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Deco queria Luis Díaz, Joan Laporta queria Marcus Rashford. Por razões financeiras, mas também por um gosto que se vinha manifestando há vários anos, foi o inglês que chegou ao Barcelona, por empréstimo com opção de compra. Foi uma aposta ousada. Desacreditado no Manchester United, onde Ruben Amorim o tinha despromovido, e depois de ter sido emprestado ao Aston Villa sem grande sucesso, o internacional de 27 anos (66 internacionalizações, 18 golos) estava em baixo de forma.
O que está em jogo
À primeira vista, Rashford era apenas um jogador complementar, um apoio a Raphinha. Mas a lesão do brasileiro, juntamente com todos os outros que deixaram a sua marca no ataque (Robert Lewandowski, Dani Olmo, Ferran Torres, Lamine Yamal), permitiu-lhe ter muito mais tempo de jogo do que o esperado. E os resultados são muito positivos: da 4.ª à 8.ª jornadas, fez 4 assistências consecutivas e marcou um belo golo na derrota com o Sevilha. Na Liga dos Campeões, tem 4 golos e duas assistências em 3 jogos. Já ultrapassou o seu rendimento com os Villans com menos 5 jogos.

Imaginam-no a voltar ao nível de 2022/2023, quando marcou 30 golos e fez 12 assistências em 56 jogos em todas as competições? Ainda há um caminho a percorrer, mas a dinâmica é virtuosa, uma vez que oscila entre o papel de extremo-esquerdo e o de médio-centro, consoante as circunstâncias. E se nem tudo é perfeito na hora de escolher entre o drible, o passe ou o remate, há pormenores que demonstram uma vontade de adaptação e de compreensão do futebol local. Na primeira parte, contra o Olympiakos, por exemplo, uma troca de passes com Fermín López não teve qualquer efeito, porque o que parecia óbvio e quase reflexo para o andaluz não o era de todo para ele.
"Essa relação em campo, que continuo a aprender dia após dia, é extremamente importante, porque no dia do jogo faz toda a diferença", disse à ESPN esta semana.
Deixar o futebol inglês parece ser a melhor solução para ele. "Passei tantos anos no mesmo lugar. As pessoas muitas vezes esquecem-se, mas eu passei 23-24 anos da minha vida no Manchester United. Por vezes, é preciso mudar. Acho que talvez seja esse o meu caso. Gosto de tudo. Gosto deste clube e penso que, para quem gosta de futebol, o Barcelona é um dos clubes mais importantes da história do desporto. Para um jogador, é uma honra", assumiu.
Aos 28 anos (daqui a cinco dias), a sua carreira ainda tem algumas épocas pela frente, e o ar catalão está a fazer-lhe sorrir. No início de outubro, fez uma viagem ao mar e, embora as capturas tenham sido modestas, recebeu muitas mensagens, incluindo de... Meta.
Membro da Ordem Britânica desde 2020, Rashford precisava de um novo fôlego para retomar a sua carreira. Os seus recentes desempenhos mostraram que não veio como um "guiri", a alcunha depreciativa dada em Espanha aos turistas estrangeiros. Pelo contrário, quer seguir as pisadas de Gary Lineker. Ainda tem um longo caminho a percorrer, mas os primeiros passos são encorajadores.
