Nos últimos instantes da final da Taça do Rei de sábado, vencida pelo Barcelona por 3-2 no prolongamento, o defesa alemão viu o cartão vermelho por ter "atirado um objeto" ao árbitro Ricardo de Burgos Bengoetxea.
O árbitro tinha denunciado na véspera as pressões constantes da televisão do Real Madrid e desfez-se em lágrimas. O jogo decorreu num clima de grande tensão. Completamente fora de si, Rüdiger foi agarrado por vários companheiros de equipa para que não entrasse em campo.
"Ele perdeu a cabeça. Estava fora de controlo. Estou à espera de uma suspensão XXL", comentou o antigo campeão do mundo Lothar Matthaus, consultor da emissora da Bundesliga Sky, no domingo à noite.
De acordo com as regras da Federação Espanhola de Futebol, Rüdiger pode ser suspenso entre quatro e 12 jogos, e Matthaus espera uma pena de dois dígitos. O recordista de jogos pela Alemanha (150 internacionalizações) salientou ainda que Rüdiger está numa espécie de liberdade condicional, depois do gesto que imitou uma decapitação, com os olhos virados para trás e a língua de fora, após a qualificação para os quartos de final da Liga dos Campeões contra o Atlético, num aceso dérbi de Madrid.
"Não há desculpa para o meu comportamento. Antes do apito final, cometi um erro. Peço desculpa, mais uma vez, ao árbitro e a todos os que desiludi", reagiu Rüdiger nas redes sociais, no domingo, um dia depois da sua explosão.
"Ele precisa de mudar"
"Acho que a DFB (Federação Alemã de Futebol) o devia suspender. Eu não o levaria para a final da Liga das Nações, por isso suspendia-o por dois jogos", disse o antigo internacional Dietmar Hamann, que venceu a Liga dos Campeões com o Liverpool em 2005, à Sport 1.
No entanto, de acordo com a agência noticiosa alemã SID, não se espera que Rüdiger sofra qualquer sanção da DFB. A Alemanha é a anfitriã da fina-four da Liga das Nações, com uma meia-final contra Portugal em Munique, a 4 de junho, e uma final (em Munique) ou um jogo de atribuição do terceiro lugar (em Estugarda) quatro dias depois.
"Toni é um futebolista excecional e uma pessoa muito emotiva, um lutador em campo. Tem de continuar assim. Mas, neste caso, ele e alguns dos seus companheiros de equipa deixaram-se influenciar demasiado pelo ambiente extremamente tenso que se vive no clube", declarou Rudi Völler à SID, filial da AFP, na segunda-feira.
"Isso não pode acontecer. Especialmente enquanto jogador da seleção alemã. Ele tem de mudar isso e ele próprio sabe, como mostra a sua reação pública", acrescentou Völler, antigo selecionador da Alemanha (2000-2004).
"Ele tornou-se um grande jogador por ser quem é, E se agora quisermos levar isso adiante, é porque ele é o que é. E se agora quisermos tirar-lhe isso, pode deixar de ser tão eficaz como era antes. Não sei se nos podemos dar ao luxo de passar sem ele", afirmou o antigo guarda-redes alemão Jens Lehmann na Welt TV.