Real Sociedad 2-0 Betis
O futebol é para os malandros. Para os dribladores, para os audazes, para os que fazem a diferença. E para aqueles que aproveitam qualquer ação, como um simples lançamento, para gerar um golo. A Real recuperou rapidamente a bola perdida devido à falta de jeito de Altimira para encontrar Aihen em corrida. O cruzamento de Aihen foi finalizado... pelo ex-Real Sociedad Llorente, que rematou para a sua própria baliza, frente a Oyarzabal. Ao quarto de hora, a Real, apesar das dificuldades de circulação devido à pressão do Betis, já estava em vantagem

Os verdiblancos tentavam digerir o mau estar através da qualidade de Lo Celso e da audácia do estreante Jesús Rodríguez, o "novo Joaquín". Mas foi-lhes assinalada uma grande penalidade, detetada pelo VAR, que Oyarzabal, que marcava o seu centésimo golo como txuri-urdino, não ia falhar. Meia hora e 2-0.
Os béticos ficaram sem argumentos, para além de um cabeceamento centrado de Bartra que Remiro defendeu, e precisaram de mais de outros jogadores em campo contra uma Real muito confortável que só precisou de dois remates à baliza de Rui Silva, um deles feito por um jogador do Betis, para marcar os seus dois golos.
A equipa de Pellegrini também não fez muito no ataque. Tal como na Liga Conferência. Mesmo com as alterações, não teve a profundidade necessária para incomodar o guarda-redes da Real Sociedad. Dominaram a posse de bola, fizeram-na sair bem, mas Jesús Rodríguez, agora a entrar pela esquerda, continuou a ser o único a criar perigo. Isso e os lances de bola parada de Lo Celso.
A Real, portanto, viveu com muita calma o que restava do jogo. Os adeptos do Anoeta aproveitaram para incentivar Umar Sadiq, que continua a não ter sorte como jogador da equipa basca. O seu golo não foi necessário para garantir a vitória, que acabou mesmo por acontecer e permitir a ultrapassagem ao Betis, ficando agora a formação de Alguacil a três pontos dos lugares europeus.

Real Madrid 2-0 Getafe
Carlo Ancelotti fez regressar Rodrygo para o jogo contra o Getafe e, consciente da necessidade de vencer para ficar a um ponto (e com um jogo a menos) da liderança, não tardou a pô-lo a jogar na ausência do lesionado Vinicius Júnior. No total, foram quatro as novidades em relação ao onze que começou e perdeu em Liverpool: Lucas Vázquez, Fran García e Dani Ceballos, as outras caras novas da equipa merengue.

O início do jogo foi adiado devido a problemas de ligação com a sala VAR, o que por vezes perturbou o ambiente. O apito inicial de Alejandro Hernández Hernández animou uma multidão disposta a perdoar a sua equipa após a derrota em Anfield. Os azuis e brancos entraram rebeldes, pressionando no meio-campo do adversário e tentando não entrar no seu próprio campo, mas sem incomodar Thibaut Courtois.
Pouco a pouco, os atuais campeões começaram a ganhar terreno. Mas tudo mudou aos 26 minutos, quando Allan Nyom - anteriormente advertido por uma situação muito semelhante e substituído ao intervalo para evitar riscos - travou Antonio Rüdiger na área e o árbitro assinalou uma grande penalidade (já tinha sido reclamada contra o extremo brasileiro na fase inicial). Jude Bellingham assumiu a responsabilidade e enganou calmamente David Soria.
O médio inglês, substituído ao intervalo por estar um pouco tonto, aproveitou uma corrida fantástica de Fran Garcia e deixou o esférico para Kylian Mbappé fazer o 2-0. O francês cortou para trás, levantou a cabeça e colocou a bola junto ao poste esquerdo.
Jogar com o resultado a favor é sempre mais fácil, embora comporte um certo risco devido à tentação de cair num relaxamento indesejado. E numa dessas ações que não se esperam e que podem acontecer, o recém-entrado Christantus Uche acertou com a bola na trave. A sua tentativa de golo custou-lhe caro, porque sofreu uma lesão muscular no remate e, depois de se esforçar durante muito tempo, resignou-se a abandonar o campo de jogo.
A equipa da casa procurava Mbappé, que podia ter feito pelo menos um hat-trick, pois teve muitas oportunidades. Os adeptos estavam empáticos e solidários, mas não quando Patrick esteve perto de fazer o 2-1 com um remate que acertou na trave e no poste.

Villarreal 2-2 Girona
Se há algo que caracteriza Marcelino García e Míchel Sánchez é o facto de as suas equipas, Villarreal e Girona, respetivamente, não terem o hábito de especular. Este futebol ousado, vertical e vistoso também se reflecte nas estatísticas: ambas estão entre as oito equipas com mais golos do campeonato. De facto, Bryan Gil demorou apenas um minuto a testar Diego Conde, depois de ter aproveitado o erro grosseiro de Logan Costa no início do jogo.

O ritmo elevado estava muito presente e as oportunidades eram quase constantes. Aos 23 minutos, uma nova aproximação dos groguets traduziu-se em golo, com Thierno Barry a aproveitar um ressalto na área. Logo após o intervalo, um roubo de bola dos anfitriões deixou Baena em boa posição, aproveitando o passe de Yeremi Pino para rematar de pé esquerdo e aumentar a diferença para 2-0.
Apesar do resultado adverso, a equipa catalã não perdeu a coragem. Já com Abel Ruiz em campo, somou uma dupla oportunidade e, na jogada seguinte, Donny van de Beek aproveitou um ressalto à entrada da área, beneficiando de um desvio para reduzir distâncias (66'). A partir daí, a tensão entre os jogadores aumentou (nove amarelos), numa reta final condicionada pelo golo de Stuani, em fora de jogo, e pelo empate de Krejčí com um remate soberbo (97'). Um prémio pela persistência.