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Endrick entre os jogadores que procuram melhorar o desempenho através das estatísticas individuais

Endrick é um dos principais clientes da Outlier.
Endrick é um dos principais clientes da Outlier.Pierre-Philippe Marcou / AFP
Um serviço exclusivo tem o seu valor, em qualquer área. Os futebolistas têm a oportunidade de melhorar as suas qualidades contratando um serviço focado no seu perfil, que estuda os seus números e decisões, procurando melhorar tanto individualmente como dentro do esquema tático da sua equipa.

A empresa brasileira Outlier foi a primeira a surgir nesse mercado recente, atendendo clientes como Endrick, Andreas Pereira, Arthur Gomes, Matheus Pereira, Rodrigo Muniz, Joelinton, entre outros craques brasileiros e estrangeiros.

A idéia é oferecer aos clientes um serviço personalizado, que forneça ao jogador diversas informações através de números, vídeos e estatísticas, além de informações sobre os próximos adversários, tentando manter tudo fresco na mente do jogador.

O CEO da empresa, Diego Vieira, foi um dos entrevistados no Podcast Flashscore na edição 2024 do Confut Nordeste, e teve as suas duras lições no mundo do futebol antes de iniciar seu novo empreendimento.

"Fui jogador de futebol profissional, mas só fiz dois jogos nos Estados Unidos e eles fizeram-me ver que a diferença era muito grande. Não era para mim", conta.

"Sou amigo pessoal de Léo Bonatini (hoje no Atlético San Luis, do México), que me sugeriu a ideia do projeto. Tudo começou quando analisei os dados dele quando jogava no Wolverhampton. Ele acabou por servir de protótipo", acrescentou.

"A ideia era estudar o Nuno Espírito Santo (seu treinador na altura) e mostrar ao Léo os aspetos que tínhamos desenvolvido e que podiam ser melhorados em campo", recorda o proprietário da empresa, que afirma ter o maior número de clientes neste mercado em todo o mundo.

Com o auxílio da tecnologia crítica de negócios, o processo metodológico evoluiu, reunindo ainda mais dados que foram incorporados às conversas com os jogadores. "No início, era só eu. Um exército de um homem só. Hoje temos 23 pessoas a servir 75 clientes, entre jogadores, treinadores e clubes", explica.

A Outlier dá um apoio importante às equipas em termos de informação sobre o plantel jovem, algo para o qual os clubes nem sempre têm a estrutura e os processos internos necessários.

As reuniões com os jogadores têm lugar semanalmente e todos os jogadores recebem imagens de vídeo das principais ações. Alguns recebem também análises dos seus adversários, se isso fizer parte do seu contrato com a empresa.

De dois em dois meses, os jogadores têm também acesso a um relatório que analisa o seu comportamento tático e individual, indicando as suas melhorias e pontos de progresso. Além disso, é-lhes apresentada uma comparação global com os jogadores da mesma posição na liga em que jogam.

Diego Vieira em entrevista ao Flashscore Podcast
Diego Vieira em entrevista ao Flashscore PodcastSertão Filmes

Ambiente seguro

O boca-a-boca tem feito uma grande diferença na angariação de mais clientes, dando uma maior popularidade a uma atividade que nem todos conheciam, limitando-se ao que o clube lhes dizia. "Nos nossos contactos restritos com os atletas, estes podem posicionar-se a si próprios e à sua dor num ambiente seguro. É importante para nós entendermos o contexto em que estão inseridos e também a cultura e o estilo de jogo em que estão inseridos", continuou.

"Queremos ajudar o jogador no âmbito do jogo do seu treinador e do seu clube, temos de compreender o seu papel a nível individual para que possam ter um melhor desempenho como equipa", afirmou.

Objetivo para a temporada

Vieira diz que uma das maiores recompensas que a empresa pode ter é o feedback quando os jogadores dizem que, numa determinada situação do jogo, se lembraram de determinada informação que lhes foi dada e que os fez tomar a melhor decisão em campo.

A Outlier passou de um para 23 funcionários, demonstrando o seu crescimento no mercado.
A Outlier passou de um para 23 funcionários, demonstrando o seu crescimento no mercado.Arquivo pessoal

"É esse o nosso golpe. A ideia é que, ao longo dos anos, os jogadores se tornem cada vez mais auto-suficientes na resolução de problemas em campo", argumentou.

"Estamos a funcionar a 30% da nossa capacidade, queremos servir e ter impacto em mais jogadores e clubes. A nossa missão é impulsionar o desenvolvimento tático e tornar os jogadores cada vez mais inteligentes dentro e fora do campo", concluiu.