1: O Ajax tem salvação?
Mais uma semana, mais uma desilusão do Ajax.
O Go Ahead Eagles lutou, mas não jogou o seu melhor futebol ao empatar com a equipa de Amesterdão 2-2 em Deventer. O Ajax, mais uma vez, parecia perdido em campo. A visão de John Heitinga não brilhou nas primeiras jornadas, assim como não brilhou a mão do antigo professor de Heitinga, Arne Slot.
As estatísticas não corresponderam ao que se viu em campo. Quem não assistiu ao jogo, mas consultou as estatísticas no Flashscore, pode pensar que o Ajax foi um pouco azarado, porque as águias marcaram com duas de apenas três tentativas de golo e registaram um xG de cerca de um terço do do Ajax (0,64 contra 1,87).
Mas o jogo foi muito mau. O Ajax fez 12 remates de baixa qualidade (<0,06 xG) e pareceu letárgico ao defender os dois golos do Go Ahead. O prometido sistema de pressão alta de Heitinga não deu resultado. Falta ritmo e criatividade na construção. Os laterais são propensos a erros, e Wout Weghorst não trouxe qualquer brilho como avançado solitário.
Lacunas, lacunas, lacunas. Muito para resolver para o Ajax e para Heitinga, que terão de trabalhar a dobrar para mostrar serviço na Liga dos Campeões.
2: O NAC Breda encontrou o seu super-homem?
Já os conhecem: Nunca desistir, perseverar sempre, agradável ao entreter, útil ao relaxar, combinação Breda.
O NAC Breda, clube que passou por um mau bocado no início do ano. No entanto, pode estar à beira de uns belos dias. Em 11 de agosto, anunciou a chegada de Lewis Holtby, o antigo super talento do Schalke, Tottenham e internacional alemão. Os dias promissores já passaram, mas o médio de 34 anos não demorou muito para causar boa impressão na Eredivisie.
Menos de uma semana depois da contratação, os adeptos do NAC já se apaixonaram por Holtby, que brilhou na estreia ao marcar aos 23 minutos e fazer uma assistência para Juho Talvitie, na segunda parte. O astro alemão já se tornou vital para a equipa, a julgar pela forma como a defesa se desmoronou após a substituição. Mas a equipa perseverou e venceu o Fortuna Sittard por 2-1.
Holtby levou o NAC à sua primeira vitória desde janeiro e provou aos adeptos de Breda que a equipa está viva e bem. É uma primeira impressão e tanto.
3: O PSV vai ficar bem sem Alassane Plea?
A vitória tranquila do PSV por 0-2 sobre o FC Twente, numa visita tradicionalmente complicada, deixou o técnico Peter Bosz com uma grande preocupação: Alassane Plea.
O avançado francês chegou ao PSV no início do verão como nova arma ofensiva, e rapidamente tornou-se vital, uma vez que Ricardo Pepi ainda recupera da grave lesão no joelho sofrida em janeiro. Mas o desastre aconteceu no último fim de semana - Plea sofreu uma lesão aparentemente significativa no joelho num duelo com Robin Propper.

A cara de Bosz foi reveladora. O joelho de Plea dobrou-se de forma estranha e teve de ser retirado imediatamente. O francês foi visto mais tarde de muletas e, embora ainda não se saiba o diagnóstico, prevê-se uma ausência prolongada.
Mas será que o PSV vai ficar bem? Provavelmente, sim.
A profundidade é, na falta de palavras melhores, assustadora. Sim, talvez tenham de voltar ao mercado de transferências para encontrar um novo avançado, mas Pepi está quase de regresso. Além disso, o ataque está recheado. Ruben van Bommel, Ivan Perisic, Couhaib Driouech, Dennis Man e Esmir Bajraktarevic são excelentes opções para Bosz, que usou Guus Til e Ismael Saibari como avançados de emergência contra o Twente.

Robin van Duiven, de 19 anos, está a dar nas vistas no Jong PSV, com três golos nos dois primeiros jogos da época, tal como Ayodele Thomas, que tem sido muito utilizado na ala esquerda. Mas, acima de tudo, o plantel do PSV é demasiado bom para que qualquer equipa da Eredivisie possa desafiar verdadeiramente.
4: A profundidade do NEC pode levá-lo longe
Quem diria? O NEC goleou os adversários nas duas primeiras jornadas e pode não ficar por aí.
No último fim de semana, o Excelsior foi goleado por 5-0 e o Heracles por 1-4. O treinador do NEC, Dick Schreuder, não esconde o desejo de esmagar os adversários e estava claramente descontente com o facto de a sua equipa não ter criado oportunidades suficientes contra dez homens, pelo que optou por causar impacto.
Quando o Heracles ficou com 10 após o cartão vermelho de Jizz Hornkamp aos 13 minutos, Schreuder fez entrar Youssef El Kachati. Enquanto o NEC registava um xG de apenas 0,24 antes da expulsão do lateral-direito Brayann Pereira, o emblema de Nijmegen passou a ter um xG de 1,38 nos 16 minutos restantes do primeiro tempo.
El Kachati, que fez uma assistência, não foi o único substituto que causou um impacto significativo. Kento Shiogai, nascido em 2005, marcou dois golos depois de entrar aos 69 minutos e continua a impressionar. Além dele, os experientes Virgil Misidjan e Vito van Crooij provaram ser eficazes na Eredivisie.
O antigo lateral esquerdo do Newcastle e do PSV, Jetro Willems, também se juntou à equipa no início do verão. A mistura de jovens talentos e veteranos comprovados no plantel pode ser o suficiente para que o clube se lance no futebol europeu - uma fase que não alcança desde que chegou aos oitavos de final da Taça UEFA de 2008/09.
5: O Feyenoord ainda não está lá
A semana não foi das melhores no sul de Roterdão.
O Fenerbahçe, da Turquia, eliminou o Feyenoord da Liga dos Campeões após vencer o emblema de Roterdão por 5-2. O recém-promovido Excelsior seria derrotado pelo mesmo resultado alguns dias depois do fiasco do Fenerbahçe, mas isso não tirou o gosto amargo da boca de ninguém.
O Feyenoord não entrou em campo nos primeiros 15 minutos, dando ao Excelsior a oportunidade de abrir o marcador por intermédio de Derensili Sanches Fernandes. Só aos 22 minutos, com um remate de Quinten Timber, é que o Feyenoord conseguiu ferir o adversário, que na semana anterior tinha perdido por 5-0 contra o NEC.
É verdade que o Feyenoord venceu, mas manteve o Excelsior vivo durante os noventa minutos. Tiveram sorte quando Arthur Zagre rematou de longe ao poste, e Gyan de Regt também acertou no ferro com a recarga, ou poderia ter sido uma tarde muito diferente em Kralingen.
O Feyenoord abanou na semana passada, e Robin van Persie tem algumas coisas a corrigir. Ayase Ueda marcou dois golos nos dois primeiros jogos da Eredivisie, mas será suficientemente bom? E será que Casper Tengstedt é suficientemente fiável para o deixar assumir o comando se Ueda se lesionar novamente ou tiver uma quebra de ritmo?
A equipa tem tempo e, ao contrário do Ajax de Heitinga, tem um plano bem definido com Van Persie ao leme. Portanto, ainda não chegaram lá, mas estão a caminho.