Mais

Ezio Simonelli lança alerta sobre os estádios italianos: "Estão em estado de coma, existe o risco de revogação"

Estádio Giuseppe Meazza, em San Siro
Estádio Giuseppe Meazza, em San SiroPIERO CRUCIATTI / ANADOLU / Anadolu via AFP
O presidente da Lega Serie A, Ezio Maria Simonelli, denunciou as instalações obsoletas e os riscos para o Euro-2032, explicando a tentativa de encerrar o mercado de verão mais cedo, e diz-se confiante em relação a Gattuso à frente da seleção italiana.

"Os nossos estádios estão em estado de coma, estou preocupado. Revogação da candidatura ao Euro-2032? Há um risco". Aos microfones da Radio Anch'io Sport, o presidente da Lega Serie A, Ezio Maria Simonelli, não esconde a sua preocupação com o estado das instalações do futebol italiano, sobretudo tendo em conta a candidatura ao Campeonato da Europa de 2032.

"Udine é um exemplo de excelência, o seu Estádio Bluenergy fez-nos ver bem. Mas é pena que, à exceção de Udine, Bérgamo e Turim, o resto dos nossos estádios estejam em estado de coma. Ceferin criticou fortemente os estádios italianos e eu concordo com ele. Estamos atrasados em relação a todos os outros países: nos últimos 18 anos, só inaugurámos seis estádios, dos quais apenas três na Série A. No resto da Europa, 226. Estou muito preocupado e estamos a insistir com o Governo para que agilize o processo. Mas estou muito preocupado com o Campeonato da Europa de 2032", acrescentou.

Risco de revogação

"Candidatura em risco? Espero que seja apenas uma preocupação minha", acrescentou o número 1 da Liga A.

"Mas quando o presidente da UEFA diz que os nossos estádios estão em estado de coma e que o Campeonato da Europa é daqui a seis anos, vejo o risco de a nossa candidatura ser revogada. Arriscamo-nos a ter uma figura menos bonita a nível internacional. Espero que o governo também veja este risco e que ele possa ser utilizado para simplificar a burocracia e silenciar as famosas comissões do 'não', que em Itália nunca conseguem fazer nada, e as superintendências que são supostas proteger o património cultural", explicou Ezio Maria Simonelli.

"Mas não percebo que tipo de proteção deve haver para um estádio como San Siro: tem 100 anos, foi reconstruído em 1955 e discute-se se foi inaugurado antes ou depois de novembro. Estas coisas são absurdas: é um estádio que já não é funcional para o jogo de futebol e para receber as pessoas com dignidade. Basta ir às casas de banho de San Siro para nos apercebermos disso. É preciso reconstruir um novo estádio, ponto final", conclui Simonelli, "pondo fim a todas estas diatribes instrumentais e sem sentido".

Mercado: o "não" de Espanha

"Tentámos que o mercado fosse encerrado antes do início do campeonato. Fui pessoalmente a Londres para me encontrar com o diretor executivo da Premier League, Richard Master. A Inglaterra, a Alemanha e a França concordaram, mas a Espanha opôs-se. Como as ligas estão interligadas, se não tomarmos uma decisão em conjunto, não será possível, pois correríamos o risco de perder um jogador sem o poder substituir. Estamos a trabalhar nisso, esperamos no próximo ano convencer o presidente da LaLiga, Jaiver Tebas, uma pessoa muito inteligente, mas também muito difícil", afirmou.

Assim, Simonelli falou da possibilidade de, no futuro, poder encerrar o mercado de verão do mercado do futebol antes do início do campeonato. O número um da Liga di A mostrou-se depois satisfeito com as notícias sobre a arbitragem: "Convencem-me, porque tudo o que vai no sentido da transparência é positivo. Amanhã teremos a Supertaça primavera entre o Inter e o Cagliari e testaremos o sistema VAR on-call, outro instrumento de transparência".

Sobre a seleção italiana, acrescentou: "Tenho muita fé em Gattuso, estou certo de que nos levará ao Campeonato do Mundo, seria um desastre se não o fizesse".