Vicente Sánchez caiu de joelhos e chorou no relvado do Estádio Universitário da Universidade Nacional Autónoma do México, após o apito final de um jogo que, na prática, já estava decidido bem antes — graças à goleada por 5-0 do Cruz Azul sobre os Vancouver Whitecaps, que garantiu o título da Liga dos Campeões da CONCACAF.
Mas, enquanto para muitas equipas um título internacional pode significar estabilidade no projeto desportivo, para o Cruz Azul — um clube habituado há décadas a navegar entre polémicas e altos e baixos — o tempo de Vicente Sánchez como treinador chegou ao fim.
Entre rumores de conflitos internos e as repercussões de mais uma eliminação às portas de uma final da Liga MX, a direcção de La Noria decidiu pôr termo à ligação com o treinador uruguaio. E, quase de imediato, começaram a surgir rumores sobre quem poderia assumir o comando técnico da equipa. Não tardou a que emergisse um nome que deixou poucas dúvidas e gerou escassa contestação.
Cláusula milionária para um treinador
Nicolás Larcamón tem vindo a destacar-se no México ao longo dos últimos anos. A sua última equipa foi o Necaxa — um conjunto audaz, eficiente e corajoso — no qual soube explorar ao máximo as capacidades de um plantel sedento de glória. Por isso, quando o Cruz Azul precisou urgentemente de um substituto no comando técnico, o argentino surgiu como a escolha natural.
No entanto, apesar do grande alarido mediático em torno da decisão do Cruz Azul, os adeptos de Aguascalientes já alertavam para uma direção com bom faro e talento na construção de equipas competitivas com orçamentos reduzidos — e para uma massa adepta que, finalmente, sentia que tinha uma equipa sólida em que depositar esperança para os próximos anos.
Foi o próprio Larcamón quem se encarregou de comunicar à direção dos Rayos o seu desejo de abraçar o projeto celeste, pelo que os Necaxistas, habituados a reinventar-se, informaram o Cruz Azul de que, para garantir o novo treinador, teriam de pagar uma cláusula de rescisão de 2,5 milhões de dólares (2,19 milhões de euros).
Uma quantia elevada para um treinador, mas não para os abastados cofres de La Noria, onde o dinheiro circula sem grandes constrangimentos. Larcamón deverá integrar o universo do Cruz Azul nos próximos dias.
Uma bomba vinda da Europa
Para além dos rumores, da polémica e da expectativa em torno da chegada iminente de Larcamón ao cargo de treinador principal, o Cruz Azul também fez manchetes na Europa ao iniciar um processo de contratação de um jovem promissor que, embora nunca tenha realmente despontado, continua a ter um grande potencial para se afirmar no futebol latino-americano.
Aos 27 anos, o sérvio Luka Jovic já não é exatamente aquilo que a sua juventude prometia em 2015, quando deu os primeiros passos no Estrela Vermelha de Belgrado — clube a partir do qual surpreendeu todo um continente com o seu talento como avançado, o que levou rapidamente à sua contratação pelo Benfica, com a expectativa de que se tornasse um diamante em bruto a ser lapidado rumo à elite.
Infelizmente para Jovic, a sua carreira tem estado longe da estabilidade necessária para viver plenamente dos golos que sempre sonhou marcar. Com passagens por Real Madrid, Eintracht Frankfurt, Fiorentina e Milan, o jogador nunca encontrou a confiança e o conforto necessários para realmente se destacar.
Por isso, quando há alguns dias recebeu a notícia de que o Cruz Azul estava interessado em contratá-lo, o sérvio não rejeitou a ideia e permitiu que a sua comitiva iniciasse as conversações. Jovic acredita que uma mudança radical de ambiente poderá devolver-lhe a felicidade que sempre sentiu ao jogar futebol. Em La Noria, estão convictos de que o sérvio, sob a orientação de Larcamón, tem potencial para marcar uma era gloriosa na história do clube.