-Marcos, como está a correr a sua vida agora na organização do Villarreal?
- Muito bem, é sempre uma alegria poder reencontrar os amigos, poder fazer parte da festa. E agora, com outras tarefas para fazer, tem de haver alguém que represente e eu, felizmente, entre tantos que passaram pelo clube, fui escolhido para esse papel, e estou assim há nove anos e estou muito contente.
- Afinal de contas, é uma lenda do Villarreal.
- Estive 11 épocas a jogar, não pensei que fosse durar tanto tempo num clube, e ainda lá estou, porque foram 11 épocas a jogar, agora nove como diretor de relações institucionais. Como disse, espero que se prolongue por muitos anos. Tenho de ir a eventos como as cerimónias de entrega de prémios. A parte desportiva já não existe, nem sequer jogar com os miúdos. Se tenho de fazer desporto, tento cuidar um pouco de mim, fazer um pouco de desporto, mas, em suma, estou muito satisfeito com o papel que o clube me atribuiu.
A Liga dos Campeões como objetivo
- Depois da pausa para a FIFA, visita o Getafe com o quarto lugar como uma ilusão.
- Ganhar um jogo na LaLiga é sempre muito complicado, agora temos de defrontar o Getafe, que é sempre muito difícil de jogar contra esta equipa do Bordalás, que tem a sua própria forma de jogar, o que dificulta a vida à maioria das equipas, e ainda mais agora, que estão numa dinâmica muito boa, com confiança, vão jogar em casa. Mas bem, estamos confiantes no nosso plantel, que podemos recuperar a boa dinâmica que tínhamos até há dois jogos. Temos um bom plantel, penso que os jogadores estão muito empenhados em dar a volta à situação e estou certo de que o conseguiremos.

- Também não estão muito mal, em quinto lugar, um lugar que pode ser de Liga dos Campeões.
Esperemos, esperemos e esperemos que nos mantenhamos aí, porque as equipas que estão atrás de nós estão a pressionar. Sabemos que o fim do campeonato se aproxima, que tudo está a ficar muito apertado. Cada jogo tem uma dificuldade acrescida, e penso que tanto para o Villareal como para o Getafe, falando concretamente deste jogo, vai ser muito difícil, porque todos estão à procura de um lugar na Europa. O Getafe também está a pensar nisso, mas nós vamos dar o máximo para nos mantermos lá e esperamos conseguir o quinto lugar na Liga dos Campeões no próximo ano.
- O que significa para um clube e para os jogadores estar na Liga dos Campeões?
- É muito importante. Penso que o sonho de um jogador, obviamente quando chega ao nível superior, à Primeira Divisão, é jogar na Liga dos Campeões. A partir daí, num clube como o Villarreal, que tem vindo a crescer ano após ano, poder jogar na Liga dos Campeões significa muito em termos de imagem. Nós, com o esforço de promoção, se não estamos no campeonato, quando jogamos na Liga dos Campeões, não é preciso tanto esforço, porque estamos lá, na montra, toda a gente nos observa. É por isso que é muito bom jogar na Liga dos Campeões, é bom para todos, é bom para o clube, é por isso que queremos lá estar.
-Para uma montra, a seleção espanhola, mais uma vez campeã europeia.
- A seleção espanhola, para mim, recuperou o seu muito bom nível. Sempre teve uma geração muito boa, é verdade que por vezes há um ciclo, e esse ciclo tem normalmente uma quebra em termos desportivos e futebolísticos, mas creio que hoje a confiança foi recuperada. Porque antes do Europeu havia confiança, mas depois de ganharmos, e da forma como ganhámos, que também marcou uma época, a confiança voltou. Agora vem o Mundial, onde é inevitável não colocar a Espanha como uma das favoritas. Para mim, são sérios candidatos a serem campeões, porque temos uma equipa muito boa. Temos um antigo jogador, Rodri, que ganhou a Bola de Ouro, e penso que ele é fundamental com a sua experiência, com o seu futebol. Penso que a Espanha vai ganhar o Mundial em 2026. Penso que o sério candidato, para mim, é a Espanha, a Argentina, e depois vêm os outros, há também a França, mas estou muito contente por ver como a Espanha está a jogar, com a confiança que tem. Por outro lado, o futebol que a Argentina está a jogar é espetacular.

- E com Baena, Yeremi Pino?
- Quanto mais jogadores do Villarreal houver, melhor para nós, como o Baena, o Yeremy, o Ayoze... e se aparecer mais algum, tanto melhor. Penso que, em termos de imagem e de montra do Villarreal, é muito bom. Trabalhamos com as camadas jovens para que, no final, estes jogadores cheguem à equipa principal e daí subam à seleção espanhola e, felizmente, temos conseguido isso ao longo dos anos. Esperamos continuar nesta linha.
- É um prazer falar consigo, Marcos.
Muito obrigado