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Berlim considera que a Federação Alemã não tem "patriotismo" ao abandonar a Adidas

A Alemanha mudou de fornecedor de equipamento
A Alemanha mudou de fornecedor de equipamentoAFP
A decisão da Federação Alemã de Futebol de abandonar a Adidas como fornecedora de equipamentos provocou consternação em Berlim, na sexta-feira, com o ministro da Economia a criticar a mudança para a gigante americana de vestuário desportivo Nike como uma falta de "patriotismo".

"Não consigo imaginar a camisola da Alemanha sem as três riscas", afirmou o ministro da Economia, Robert Habeck, numa declaração enviada à AFP.

"Para mim, a Adidas e o preto-vermelho-dourado sempre pertenceram um ao outro", disse Habeck, descrevendo a combinação como um "pedaço da identidade alemã".

Com a marca de roupa desportiva nacional e a economia a atravessarem tempos difíceis, Habeck disse que "teria esperado mais patriotismo" da Federação Alemã de Futebol (DFB).

Na quinta-feira, a DFB anunciou que iria terminar a sua parceria de décadas com a Adidas, seleccionando a Nike como seu novo fornecedor a partir de 2027.

As equipas nacionais alemãs usam equipamento Adidas desde a década de 1950, tendo a parceria tornado-se sinónimo de sucesso em campo.

O anúncio surpreendente foi feito apenas alguns meses antes do início do Euro-2024, que terá lugar na Alemanha em junho.

A mudança da Adidas foi uma "decisão errada", afirmou o ministro da Saúde, Karl Lauterbach, no X, antigo Twitter.

O acordo com a Nike, que se estenderá até 2034, foi "de longe a melhor oferta financeira" em cima da mesa, disse o diretor executivo da DFB, Holger Blask, num comunicado.

De acordo com o diário financeiro Handelsblatt, o contrato com a empresa norte-americana valia cerca de 100 milhões de euros por ano - o dobro do valor do acordo com a Adidas.

A perda do contrato com a seleção alemã é um golpe amargo para a Adidas, que registou em 2023 o seu primeiro prejuízo em 30 anos.