Leia aqui a primeira parte da entrevista
Na segunda parte da entrevista exclusiva do Flashscore a Azpilicueta, o antigo vencedor da Liga dos Campeões conta como está a ser a sua vida em Espanha e como foi estar às ordens de Diego Simeone.
- César, depois de duas épocas no Atlético de Madrid, juntou-se ao Sevilha. O que espera realmente desta etapa e porque escolheu o Sevilha?
Foi um verão muito atípico, depois de o meu contrato com o Atlético ter terminado após o Mundial de Clubes. Por isso, tentei preparar-me, à espera do projeto certo. E quando tive conversas com o Sevilha, com o treinador, senti que podia ser importante, que podia ajudar a equipa e o clube, tanto dentro como fora do campo. Foi por isso que quis viver esta experiência neste clube. Sei que as duas últimas épocas não estiveram ao nível a que estavam habituados nos últimos anos. Mas tento dar o meu contributo e espero que possamos fazer uma boa época.
- É exatamente isso a que me refiro, porque o Sevilha teve esta época o seu melhor arranque desde 2021/2022. O clube está no caminho de voltar aos dias de glória?
Ainda é cedo para dizer. Penso que se continuarmos a trabalhar como estamos a fazer todos os dias, a competir entre nós, nos treinos, nos jogos, sentimos que todos somos importantes. Não importa se jogas 90 minutos, um ou 10, todos contam. A época é longa, por isso temos de estar preparados para quando chegar a nossa vez. E penso que temos uma equipa forte quando vejo o ambiente no estádio. Juntos podemos alcançar grandes coisas, mas temos de ir passo a passo.
- O Sevilha fez um grande jogo contra o Barcelona no último encontro (vitória por 4-1). Como o abordaram?
Antes de mais, são três pontos. É verdade que jogámos contra os líderes, os campeões da LaLiga, mas penso que temos de manter o equilíbrio. Sabemos que não ganhámos muitos jogos em casa desde 2025. O ambiente foi espetacular, fizemos um grande jogo, mas temos de manter essa intensidade. Tentámos não lhes dar muito espaço nem tempo, porque com a sua qualidade conseguem encontrar espaços e o passe certo a qualquer momento. E foi essa intensidade e concentração que nos permitiu vencer o jogo.
- Que impacto teve Matías Almeyda na equipa? O que está a trazer?
Está a trazer identidade para formar um grupo forte. Todos os dias treinamos de uma forma específica a forma como queremos jogar. Queremos ser intensos. Não queremos dar muito tempo ao adversário com a bola, queremos recuperá-la e, a partir daí, temos jogadores muito perigosos na frente. Por isso, vamos passo a passo, mudando também a mentalidade com que encaramos os jogos, como queremos ganhar, que é o mais importante e o mais difícil no futebol. Mas é verdade que, nestes primeiros oito jogos, em alguns momentos jogámos bem, noutros nem tanto, mas também somámos resultados, o que é importante. Temos de continuar a construir passo a passo.
- É possível comparar Almeyda de alguma forma com Diego Simeone?
Bem, são diferentes. Penso que todos os treinadores que tive na minha carreira têm a sua personalidade, a sua forma de ver o futebol e, para mim, isso foi uma grande vantagem. Aprendi muito com cada um, porque ninguém tem a única forma de ganhar no futebol. Sempre tive a mente aberta e agora com o Matías é igual. Tento aprender de outra perspetiva e trazer a minha experiência.
- Como era a ligação de Diego Simeone no balneário, algo que não saibamos?
Mudou a história do clube quando chegou ao Atlético de Madrid em 2011, se não estou em erro. Fez com que o clube competisse com os maiores do mundo e ganharam duas ligas e disputaram duas finais da Liga dos Campeões. Por isso, faz parte da história do clube. Também como jogador, e agora como treinador durante tanto tempo, é muito difícil manter-se tantos anos no mesmo clube. Por isso, sim, a sua paixão pelo clube nota-se todos os dias.
- Uma última pergunta sobre um momento não muito feliz para si nem para os seus companheiros. Refiro-me à eliminação da Liga dos Campeões frente ao Real Madrid. Como se viveu essa situação no balneário?
Foi um golpe, porque nos dois jogos competimos muito bem, estivemos muito perto de passar e depois os penáltis... E, bem, foi muito duro e, infelizmente, é uma má experiência, mas é futebol e ficámos muito tristes. Ficámos muito frustrados porque podíamos ter passado e merecíamos ao longo dos dois jogos. Sobretudo no início do segundo encontro, quando marcámos o primeiro golo e pressionámos para fazer mais. Mas, já se sabe, não se pode fazer nada. Só resta virar a página e tentar de novo na próxima época.