Real Valladolid 0-5 Atlético de Madrid
Com o ambiente rarefeito pelos múltiplos apelos a Ronaldo Nazario para vender o clube, com Pezzolano suspenso e a ouvir mais cânticos de um camarote envidraçado para que acompanhasse o presidente, e com o Atlético em alta, as coisas em Pucela só podiam correr mal para a equipa da casa.

Foi Lenglet quem abriu o marcador, depois de uma assistência de Llorente, que entrou na área como uma faca quente em manteiga. O passe encontrou o defesa francês sozinho ao segundo poste e este limitou-se a empurrar a bola para o fundo das redes, fazendo o 0-1. Giuliano Simeone tinha acabado de ver um golo anulado por fora de jogo. Enfurecido, deixou Javi Sánchez pelo caminho e assistiu Griezmann. O remate do francês foi bloqueado, mas o ressalto caiu no pé de Julián Álvarez, que empurrou para a baliza vazia.
E apenas dois minutos depois, aos 37 minutos, o Atlético fez mais um. Combinando como nunca a partir do meio-campo, jogando a dois toques, Javi Galán deslizou como um míssil para a área para fazer o passe atrasado para De Paul fazer o 0-3.
Poderia ter sido ainda pior para o Pucela se o golo de Giménez não tivesse sido anulado por fora de jogo no calcanhar de Griezmann. Nem por um milímetro, vá lá. Para alguns dos adeptos do Valladolid isso não importava, já tinham visto demasiado e começaram a fugir do estádio.
Os que saíram perderam um dos golos da época que o estádio inteiro aplaudiu. Bem merecido quando Griezmann, depois de uma tabela com Julian, dominou de calcanhar e com um remate suave, delicado e agradável de trivela, que passou por Hein. Um grande golo e 0-4.
E, claro, nos descontos, os suplentes também queriam o seu minuto de glória. E foi assim que Sorloth marcou o golo do 0-5 a partir de um passe de Correa. A situação é má para o Valladolid, que continuará a ser o último da tabela, com a equipa de Cholo no segundo lugar, apenas a dois pontos do Barça e acima do Real Madrid, que tem dois jogos a menos.
Barcelona 1-2 Las Palmas
Horas depois da celebração institucional e formal, que contou com a presença de nomes como Ronald Koeman e Xavi, foi altura de levar os festejos de aniversário para o relvado. Robert Lewandowski, Jules Koundé e companhia tinham o desafio de colocar a cereja no topo do bolo do fim de semana com uma vitória que também se afigurava importante para retomar o caminho do campeonato, depois da derrota em Donosti e do empate em Vigo.

Foi um dia de reencontro para muitos dos visitantes, com destaque para três jogadores titulares do Las Palmas (Sandro Ramírez, Mika Mármol e Jasper Cillessen). É sempre uma boa altura para se vingar, e fazê-lo num dia tão especial e carregado de emoção era tentador. Na direção oposta e em circunstâncias diferentes, Pedri González voltava a enfrentar o clube onde foi criado e que lhe permitiu tornar-se profissional.
Troca de golpes
O Barcelona, de novo com os calções brancos em honra das suas origens, enfrentou inicialmente um adversário teimoso e rebelde. Um remate de Sandro quase resultou em golo e, pouco depois, uma introdução pela esquerda colocou Scott McKenna dentro da área, mas o seu remate foi tão fraco que nem sequer obrigou Inaki Pena a intervir. Pelo meio, Fermín López teve uma oportunidade clara após um grande passe de Pablo Torre.
Alejandro Baldé, com dificuldades em respirar e em levantar-se, teve de abandonar o relvado com uma forte pancada no pescoço, o que levou à entrada do jovem Gerard Martín. Depois de algumas aproximações tímidas dos amarelos, a equipa de Hansi Flick respondeu por duas vezes na parte final da primeira parte, incluindo um remate à trave de Raphinha, o segundo melhor marcador do campeonato.

Eficácia dos canários
Para resolver o problema, o treinador alemão optou por Lamine Yamal. Depois, à passagem da hora de jogo, foi efetuada uma tripla substituição (Ferran, Fort e De Jong). Este último entrou em campo com o marcador a seu favor, já que o já referido Ramirez tinha terminado uma espetacular jogada de equipa com um remate soberbo.
E apenas quatro minutos depois destas substituições, Raphinha encontrou espaço suficiente para bater Cillessen à entrada da área.
Em Montjuïc, onde o bom tempo sugeria que o sábado iria decorrer sem grandes sobressaltos, sentia-se um certo aroma a reviravolta. Mas nada podia estar mais longe da verdade: outro golo, desta vez de Fábio Silva, caiu como um bloco de cimento sobre os adeptos da casa. O português, por quem o Wolverhampton pagou 40 milhões de euros ao FC Porto, fez uma brilhante jogada de controlo, rotação e finalização (67').
Yamal fez mais do que uma aparição e sufocou o melhor que pôde uma defesa física e mentalmente desgastada. Com os insulares a ficarem cada vez mais para trás, o árbitro anulou o 2-2 por fora de jogo e o guarda-redes neerlandês fez uma grande defesa a um livre cobrado pelo autor do golo. A resiliência foi recompensada na forma de três pontos inesperadamente valiosos, que também abriram ainda mais a corrida pelo título.