Contagem decrescente para o Euro-2024 | França 1984: Magia de Platini ilumina os anfitriões

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Contagem decrescente para o Euro-2024 | França 1984: Magia de Platini ilumina os anfitriões

Michel Platini e o treinador Michel Hidalgo
Michel Platini e o treinador Michel HidalgoProfimedia
O 17.º Campeonato Europeu de Futebol arranca na Alemanha a 14 de junho. Todos os dias até lá, o Flashscore traz-lhe alguns dos momentos mais marcantes da história do Euro.

Depois de a edição de 1980 ter sido considerada um dos torneios mais monótonos da história - com um formato de dois grupos em que os vencedores se qualificariam para a final e os segundos classificados disputavam o terceiro e quarto lugar -, o que levou a um futebol cauteloso por parte dos participantes, a UEFA decidiu que uma mudança era necessária.

Como tal, os dois primeiros classificados de cada grupo disputariam as meias-finais e jogo de atribuição do terceiro lugar foi elimnado. 

Apesar de não ser considerada uma força do futebol mundial, com resultados bastante modestos nas últimas décadas, a França foi a anfitriã do torneio e tinha um trunfo na manga: Michel Platini.

Bola de Ouro em ação

Platini revolucionou o futebol mundial com a sua arte de controlar a bola, que o tornava não só um passador genial como também um goleador temível.

Em 1983, ganhou a Bola de Ouro com mais votos do que o segundo, terceiro, quarto e quinto classificados juntos. É certo que, na altura, apenas os jogadores europeus eram considerados para o prestigiado prémio, mas como Diego Maradona não atravessava um bom momento no Barcelona, era difícil acreditar que alguém pudesse ter-lhe tirado a coroa, mesmo que as regras fossem diferentes.

Le Roi ("O Rei") Platini tinha ganho a Taça dos Vencedores das Taças e o título da Serie A antes do início do Euro-84 e, pelo segundo ano consecutivo (acabariam por ser três), foi o melhor marcador do campeonato italiano.

Nestas circunstâncias, não era de admirar que a França fosse considerada a grande favorita... e a equipa respondeu à pressão.

Platini marcou o primeiro golo da competição na vitória inaugural por 1-0 sobre a Dinamarca, antes de fazer apontar dois hat-tricks nos dois jogos seguintes da fase de grupos, contra a Bélgica (5-0) e a Jugoslávia (3-2), que continua a ser, até hoje, o único jogador a conseguir tal feito num Euro.

Terminou a competição com nove golos no total, um recorde que ainda se mantém, sem que nenhum outro jogador tenha marcado mais de seis numa só edição, embora o número de jogos tenha aumentado ao longo dos anos.

Durante muito tempo, Platini foi o melhor marcador de sempre do Euro, acabando por ser destronado por Cristiano Ronaldo, que tem agora 14, embora o capitão português tenha precisado de cinco edições para atingir esse número, enquanto o francês o fez apenas neste verão de 1984.

Sucesso histórico para a França

A meia-final com Portugal foi um dos jogos mais espetaculares de sempre no Euro. Um jogo em que as oportunidades abundaram em ambas as balizas, mas em que a França bem que teve que agradecer ao defesa Jean-François Domergue que, não só inaugurou o marcador, como fez o golo do empate no prolongamento depois do bis de Rui Jordão.

Quando o jogo parecia encaminhar-se para os penáltis, Platini foi novamente decisivo. Em cima da pequena área, recebeu um passe de Jean Tigana e atirou para o fundo das redes perante o desespero de três defesas e o guarda-redes por cima do guarda-redes Manuel Bento. 

A final contra a Espanha (que venceu a Dinamarca nas meias-finais nos penáltis) foi muito mais renhida. Platini inaugurou o marcador com aquele que é considerado o seu golo mais feio nessa fase final, mas que completou uma série impecável: marcou em todos os jogos do Euro. Bruno Bellone fez o 2-0 no último minuto de jogo e a França conquistou o seu primeiro grande troféu.

"Foi o primeiro troféu oficial conquistado pela França num desporto coletivo, por isso foi um grande momento para o futebol francês e para o desporto francês em geral", afirmou Platini após uma final em que os elogios não faltaram, com os franceses a serem apelidados de "brasileiros da Europa" que jogavam "futebol champanhe".

Foi também um momento especial para o treinador Michel Hidalgo, a quem foi oferecido o cargo de Ministro dos Desportos francês, uma oferta que recusou mas da qual se arrependeu mais tarde.

"Perdi uma nova aventura, uma nova fatia da vida. Recusei uma proposta incrível. Como treinador, adorei representar a França, mas acho que o cargo de ministro teria sido mais adequado para mim", disse ele ao diário Le Figaro em 2007.

O onze do torneio

Guarda-redes: Harald Schumacher (Alemanha Ocidental)

Defesas: Morten Olsen (Dinamarca), João Pinto (Portugal), Andreas Brehme (Alemanha Ocidental), Karlheinz Forster (Alemanha Ocidental).

Médios: Frank Arnesen (Dinamarca), Alain Giresse (França), Jean Tigana (França), Michel Platini (França), Fernando Chalana (Portugal).

Atacante: Rudi Voller (Alemanha Ocidental).