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Oswaldo Vizcarrondo e a sua jornada única no Campeonato do Mundo Sub-17

Oswaldo Vizcarrondo está se destacando como técnico na categoria sub-17.
Oswaldo Vizcarrondo está se destacando como técnico na categoria sub-17.FEDERICO PARRA / AFP
Oswaldo Vizcarrondo carrega as cicatrizes do sonho que nunca conseguiu realizar enquanto futebolista: qualificar-se para um Campeonato do Mundo. Hoje, no papel de treinador, orienta uma geração de jovens jogadores que representarão a Venezuela no Campeonato do Mundo Sub-17 no Catar, em 2025.

Formado como treinador em França, onde jogou no Nantes e no Troyes, Vizcarrondo liderou a seleção venezuelana a partir do banco de suplentes no Campeonato Sul-Americano Sub-17, onde terminou em terceiro lugar, atrás do Brasil e da anfitriã Colômbia, para ganhar um lugar no Campeonato do Mundo.

"Temos um objetivo muito bom, um Campeonato do Mundo, que para mim seria o primeiro", disse Vizcarrondo na segunda-feira, dirigindo-se aos seus rapazes num evento em Caracas para dar as boas-vindas à equipa.

O Campeonato Sul-Americano Sub-17 produziu alguns desempenhos notáveis de jovens promissores da Vinotinto, como o avançado Diego Claut - autor de quatro golos -, o defesa-central Marcos Maitan e o extremo Juan Camilo Uribe.

"Ainda não se percebe o que significa a qualificação (...). Eu lutei por isso (como jogador) e não consegui", continuou o jogador de 40 anos. "É bom que sintam o valor de tudo o que construíram", disse.

A Venezuela é o único país sul-americano que nunca se classificou para o Campeonato do Mundo.

Os seus jovens, no entanto, têm tido sucesso nos últimos tempos: a Vinotinto esteve no Campeonato do Mundo de Sub-20 em 2009 e 2013 e no Campeonato do Mundo de Sub-17 em 2013 e 2023, categoria em que agora se juntará à edição deste ano no Catar, que terá lugar de 5 a 27 de novembro.

"Temos de ser exigentes"

Multicampeão com o Caracas FC no seu país natal e um viajante que jogou pelo Rosario Central, Olimpo de Bahia Blanca e Lanús na Argentina, Olimpia no Paraguai, Once Caldas na Colômbia e América no México, Oswaldo iniciou a sua carreira de treinador na equipa feminina do Nantes.

Em seguida, passou a integrar a seleção nacional venezuelana. Não teve sorte com os sub-15, mas chegou à fase final do Campeonato do Mundo com os sub-17, e por isso é grato aos jogadores com os quais ficará "eternamente" ligado.

"Ainda temos um processo a desenvolver, que é o Campeonato do Mundo no Catar, mas uma vez terminado, certamente que ficaremos ligados para toda a vida", diz o jovem treinador, que jogou pela Venezuela nas eliminatórias para o Campeonato do Mundo e noutros torneios como a Copa América.

Ele fez parte do onze ideal da CONMEBOL na Copa América de 2011, onde a Venezuela chegou às meias pela primeira vez na história.

"Temos de ser exigentes e continuar a estabelecer uma margem de progressão. Têm um teto que ultrapassa o céu, que pode ir até ao infinito, mas isso vai depender de vocês", disse no seu discurso aos jogadores.