A Espanha rápida, vertical e divertida que encantou no Europeu percebia-se através dos seus extremos. A velocidade e o atrevimento de Nico Williams, as fintas e o último passe de Lamine Yamal. Ambos foram essenciais para que a Roja voltasse a construir um projeto vencedor. Ambos faziam a diferença na zona ofensiva, num ADN muito claro e próprio da Seleção. Desde então, Luis de la Fuente não alterou a ideia, mas sim os protagonistas. Por obrigação, sobretudo devido às muitas lesões que encontrou nas últimas paragens. E, neste último ano, emergiram Mikel Merino e Mikel Oyarzabal como dois grandes pilares.
Talvez não sejam tão vistosos como os dois miúdos, mas demonstram que estão capacitados para liderar uma das seleções favoritas ao Mundial. O curioso é que, antes do Europeu, tinham um papel secundário e, ainda assim, ambos tiveram um papel fundamental: Merino marcou o 2-1 frente à Alemanha que colocou a Espanha nas meias-finais e Oyarzabal deu o título à Espanha no prolongamento da final frente à Inglaterra.
O avançado tem sido praticamente um titular desde então. O decréscimo de Álvaro Morata abriu-lhe uma oportunidade e o jogador txuri-urdin aproveitou-a. Sete golos e cinco assistências em 12 jogos. Ou seja, garantiu uma contribuição direta de golo por encontro desde essa final do Euro. Brilhante na Liga das Nações e também nesta fase de qualificação para o Mundial. Nenhum jogador da Roja supera os seus registos neste período.
E o único que se lhe aproxima é o seu homónimo Mikel Merino. Ao médio do Arsenal até lhe custou um pouco mais afirmar-se como titular, mas as intermitências físicas de Fabián Ruiz deram-lhe a oportunidade de render a um nível elevadíssimo. Depois, De la Fuente percebeu que a sua posição deveria ser - à partida - a de Pedri atrás do ponta, para assim recuar o jogador das Canárias. Ambos os jogadores beneficiaram dessa alteração tática.
Oito golos de Mikel Merino desde que colocou a coroa de campeão da Europa. O futebolista mais determinante para que a Espanha some quatro vitórias e 15 golos marcados nos quatro jogos de qualificação para o Mundial disputados até agora. Não soma assistências, mas é o segundo, apenas atrás de Oyarzabal, com maior contribuição direta em golos neste período. E ambos já superaram Lamine Yamal, ausente nesta paragem devido a lesão.
Maior contribuição ofensiva (golos+assistências) com De la Fuente até ao Europeu incluído
10 em 14 jogos - Lamine Yamal
8 em 10 jogos - Nico Williams
8 em 13 jogos - Dani Olmo
8 em 16 jogos - Mikel Oyarzabal
Maior contribuição ofensiva (golos+assistências) desde o Europeu
12 em 12 jogos - Mikel Oyarzabal
8 em 11 jogos - Mikel Merino
7 em 9 jogos - Lamine Yamal
5 em 14 jogos- Pedri