"Vamos atrás do tri"

- Qual é o balanço das duas primeiras temporadas ao serviço do Petro?

- Foram dois anos incríveis, com muitas emoções, vitórias e muito orgulho no trabalho que tenho realizado. Os jogadores aceitaram muito bem as nossas propostas de jogo e desafios. No fundo, esta relação entre treinador e equipa técnica fez com que tivéssemos sempre bons registos no Girabola e na Liga dos Campeões africana, onde fizemos algo comparado apenas com a equipa do Petro de 2001. É muito gratificante ter conseguido em dois anos marcar a história de um clube tão grande e com tantos títulos como o Petro. Conseguimos bater recordes no Girabola, com mais vitórias, mais golos e pontos. São dois anos para nunca mais esquecer. Um marco definitivo na minha carreira.

- O objetivo para o terceiro ano passa pela conquista do tricampeonato?

- Sobre o objetivo do tricampeonato, o que posso dizer é que o tri não é conquistado no clube há quase três décadas. Portanto, não se trata de ganhar mais um Girabola, mas sim de fazer história num clube incrível e com muitos títulos. Vamos atrás desse objetivo, para fazermos história.

- Quais os objetivos para as provas internacionais?

- Na Liga dos Campeões é, sem dúvida, estar pela 3.ª vez na fase de grupos e, por consequência, nos 16 melhores clubes. Depois disso temos de trabalhar muito e bem, jogo a jogo, pois vamos ter uma fase de grupos muito competitiva, frente a equipas que já ganharam muitos títulos africanos. Temos de ter os pés bem assentes no chão e disputar cada jogo como se fosse o último. Temos também um grande orgulho por termos sido escolhidos para as oito equipas de elite da African Football League, a maior competição até ao momento que vai acontecer em África, que reúne oito clubes de altíssimo nível e que vai permitir ter mediatismo e envolvimento competitivo muito alto. Temos uma perspetiva muito positiva sobre o que vai acontecer.

- O que pode ser melhorado no futebol angolano?

- Não conhecia bem o futebol angolano antes de 2021. Tenho várias pessoas que me dizem que isto já viveu melhores dias e um dos aspetos vitais e que continuo a debater junto das pessoas competentes é de que tem de haver uma boa e profissional cobertura televisiva. A qualidade que apresentam não é suficientemente interessante e, por isso, não é exportado para o Mundo. Outro aspeto é que é importante aumentar o profissionalismo e as práticas de um bom futebol. Falo dos relvados à disposição dos clube que participam no Girabola. Sem bons relvados, sem boas academias e sem bons árbitros não há bom futebol.

"Estou motivadíssimo, tal como no primeiro dia"

- Quais as ideias que tem para a sua carreira?

- Os passos dependem sempre dos passos que dermos no presente. Pensar em algo sem saber o que vai acontecer nos próximos jogos ou nesta época é pouco saudável, até para a forma de gerir a carreira. Agora, se me perguntarem se tenho outros objetivos de carreira, claro... Sempre tive outros objetivos para além daqueles que a minha carreira me deu. Sempre me movi por questões centradas no desafio e motivação para determinado projeto. Já estive em muitos contextos, clubes e vários países e sempre têm surgido novos projetos, todos eles com uma grande motivação da minha parte para atingir coisas diferentes. O que eu sei é que são dois anos completos aqui e estou motivadíssimo, tal e qual como cheguei no primeiro dia.

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- Têm surgido vários convites, alguns apetecíveis, de equipas de topo do futebol africano, mas só saíria do Petro com total acordo de todas as partes e o Petro fez valer que não abdicava de mim e aqui estou, de corpo e alma. Sempre me senti bem neste clube. É óbvio que não posso pensar que isto será sempre assim, por isso não vale a pena fazer muitos planos. Se o futuro será em Portugal ou no estrangeiro? O que persigo todos os dias é ser sempre treinador profissional num clube que me dê todas as condições para fazer o que mais gosto e a possibilidade de dar uma boa condição de vida à minha família.