Barcelona 4-3 Celta de Vigo
Hansi Flick fez descansar Lamine Yamal e manteve a grande maioria dos titulares para receber um adversário que elogiou na conferência de imprensa. Enquanto os culés encararam o jogo como uma oportunidade ideal para aumentar temporariamente a sua vantagem sobre o Real Madrid, os visitantes chegaram a Barcelona com a esperança de, pelo menos, emular o empate a 2-2 da primeira volta.

Robert Lewandowski tentou a sua sorte com um remate desviado na fase inicial de um jogo que não tinha um dominador claro, uma vez que o Celta está habituado a mimar a bola e não ia ceder longas posses de bola. O Barcelona chegou ao golo pouco antes do quarto de hora, por intermédio de Ferran Torres, que fez uma incrusão fantástica até à área e ousou um remate que Vicente Guaita não conseguiu parar.
Mas a alegria durou pouco em Montjuïc, pois Borja Iglesias restabeleceu a igualdade quase de imediato, finalizando uma brilhante jogada de equipa, com um passe ainda melhor de Pablo Durán, em que a defesa e Wojciech Szczęsny ficaram expostos.
O Panda voltou a usufruir de uma situação semelhante à anterior, mas o guarda-redes polaco fechou o espaço. Foi uma chamada de atenção para uma equipa novamente com dificuldades no flanco esquerdo, onde Ilaix Moriba também irrompeu para testar o antigo guarda-redes da Juventus, obrigado a reagir duas vezes ao remate subsequente de Iker Losada. Apesar das boas sensações, Giráldez optou por introduzir uma alteração no sistema após os balneários. E não correu mal: Durán fez um grande esforço individual que foi anulado por Szczęsny e, pouco depois, Borja aproveitou uma falha de comunicação entre Iñigo e De Jong para castigar os catalães numa tarde de sol e chuva no Estadi Olímpic Lluís Companys.
A resposta do treinador alemão foi a esperada: Lamine Yamal e Dani Olmo. No entanto, isso não impediu que o avançado emprestado pelo Real Betis marcasse o seu "hat-trick" depois de alívio que acabou por isolá-lo. Com a equipa da casa a mostrar-se um pouco instável na defesa, o resultado passou a ser de 1-3. E faltava pouco menos de meia hora para o apito final. Contagem decrescente para a reviravolta.
Quando há talento em campo, nada é garantido. E o que aconteceu foi mais uma prova disso: um golpe duplo do recém-entrado Olmo e de Raphinha.
O extremo brasileiro fez um passe fantástico para o internacional espanhol e depois bateu Guaita com um belo cabeceamento a passe de Lamine. Apesar disso, especialmente depois do aguaceiro, o Celta continuava a rondar a área.
Se o dia já estava tenso para os homens de Flick, a lesão de Lewandowski - que pediu para ser substituído depois de levar a mão ao tendão esquerdo - ensombrou um dia inesquecível para os adeptos. Embora a realidade seja que o guião poderia ter sido o oposto se Mingueza tivesse enviado a bola para a baliza com uma cabeçada livre.
Porém, no oitavo minuto de compensação, a grande penalidade de Yoel sobre Olmo permitu a Raphinha selar o 4-3 final.
Rayo Vallecano 1-1 Valencia

O Valência, que estava em queda até há cerca de dois meses, é agora como um paciente que sai do hospital e está ansioso por cumprir todos os planos que escreveu numa lista antes de receber alta. O semblante dos jogadores é diferente e o que transmitem é muito diferente do final de 2024. Bastaram alguns instantes para perceber que a alegria dos bons resultados alcançados nas últimas semanas foi transferida para o jogo.
Aos poucos, os donos da casa foram ganhando terreno, como a criança tímida que começa a levantar a mão na aula a partir do segundo tempo. Randy Nteka, a referência do ataque, rematou para fora depois de aproveitar um bom passe para o espaço, naquela que foi a única abordagem até ao momento, já depois da meia-hora. E com o francês a receber na área, o atacante francês foi coadjuvante no auto-golo de César Tárrega, em cima do intervalo.
Apesar de ter saído na frente, foi o Rayo que tomou a iniciativa após o intervalo. Um início de jogo que ameaçava aumentar a diferença no marcador obrigou Carlos Corberan a mexer no banco mais cedo do que o esperado, com Luis Rioja e Rafa Mir a entrarem para agitar as coisas. Entretanto, Florian Lejeune rematou forte na sequência de um livre que Giorgi Mamardashvili defendeu sem correr grandes riscos.

Uma boa jogada coletiva dos visitantes, que estiveram perto do empate numa jogada criada pelos dois recém-chegados, não dissuadiu a equipa madrilena, que respondeu por Álvaro García. O tempo esgotou-se para uma equipa que mostrou o seu espírito competitivo através de Jesús Vázquez - um assistente de luxo - e Umar Sadiq - que teve azar no primeiro remate e sorte no ressalto (75'). Ambos tinham entrado em campo como suplentes.
Nenhum dos dois tinha muito a perder, e mais a ganhar, portanto não havia como abrir mão dos três pontos. Mais uma incursão do nigeriano, que cumpriu suspensão frente ao Espanhol, gerou algum receio na equipa da casa, que se mostrou um pouco menos fluente no território do adversário. Fran, tal como no empate a 1-1, fez muitos estragos com outro ataque pelo flanco direito, mas desta vez o guião foi o oposto do anterior. O jogo também ficou empatado nos descontos, pelo que ninguém ficou completamente satisfeito.