Após o revés do "Clássico" frente ao Real Madrid, o Barcelona regressou às vitórias ao superar por 3-1 o Elche. Um duelo que deixou três pontos no cacifo azulgrana, mas também mais dúvidas sobre o nível desta época de um campeão em título que continua sem se encontrar com e sem bola.
De facto, frente ao conjunto ilicitano, verificou-se um facto que costuma ser insólito, pois a equipa da Cidade Condal perdeu a posse de bola a jogar em casa na LaLiga (49% contra 51%). De facto, é a primeira vez que o Barça não conquista este parâmetro estatístico desde que, na época 2018-19, a Real Sociedad conseguiu partilhar 50-50 a posse de bola no Camp Nou frente a uma equipa então orientada por Ernesto Valverde.
Um sintoma de descontrolo que, noutro frente, o conjunto catalão já sofreu na pele frente ao Paris Saint-Germain, pois o conjunto francês, na sua visita a Barcelona, também lhe retirou a posse de bola, no seu caso por 47% contra 53%.
A perda do domínio dos jogos não está propriamente a ajudar o Barcelona de Hansi Flick a colmatar aquele que já era o seu grande problema no ano passado: a debilidade defensiva. A saída de Íñigo Martínez e as ausências por lesão de jogadores importantes no trabalho de pressão, como Raphinha, expuseram ainda mais um Barcelona cuja ideia de jogo dá muitas facilidades ao adversário se não for executada na perfeição.
Na época passada, nos primeiros 14 encontros da temporada, o Barça só conseguiu manter a baliza inviolada em cinco ocasiões, sofrendo um total de 13 golos (0,98 por duelo). Um número preocupante que piorou entre novembro e dezembro, quando a equipa de Hansi Flick sofreu golos em 10 dos seus 11 duelos disputados (só terminou sem sofrer frente ao Brest), somando um total de 16 golos sofridos para fechar o ano com 29 golos encaixados em 25 jogos (1,16).
Esta época, até ao momento, a situação não está melhor, pois o conjunto de Arístides Maillol não permitiu que o adversário marcasse apenas em três dos 14 jogos que disputou, sofrendo mais de um golo por jogo (1,14), já que já encaixou 16. Além disso, com o golo do Elche, o Barça soma oito jogos seguidos sem manter a baliza inviolada, algo que não acontecia desde o ano 2021, quando Ronald Koeman era o técnico culé.
Um mau precedente que os pupilos de Hansi Flick tentarão fazer esquecer nesta reta final do ano para não complicar o seu futuro na Liga e na Champions, os dois grandes objetivos do clube.
    