N'Golo Kanté e Youssouf Fofana não partiam necessariamente como titulares na cabeça de Deschamps, com a jogar duas partidas e o outro a ficar de fora contra o Canadá. No entanto, é provável que o atual médio do Al-Ittihad tenha conquistado vantagem.
A tendência não poderia ser mais clara: a vaga de terceiro homem no meio-campo passou a ser ocupada por Youssouf Fofana e Adrien Rabiot - este último deve ser titular na noite de segunda-feira -, com o antigo médio do Chelsea a ganhar nova preponderância.
No entanto, dadas as informações disponíveis, nada parece estar definido e cada um dos jogadores da lista pode reivindicar minutos com base em suas performances recentes.
N'Golo Kanté, um possível titular
Didier Deschamps comentou a forma de N'Golo Kanté após os jogos de preparação no Luxemburgo e no Canadá: "Ele está no seu nível habitual, antes das lesões, que o mantiveram afastado durante um ano. Esta época e nos dois jogos que disputou connosco, mostrou que está no pleno gozo das suas faculdades", acrescentou.
Não é preciso apresentá-lo. "NG", como o treinador e os seus companheiros de equipa lhe chamam, é sem dúvida vital no meio-campo francês graças às suas qualidades técnicas e físicas e à sua experiência. Um verdadeiro pilar em 2018, o regresso ao mais alto nível é inevitavelmente uma excelente notícia para os Bleus, que não só contarão com ele, mas também criarão uma verdadeira competição no meio-campo. Com Eduardo Camavinga e Aurélien Tchouaméni fora de forma, o ex-Chelsea abala a hierarquia estabelecida desde o Campeonato do Mundo do Catar. Algo que só ele poderia fazer.

Arábia Saudita ou não, se estiver a 100%, N'Golo Kanté é um titular indiscutível da seleção francesa. Quando Aurélien Tchouaméni regressar, o madridista deverá estar a discutir com Adrien Rabiot e Youssouf Fofana. Para recordar, eis o que disse o selecionador aquando do anúncio da convocatória do vencedor do Mundial de 2018: "Devido à sua experiência, estou convencido de que a equipa francesa será melhor com ele. Ele redescobriu a sua capacidade atlética. Jogou muitos jogos. Podemos falar da intensidade específica da Arábia Saudita. Mas ele jogou mais de 4.000 minutos durante a temporada, ou seja, mais de 40 partidas. Não tenho dúvidas sobre as suas qualidades."
Uma boa temporada recompensada
No Mónaco, onde fez provavelmente a melhor época da sua carreira em 2023/24, Fofana chega com a confiança reforçada. Ao lado de Aleksandr Golovin, ele desempenhou na perfeição o seu papel de líder técnico, demonstrando a sua evolução dentro e fora do campo. Joga no Rochedo há quatro anos e meio e já atingiu uma certa maturidade. Este Campeonato da Europa é uma oportunidade para mostrar que está prestes a tornar-se uma referência na sua posição.
No futuro, se conseguir assinar por um grande clube europeu e continuar a ter um bom desempenho, não seria estranho vê-lo como titular da seleção francesa. Para já, no entanto, continua a competir com Kanté e Rabiot, embora Aurélien Tchouaméni deva regressar à equipa titular durante o torneio. Por fim, há Eduardo Camavinga, que também está a evoluir no Real Madrid.

No meio a tudo isso, Fofana pode se destacar pelo seu perfil. Versátil e capaz de jogar tanto como médio defensivo como médio defensivo, o monegasco esteve presente na maior parte da época. A sua capacidade de enfrentar, de se posicionar e de se antecipar faz dele um jogador muito útil sem bola. Com a bola, é um passador eficaz e, tecnicamente, também pode fazer a diferença. Por último, é também capaz de se aproximar da área adversária e tentar a sua sorte.
Em termos de atletismo, ele será um grande trunfo para os Bleus, complementando Kanté se ele tiver que fazer dupla com Griezmann.
E, apesar de às vezes dececionar na seleção, Fofana melhorou nos últimos meses, com boas atuações contra o Chile em março e a Grécia em novembro. Agora só lhe resta confirmar essas impressões positivas contra a Áustria, se Deschamps lhe der minutos.