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Ancelotti: O imperador da Europa assume o desafio de ressuscitar o Brasil

Ancelotti, o imperador da Europa diante do desafio de reerguer o Brasil
Ancelotti, o imperador da Europa diante do desafio de reerguer o BrasilURBANANDSPORT/NurPhoto/NurPhoto via AFP
Sete vezes vencedor da Liga dos Campeões (cinco como treinador) e campeão nos cinco principais campeonatos europeus, o prestigiado treinador italiano Carlo Ancelotti despede-se do futebol de clubes para enfrentar um grande desafio: ressuscitar a seleção brasileira.

Há dois anos que o canto da sereia da Seleção Brasileira ecoava à sua volta: finalmente, a busca do cobiçado sexto título mundial é um desafio digno do técnico de 65 anos, que continuará a treinar jogadores como Vinicius Jr, Rodrygo, Endrick e Éder Militão, agora a nível internacional.

Apesar do currículo impressionante, este último ano na Europa não terminou como gostaria, após a eliminação do Real Madrid nos quartos de final da Liga dos Campeões contra o Arsenal e as derrotas nas finais da Supertaça e da Taça do Rei, além das derrotas na LaLiga com o arquirrival Barcelona.

Com um ano de contrato ainda por cumprir, esta saída prematura não estava nos planos do italiano nem do Real Madrid, mas o jogo inconsistente da equipa e as elevadas exigências do clube madrileno acabaram por precipitá-la.

Na atual campanha, los blancos quase não conseguiram vencer a Supertaça Europeia e o Mundial de Clubes no final do ano.

Lenda no AC Milan

A carreira europeia de Carletto, que o levou aos bancos de suplentes de equipas de topo como o Bayern de Munique, o Paris Saint-Germain, o Chelsea e o AC Milan, para além do Real Madrid, chegou ao fim. Foi campeão nacional com todas elas.

Iniciou a carreira no AC Milan como jogador, depois de ter subido nas fileiras do Parma e de ter começado a deixar a sua marca no início dos anos 80, na Roma.

Ancelotti fez parte de uma equipa lendária do Milan que fez história no futebol europeu no final da década de 1980 e início da década de 1990, treinada por Arrigo Sacchi e ao lado do trio mágico neerlandês Marco Van Basten, Ruud Gullit e Frank Rijkaard. Foi assim que conquistou as duas primeiras Taças dos Campeões Europeus (antiga denominação da Liga dos Campeões), em 1989 e 1990, bem como as Taças Intercontinentais desses dois anos e dois campeonatos italianos.

Depois de pendurar as botas em 1992, começou uma carreira de sucesso como treinador e, ao comando do AC Milan (2001-2009), conquistou mais dois títulos continentais, a Liga dos Campeões em 2003 e 2007.

Duas passagens e um legado dourado em Madrid

Depois de deixar Itália, começou o percurso pelos grandes palcos europeus, até que surgiu o convite do Real Madrid. Em dois períodos diferentes no Santiago Bernabéu, de 2013 a 2015, e de 2021 a 2025, conquistou duas Ligas (2022 e 2024), duas Taças do Rei (2014 e 2023) e três Ligas dos Campeões (2014, 2022 e 2024), entre outros, com um total de 15 troféus que fazem dele o treinador mais bem sucedido do clube.

Tudo isto sem renunciar à sua proximidade com os jogadores ou à sua filosofia, resumida como "liderança calma". Admirado de forma unânime por companheiros e rivais, o natural de uma pequena aldeia da Romagna, que cresceu numa família humilde de agricultores, teve de gerir alguns dos maiores egos do futebol mundial.

Com o fim da fase de clubes, o desafio do outro lado do Atlântico não estará isento de pressão, mas Ancelotti chega para estabelecer a calma como o caminho para o hexa do Brasil.