Znojmo, passou pelos grandes clubes da Europa. A primeira vez que chamou a atenção foi quando se tornou a melhor marcadora da liga, com apenas 19 anos. Marcou 32 golos em 20 jogos e levou o Sparta ao título, sendo responsável por um quarto dos golos da equipa. A Juventus veio logo atrás e a checa sagrou-se campeã italiana nas três temporadas com o clube.

No seu último ano em Itália, levou a equipa aos quartos de final da Liga dos Campeões com seis golos e três assistências em 12 jogos. Outras passagens pelo Atlético de Madrid e pelo Milan não foram tão bem-sucedidas. Mas na Turquia, para onde se mudou no verão, tem tido um sucesso invulgar até agora. Já marcou cinco golos pelo Galatasaray na Liga dos Campeões e fez três golos na sua estreia no campeonato. 

Kamila Dubcova (35 internacionalizações, 13 golos)

Também jogou no AC Milan, tal como a sua irmã gémea, Michaela. As duas jogaram juntas no Slavia e em Itália no Sassuolo. Enquanto Michaela regressou a casa após um ano, Kamila ficou. Atualmente, está em St. Pölten, na Áustria.

Lá, marcou nove golos em 19 jogos, o que lhe valeu um lugar quase permanente na equipa titular. Com a camisola da equipa austríaca, participou na Liga dos Campeões, tendo defrontado por duas vezes o Barcelona nas últimas três semanas. Fez a sua estreia na seleção checa com 18 anos.

Kateřina Svitková (36 internacionalizações, 20 golos)

O pilar de longa data da equipa checa tem tido inúmeras experiências na liga inglesa. Quatro vezes eleita Futebolista do Ano no seu país, regressou à República Checa para jogar no Slavia, na época passada, depois de passagens pelo Chelsea e pelo West Ham. O contrato dos seus sonhos com o Chelsea foi interrompido por uma grave lesão no joelho, que a fez perder um ano de futebol.

No total, disputou 37 jogos na Superliga Feminina, marcando cinco golos e fazendo quatro assistências. Agora, está de volta ao Slavia, com quem assinou um contrato de três anos. Desde o ano passado, também trabalha como especialista na emissora de televisão Canal+. Na mesma função, apareceu na televisão checa durante o Europeu deste ano.

Petra Bertholdová (122 internacionalizações, quatro golos)

Capitã da equipa checa e do Sparta. Começou a ajudar a seleção nacional sénior em 2002, quando se estreou contra a Noruega, e tornou-se um elemento quase óbvio do plantel. Disputou 122 jogos pela seleção, enquanto apenas Lucie Martínková conseguiu ultrapassar os 100 jogos pela equipa feminina checa. Na época passada, tratou uma rotura do ligamento cruzado anterior e parecia que não voltaria a entrar em campo.

A verdade é que o que aconteceu foi o contrário. Numa idade em que a maior parte das atletas profissionais já terminou há muito a sua carreira, a jogadora continua em forma. Quer terminar no topo e considera a qualificação para o Europeu como o seu objetivo final. No início de novembro, anunciou que, ao fim de 20 longos anos, não voltaria a vestir a camisola checa e não é certo que continue a jogar. No total, venceu o campeonato com o Sparta 12 vezes.