"Eu queria ficar no Sparta. O treinador Pavel Vrba também queria muito que eu ficasse, porque eu era um dos principais jogadores. Mas o clube não resolveu a situação. Falei três vezes com o diretor desportivo Tomas Rosicky e pedi negociações para um novo contrato, mas todas as vezes acabaram com adiamentos e desculpas", revelou Plavsic numa entrevista ao site sérvio Hot Sport.
"Toda a gente sabia que eu queria ficar, que precisava de um ano na República Checa para obter os papéis, mas Rosicky dava sempre a desculpa de que não era com ele, que estava à espera do clube. E assim o tempo foi passando. Fiz de tudo, joguei muito bem, mas não sabia qual era a minha posição", continuou o lateral sérvio.
O caso começou a vazar para fora do clube, mas nem isso obrigou o Sparta a negociar um novo contrato, segundo Plavsic. "A pressão dos jornalistas e dos adeptos foi enorme, mas o clube não tomou qualquer medida. Senti que não me queriam no Sparta", afirmou.
O ponto de viragem aconteceu depois de Plavsic ter sido inesperadamente retirado do plantel. "Era suposto eu jogar a titular, mas quando chegámos ao estádio no dia do jogo, o treinador Vrba abordou-me e disse-me para nem sequer tirar a roupa, que eu ia para as bancadas. Via-se que ele estava arrependido, a decisão não partiu dele", recordou Plavsic o período desagradável e admitiu que, nesse momento, reconsiderou tudo e decidiu sair.
"Telefonei imediatamente ao meu agente Igor Gluscevic (também ele antigo jogador do Sparta) e contei-lhe o que estava a acontecer. Ele ficou surpreendido. Disse-lhe: "Igor, já não quero estar aqui! Mesmo que me ofereçam cinco vezes mais do que eu tinha, amanhã digo-lhes que não vou renovar o meu contrato", revelou.

Foi então que o Slavia, que já andava a rondar Plavsic há algum tempo, entrou em cena. As negociações foram concretas e rápidas, e Plavsic não resistiu à transferência para o seu rival.
"O treinador e a direção queriam-me. Na reunião, disseram-me tudo o que eu precisava de ouvir do ponto de vista futebolístico. Dei-lhes a minha palavra e disse-lhes que, se chegassem a acordo com o meu agente sobre o dinheiro, eu seria deles a partir do verão", disse o sérvio de 29 anos, que concordou com a equipa de Vršovice apesar de saber a confusão que iria causar.
"Eu sabia que Rosicky iria usar isso mais tarde e fingir que eu estava de acordo com o Slavia desde o momento em que a imprensa começou a escrever sobre isso. Não me importei porque sabia que tinha a consciência tranquila e dormi descansado. Ele lavou as mãos e fez-me passar por mentiroso. O futebol é assim, a vida é assim. A única coisa que me interessa é que a minha família e os meus amigos saibam a verdade", conta.
O fim do seu compromisso com o Letná deixou-o triste, mas, apesar de ter saído em circunstâncias estranhas, recorda a sua primeira passagem pelo estrangeiro em parte de uma forma positiva. "Podia ter sido melhor, mas estou feliz. Aprendi a língua, conheci Praga, fiz muitos amigos. E, mais importante, aprendi algumas lições com tudo o que aconteceu. Não fui suficientemente apreciado no Sparta. Joguei mais de 100 jogos pelo Sparta, dei o meu melhor em todos os jogos, mesmo em todas as sessões de treino, e no final fizeram de mim um mentiroso e puseram-me contra os adeptos", resumiu Plavsic a sua passagem pelo Sparta.