Las Palmas 2-3 Valência
O Las Palmas, com Dario Essugo no onze, saiu do encontro frente ao Valência com uma crise de identidade evidente. A equipa da casa foi dominada por um adversário mais ambicioso, mais corajoso e mais eficaz. O inevitável aconteceu aos 20 minutos, quando Hugo Duro aproveitou um ressalto na área para inaugurar o marcador, após uma jogada iniciada por Gayà e um remate de Luis Rioja.
A equipa de Diego Martínez revelou-se passiva e pouco inspirada, valendo-lhe apenas a exibição segura do guarda-redes Horkas, que evitou males maiores com uma defesa decisiva a um remate de Rafa Mir. Contra a corrente do jogo, já perto do intervalo, o Las Palmas beneficiou de um penálti controverso assinalado após intervenção do VAR. Sandro converteu com classe e restabeleceu a igualdade.
Na segunda parte, o Valência voltou a entrar mais forte. Hugo Duro bisou aos 65 minutos, com um cabeceamento certeiro, após bom trabalho de Mosquera e cruzamento de Diego López. O terceiro surgiu pouco depois, num cruzamento de Diego López desviado infeliz e involuntariamente por Álex Suárez para a própria baliza.
Aos 82 minutos, McBurnie ainda reduziu para 2-3, de cabeça, após cruzamento de Campaña. Mas apesar da pressão final e de várias oportunidades desperdiçadas por Moleiro, Jaime Mata e Manu Fuster, o marcador não voltou a mexer.
Com esta vitória, o Valência sobe ãlguns lugares na tabela com 42 pontos, enquanto o Las Palmas permanece na zona de despromoção, com apenas 32.
Alavés 0-0 Atlético Madrid
Os rojiblancos, que começaram o fim de semana à mesma distância de Real Madrid e Athletic Club de Bilbao, já estão a pensar no Mundial de Clubes, depois de terem ficado sem opções de título no campeonato. Esta falta de incentivo contrasta com a realidade do plantel dos Babazorro, consciente de que a luta pela salvação terá contornos mais do que dramáticos e que será resolvida no último minuto, dada a igualdade existente.
O Alavés está a agarrar-se à sua fortaleza para conseguir os pontos de que necessita nesta fase final da temporada, embora a visita do terceiro classificado não tenha sido nada fácil. Como já foi referido, a chave do jogo poderia ser a diferença de intensidade ou, por outras palavras, a vontade de vencer. O Atlético, sem dúvida, corre o risco de se entusiasmar e terminar a época - com alguns momentos muito bons - de forma amarga.
Sem qualquer truque, os visitantes cederam a posse de bola a uma equipa que também não se sente particularmente confortável nesse contexto, especialmente se Rodrigo de Paul não estiver muito envolvido. Outro aspeto fundamental na defesa foi a redução da distância entre a linha defensiva e os avançados, com a ideia de criar um bloco compacto, sem demasiado espaço, para frustrar os ataques posicionais do Atleti.
Um espetador teve de receber assistência médica e o jogo foi interrompido por alguns instantes. Pouca coisa mudou, porque nada se passava em campo. O ritmo, de facto, era nulo. Nem os mais necessitados nem os mais talentosos estavam a dar o seu melhor. Pouco antes do intervalo, Julián Álvarez viu vermelho por uma pancada no joelho de um adversário, mas Martínez Munuera retificou a situação - deixando-a como cartão amarelo - depois de ter sido alertado pelo VAR.
A equipa albiazul começou bem a segunda parte, com uma transição mal sucedida de Kike García - que depois reclamou uma grande penalidade após receber um ligeiro contacto dentro da área - e um cabeceamento de Jon Guridi na sequência de um lance de bola parada. Uma dupla substituição de Diego Simeone, que optou por Alexander Sorloth e Samuel Lino, deu um novo fôlego aos Colchoneros, que ameaçaram um golo após uma corrida do próprio extremo brasileiro.
Apesar disso, a chance mais clara foi de Kike, que aproveitou uma falha de comunicação entre Molina e Oblak. Tu, eu... e no final foi ele. O veterano avançado, o mais inteligente da turma, rematou e o esloveno desviou magistralmente. Minutos mais tarde, a um quarto de hora do fim, o seu homólogo da outra área, Sivera, defendeu o livre de Lenglet para manter o resultado empatado.
Incansável, o avançado de Cuenca voltou a tentar a sua sorte com um remate que obrigou o ex-Benfica a trabalhar novamente. O resultado estava a aproximar-se e a recompensa de um ponto parecia cada vez melhor. O recém-entrado Correa ameaçou num contra-ataque que foi impedido pela defesa da casa, que estava determinada a se manter firme até ao final. E, sem tempo para mais nada, o Atleti empatou 0-0 pela segunda vez na temporada (contra o Espanhol, em 28 de agosto).
