A empresa brasileira Outlier foi a primeira a surgir nesse mercado recente, atendendo clientes como Endrick, Andreas Pereira, Arthur Gomes, Matheus Pereira, Rodrigo Muniz, Joelinton, entre outros craques brasileiros e estrangeiros.
A idéia é oferecer aos clientes um serviço personalizado, que forneça ao jogador diversas informações através de números, vídeos e estatísticas, além de informações sobre os próximos adversários, tentando manter tudo fresco na mente do jogador.
O CEO da empresa, Diego Vieira, foi um dos entrevistados no Podcast Flashscore na edição 2024 do Confut Nordeste, e teve as suas duras lições no mundo do futebol antes de iniciar seu novo empreendimento.
"Fui jogador de futebol profissional, mas só fiz dois jogos nos Estados Unidos e eles fizeram-me ver que a diferença era muito grande. Não era para mim", conta.
"Sou amigo pessoal de Léo Bonatini (hoje no Atlético San Luis, do México), que me sugeriu a ideia do projeto. Tudo começou quando analisei os dados dele quando jogava no Wolverhampton. Ele acabou por servir de protótipo", acrescentou.
"A ideia era estudar o Nuno Espírito Santo (seu treinador na altura) e mostrar ao Léo os aspetos que tínhamos desenvolvido e que podiam ser melhorados em campo", recorda o proprietário da empresa, que afirma ter o maior número de clientes neste mercado em todo o mundo.
Com o auxílio da tecnologia crítica de negócios, o processo metodológico evoluiu, reunindo ainda mais dados que foram incorporados às conversas com os jogadores. "No início, era só eu. Um exército de um homem só. Hoje temos 23 pessoas a servir 75 clientes, entre jogadores, treinadores e clubes", explica.
A Outlier dá um apoio importante às equipas em termos de informação sobre o plantel jovem, algo para o qual os clubes nem sempre têm a estrutura e os processos internos necessários.
As reuniões com os jogadores têm lugar semanalmente e todos os jogadores recebem imagens de vídeo das principais ações. Alguns recebem também análises dos seus adversários, se isso fizer parte do seu contrato com a empresa.
De dois em dois meses, os jogadores têm também acesso a um relatório que analisa o seu comportamento tático e individual, indicando as suas melhorias e pontos de progresso. Além disso, é-lhes apresentada uma comparação global com os jogadores da mesma posição na liga em que jogam.

Ambiente seguro
O boca-a-boca tem feito uma grande diferença na angariação de mais clientes, dando uma maior popularidade a uma atividade que nem todos conheciam, limitando-se ao que o clube lhes dizia. "Nos nossos contactos restritos com os atletas, estes podem posicionar-se a si próprios e à sua dor num ambiente seguro. É importante para nós entendermos o contexto em que estão inseridos e também a cultura e o estilo de jogo em que estão inseridos", continuou.
"Queremos ajudar o jogador no âmbito do jogo do seu treinador e do seu clube, temos de compreender o seu papel a nível individual para que possam ter um melhor desempenho como equipa", afirmou.
Objetivo para a temporada
Vieira diz que uma das maiores recompensas que a empresa pode ter é o feedback quando os jogadores dizem que, numa determinada situação do jogo, se lembraram de determinada informação que lhes foi dada e que os fez tomar a melhor decisão em campo.

"É esse o nosso golpe. A ideia é que, ao longo dos anos, os jogadores se tornem cada vez mais auto-suficientes na resolução de problemas em campo", argumentou.
"Estamos a funcionar a 30% da nossa capacidade, queremos servir e ter impacto em mais jogadores e clubes. A nossa missão é impulsionar o desenvolvimento tático e tornar os jogadores cada vez mais inteligentes dentro e fora do campo", concluiu.