O juiz que dirige a investigação ao Barça por pagamentos ilícitos de comissões em transferências durante o mandato de Bartomeu acrescentou a contratação de Antoine Griezmann ao processo por considerar que existem dois crimes, um de falsificação e outro de administração desleal no pagamento de 15 milhões de euros ao Atlético de Madrid para travar a sua queixa por negociar diretamente com um jogador com contrato.
De acordo com o despacho, "alegadamente negociou-se com um futebolista com contrato em vigor com outro clube", pelo que os catalães teriam violado a "normativa da FIFA" desta forma.
"Os clubes não podem contactar um desportista com contrato em vigor se não tiverem falado previamente com a sua equipa. Excetuam-se os últimos seis meses do contrato do futebolista, o que não é o caso em apreço", explicou o juiz.
O que fez soar os alarmes foi uma denúncia do Atleti à RFEF "já que tinha indícios importantes de que o clube (Barça) tinha negociado com o jogador diretamente entre fevereiro e março de 2019".
Tal como publicou o El Mundo esta quinta-feira, o Barcelona negociou a contratação do francês num "período tecnicamente proibido".
15 milhões de comissão
O despacho judicial refere que "a fim de evitar uma possível sanção da RFEF, alegadamente, por parte dos investigados, negociou-se diretamente com o Atlético de Madrid e chegou-se a um acordo em que se valorizava o pagamento de 15 milhões em troca de não apresentar provas ao processo que tinha sido instaurado".
"Para dar um aspeto lícito aos pagamentos, alegadamente simulou-se que se adquiria um direito de preferência prioritário sobre vários jovens futebolistas do Atlético de Madrid", prossegue o instrutor do caso. "O Atlético de Madrid, alegadamente, desistiu de apresentar provas à RFEF relativamente à denúncia apresentada contra o FC Barcelona. Estes factos podem integrar o crime de administração desleal e/ou falsificação contabilística", conclui.