Se houve alguém que marcou o início da carreira de Leo Messi, foi Pep Guardiola, e o avançado não poupou elogios para se referir ao antigo treinador.
"Pep Guardiola é de outro mundo. É diferente, vê coisas que mais ninguém vê. Mudou o futebol. Todos queriam copiar-nos. De facto, de certa forma, ele prejudicou o futebol, porque as pessoas tentaram jogar como o nosso Barcelona. Mas nós éramos uma equipa especial... aquele meio-campo, Xavi, Busi (Busquets), Iniesta, tudo era perfeito entre os jogadores e o treinador", recorda.
"Guardiola, para mim, é outra coisa. Um homem que adora os pormenores, tem uma mentalidade diferente e tem uma visão que os outros não vêem. O futebol mudou completamente. Depois de nós, todos queriam imitar o futebol do Barça", acrescentou o 10.
Depois de Pep, foi treinado por Tito Vilanova, que faleceu mais tarde após uma dura batalha contra o cancro. O jogador do Inter Miami contou como isso afetou o plantel blaugrana:
"O que aconteceu a Tito afetou-nos muito. Ele não estava sempre connosco, mas sentíamos tudo o que ele estava a passar, sabíamos que ele estava a passar por momentos difíceis, que estava a sofrer e ninguém sabia como iria acabar. É claro que isso afetou a equipa de uma forma ou de outra. Foi uma temporada difícil em todos os sentidos, por causa de tudo o que aconteceu", lamentou.
Um regresso frustrado
Por outro lado, Messi confirmou que tentou regressar ao Barça, mas que não foi possível, por diferentes razões.
"Tinha a intenção de poder regressar ao Barcelona, e estar onde sempre quis estar, mas não foi possível novamente, e depois foi uma decisão familiar. O facto de ter ganho o Campeonato do Mundo também contribuiu muito. Era claro para mim que não queria estar noutra equipa na Europa. Não me passou pela cabeça. Foi uma decisão familiar viver nos Estados Unidos e jogar nesta liga, num clube que está a crescer e que tem esperanças de fazer grandes coisas", afirmou.
"Vínhamos de dois anos complicados, porque vivíamos de certa forma em Barcelona e em Paris, a família estava bem, mas eu não me sentia confortável no dia a dia e nos treinos. Queríamos ter a certeza de que a família estava bem e que eu podia desfrutar do que gosto de fazer", acrescentou o campeão do mundo de 2022.
No entanto, mostrou-se grato pelas conquistas.
"Poder dizer que conquistei tudo no futebol é algo muito valioso. Como sempre digo, a nível coletivo tive a sorte de ganhar tudo no clube e a nível internacional com o Barcelona, e também com a seleção nacional. Penso que, com o passar do tempo, vou dar mais valor a isso. É por isso que digo sempre que estou muito grato por isso, por tudo o que me deu. Sim, Deus deu-me tudo isso", disse.
De olho no Mundial de 2026
"Chegar à final (contra a Alemanha, em 2014) e não ser campeão foi uma tortura para mim. Ser campeão depois torna tudo um pouco mais fácil, assimilamos de outra forma. Podia ter ganho dois Mundiais, mas tenho o Campeonato do Mundo", disse sobre as duas finais do Campeonato do Mundo que disputou.
Leo diz que quer chegar ao Campeonato do Mundo do próximo ano, mas está a dar um passo de cada vez:
"O Mundial está longe, mas passa muito rapidamente. Este ano vai ser importante poder jogar com continuidade, sentir-me bem. No ano passado, comecei a pré-época e tive algumas lesões. Este ano tive uma boa pré-época, comecei bem e sinto-me bem. Mas a época é longa, porque só acaba em dezembro e há o Campeonato do Mundo de Clubes. Penso e vejo, mas não quero estabelecer metas. Viver o dia a dia, ver como me sinto fisicamente e ser honesto comigo próprio", acrescentou.