Marcelo: "Fui funcionário do Real Madrid"

Marcelo, antigo jogador do Real Madrid
Marcelo, antigo jogador do Real MadridALBERTO GARDIN / NURPHOTO / NURPHOTO VIA AFP

O antigo internacional brasileiro Marcelo concedeu várias entrevistas a diferentes meios de comunicação, depois de a EA Sports o ter incluído como ICON no EA Sports FC 26.

Marcelo (37 anos) deixou o Real Madrid em 2022 após 36 anos e 25 títulos conquistados (incluindo 5 Champions). Sem dúvida, um percurso lendário que, agora que está retirado, lhe tem valido vários reconhecimentos, como estar entre os melhores jogadores históricos de um videojogo.

No entanto, apesar da admiração que recebe de fora, ele próprio não se vê tão acima.

"Nunca me senti uma lenda, mas acho giro que para as crianças seja incrível. Ver-me assim é muito bonito. Gosto do EA Sports FC 26 e jogo muito com os meus filhos", afirmou, numa conversa com o As.

"Como é que estou ali? É impossível…", brincou, com o seu habitual bom humor, quando lhe recordaram que agora está ao lado de gigantes como Ronaldo, Maradona, Pelé, Ronaldinho ou Zidane.

Nesta linha de manter um perfil discreto, não quis colocar-se acima de ninguém na corrida para ser o melhor na sua posição.

"Não é que não goste, percebo as pessoas. Eu digo que o Roberto Carlos é o melhor da história e talvez ele não goste. Ou como central, o Sergio Ramos… Sempre fui muito tranquilo em relação a isto porque no futebol não se joga sozinho. É a equipa. Quando falam do meu palmarés, é o Real Madrid. Fui funcionário do Real Madrid. O título é nosso, mas não se conquista sozinho. Não me posso comparar com outro nem pensar que sou o melhor da história", disse.

Um lateral diferente

Depois, o carioca descreveu as características que moldaram o seu futebol.

"Depende de cada equipa e da forma como joga. Sempre fui lateral esquerdo com alma de avançado. Sempre quis atacar porque um drible é muito melhor do que um desarme. Marcar um golo ou fazer uma assistência é sempre melhor do que recuperar uma bola. Tive de aprender. Não fui dos melhores defesas, é evidente. Passava mais tempo lá na frente do que atrás, mas não me correu mal. Aproveitei cada momento", comentou.

"Tenho a certeza de que o futsal me ajudou imenso. E continua a ajudar-me porque ainda jogo as peladinhas. As crianças têm de jogar futsal, pisar a bola. Muitas vezes vejo treinadores a dizer que as crianças não podem pisar a bola… Se olhares para os craques de hoje e do passado, todos pisam a bola", acrescentou.

"O meu futebol sempre foi muito de rua e feliz. Vem daí. É preciso ter muita confiança em si próprio. Eu driblava sempre atrás e sabia que se perdesse a bola...", concluiu Marcelo.