De acordo com os relatórios financeiros apresentados pela instituição, o Barcelona mantém 140,6 milhões em dívidas a curto prazo e outros 18,5 milhões a longo prazo. Trata-se de pagamentos diferidos a vários clubes por contratações realizadas nos últimos anos, muitas delas durante o mandato de Josep Maria Bartomeu.
A direção de Joan Laporta apostou numa estratégia de pagamentos escalonados que permitisse manter a competitividade desportiva enquanto se tentava estabilizar a economia. Mas o resultado é claro: ainda há muitos cheques por entregar.
Entre os principais credores do Barcelona figuram:
- Leeds United, que ainda tem de receber cerca de 42 milhões de euros por Raphinha.
- Bayern Munique, com 20 milhões pendentes por Robert Lewandowski.
- Sevilha, com 24 milhões por Jules Koundé.
- Manchester City, que ainda espera 13,3 milhões por Ferran Torres.
- Outros clubes como Rennes, Girona, Valência e Sporting (pela transferênica de Raphinha) também têm a receber pagamentos futuros.
Com este panorama, pensar numa operação por Julián Álvarez — atualmente no Atlético de Madrid — parece, para já, mais um desejo do que uma possibilidade concreta.
Um alívio parcial: também lhe devem dinheiro
Nem tudo é negativo para o Barça. O clube também tem contas a receber: cerca de 64,1 milhões de euros que outras instituições têm de lhe pagar nos próximos dois ou três anos. Estes rendimentos ajudariam a aliviar parcialmente a carga financeira e poderiam permitir, a médio prazo, enfrentar novas contratações.
No mais recente comunicado económico, o clube destacou os avanços alcançados: “Os resultados mostram uma estrutura financeira sólida. Os patrocínios e o merchandising atingiram valores recorde, consolidando a projeção internacional do clube”, referiu a direção.
De facto, o canal de YouTube do Barcelona já é o mais seguido entre as organizações desportivas do mundo, com mais de 24 milhões de subscritores. Além disso, no último ano, a entidade conseguiu reduzir a sua dívida geral em 90 milhões de euros.
Julián Álvarez, o nome que não se apaga
Pese embora tudo, o nome de Julián Álvarez continua presente na agenda culé. O avançado argentino encaixaria perfeitamente no esquema ofensivo que o clube procura, e sabe-se que Laporta irá explorar alternativas criativas para tentar aproximar-se do seu círculo.
Não seria a primeira vez que o Barcelona recorre a fórmulas financeiras engenhosas para fechar uma operação.
Entretanto, desde o Mundial Sub-20 do Chile, vários clubes espanhóis poderão ter posto os olhos numa nova joia argentina: Maher Carrizo, avançado do Vélez Sarsfield.
O jovem dinateiro chamou a atenção da imprensa que até o compara ao próprio Álvarez. “Gosto imenso dele. Comparo-me um pouco com ele, vejo-o a correr por todo o lado e é isso que também me agrada. Sempre que o vejo, aprendo imenso”, reconheceu Carrizo em entrevista ao Olé.
Por agora, Julián Álvarez continua concentrado no seu presente no Atlético de Madrid. Mas o seu nome continua a ecoar nos gabinetes do Camp Nou.
Entre as dívidas por pagar e as ilusões desportivas, o sonho do Barça de o contratar continua vivo, embora a realidade económica marque o ritmo do desejo.