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Roberto Martínez responde a Rúben Amorim: “Sigo 82 jogadores, não trabalho com 23”

Roberto Martínez num dos treino da Seleção Nacional
Roberto Martínez num dos treino da Seleção NacionalFPF
O treinador da Seleção Nacional fez, esta quinta-feira, a antevisão do jogo com a Eslováquia, a contar para quinta jornada do Grupo J de apuramento para o Europeu 2024. Por entre elogios ao adversário, a convocatória voltou a estar na ordem dos trabalhos.

Depois de um arranque perfeito, com quatro vitórias em quatro jogos, Portugal prepara-se para defrontar a Eslováquia em Bratislava, na quinta ronda do Grupo J de apuramento para o Euro-2024. E Roberto Martínez espera um adversário complicado.

Acho que a Eslováquia é uma equipa muito bem trabalhada. O mister está com uma ideia de jogo muito clara, mostraram que é muito difícil criar ocasiões de golos contra eles, só sofreram um golo. São muito bons sem bola, estão a crescer, é uma equipa que tem todas as condições para o apuramento para o Europeu”, explicou.

Para este jogo irá fazer duas alterações em relação à partida da Islândia. Pepe e Rúben Neves (ambos com problemas físicos) não estão aptos para dar o contributo diante da Finlândia, nada que preocupe o técnico português, sobretudo no meio-campo.

“Temos boas opções, o Rúben Neves jogou bem com a Islândia, o Otávio está a um nível fisicamente muito bem e o Danilo também pode jogar a trinco”, atirou, deixando também uma mensagem a João Palhinha que esteve com um pé no Bayern, mas regressou a Londres: “Acho que o João Palhinha teve um momento muito difícil, mas agora a nível profissional está num patamar em que serve para as melhores equipas do mundo. Mas a nível pessoal foi muito complicado, não foi um interesse, apanhou um voo, teve uma mudança em termos mentais. Acho que foi positivo ter o João Palhinha com essa lição, porque melhorou o nível no treino, gostou de ter a família da Seleção ao pé dele, porque foi difícil”.

O Selecionador nacional esclareceu, também, o problema de Rúben Neves. “Acho que não está apto para o jogo de amanhã (sexta-feira), mas não é um problema e deve estar apto para o segundo jogo”, asseverou.

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A convocatória

Antes do primeiro jogo da Seleção Nacional, a convocatória voltou a ser tema de destaque. Confrontado com as críticas de Rúben Amorim, Roberto Martínez deixou uma explicação sobre como elabora o prcoesso de seleção.

“Eu acho que é importante saber para as nossas escolhas e convocatórias temos um processo muito profissional, honesto e há muito trabalho. O treinador trabalha com os seus jogadores, existe uma parte emotiva, é normal, mas para mim é muito importante continuar uma ideia de jogo, ver o adversário e o talento é importante. O momento de forma é importante, mas o estágio de março é que tem mais importância os minutos de jogo, o de setembro, com a minha experiência a nível internacional, não é para ver o momento de forma, é ver o que podem fazer para a nossa ideia de jogo, o compromisso, talento, é normal. As convocatórias não podem agradar a todos. Os treinadores sabem que temos de tomar decisões, estive em Alvalade, vi jogo ao vivo, sigo o jogo ao vivo, sigo 82 jogadores, não trabalho com 23 jogadores”, atirou.

Questionado sobre as críticas de que foi alvo, Roberto Martínez reiterou os critérios.

“É um ponto interessante. Temos mais de 80 jogadores que trabalham nas cinco ligas principais na Europa, depois jogadores de patamar a nível mundial. É normal que todos os adeptos, todas as pessoas que adoram o futebol português tenham uma opinião. Para mim é importante ter uma linha de trabalho. Trabalhamos com a seleção 7, 8 dias para jogar dois jogos e depois temos 3 estágios para um torneio. O tempo de trabalho é muito importante. Precisamos de ter uma relação, de ficarem competentes na ideia de jogo. Para mim é muito fácil, controlo a informação dos jogadores na liga portuguesa, no estrangeiro. Depois trabalho com o jogador, vejo a atitude, a paixão, o que ele quer fazer com a seleção. E depois há o adversário, o momento da época, isso é experiência de treinar a nível internacional. Mas a escolha é honesta e profissional. As convocatórias não podem deixar todos contentes, as opiniões eu gosto, é futebol”, asseverou.

E o facto desta convocatória se feita em setembro também teve influência: “O nosso estágio de setembro é sempre difícil, há muita mudança a nível individual, carreiras, equipas diferentes, estados de forma, minutos diferentes, mas vi um grupo de jogadores focados, com muita concentração e paixão para poder ter uma boa exibição”.

A falta de minutos de João Félix e Cancelo também foi levantada. E Roberto Martínez também não teve dúvidas sobre a aptidão física dos dois jogadores do Barcelona.

"Acho que ser parte da seleção é muito mais do que fazer dois jogos de 90 minutos. Isso é complicado. Temos todas as informações que precisamos para tomar as decisões e acho que quando o Cancelo e o Félix chegam ao Barcelona e jogam logo é sinal que estão a um nível perfeito para jogar nos melhores momentos. O João Cancelo fez uma pré-época perfeita, o João Félix fez menos minutos (não disputou qualquer minuto com o Atlético Madrid), mas a nível mental está perfeito”, frisou.

Por último, Roberto Martínez abordou a chegada dos jogadores que disputam o campeonato da Arábia Saudita.

“É uma situação interessante, porque os jogadores que estão na Arábia Saudita tem um nível de minutos e competição mais alto que os da Europa. Eu vi o Cristiano Ronaldo, Otávio e o Rúben Neves com um nível físico e de competitividade muito alto. Acima de 800 minutos de competição”, explicou, não querendo falar sobre as críticas de Ronaldo ao campeonato português: “Não ouvi o que o Cristiano disse, mas tem a sua opinião”.