O Ministério Público, que em Espanha dá a conhecer os seus pedidos antes do início do julgamento e os confirma ou não na audiência, pediu uma pena de prisão para o treinador italiano por ter defraudado o Fisco em mais de um milhão de euros durante a sua primeira passagem pelo comando do Real Madrid (2013-2015).
"Consideramos provados os factos de fraude, ocultação e omissão", disse o procurador. Ancelotti "invoca uma ignorância que dificilmente pode alegar", disse o magistrado.
A decisão do Tribunal Superior de Justiça de Madrid, perante o qual o italiano se encontra desde quarta-feira, foi reservada.
"Ancelotti não compreendeu bem o que estava a assinar", declarou na quinta-feira o seu advogado Carlos Zabala, referindo-se ao contrato que liga o treinador ao clube madrileno.
Defendendo a absolvição e acreditando que o caso poderia ter sido resolvido sem ir a tribunal, Carlos Zabala acusou as autoridades fiscais espanholas de quererem sujeitar o seu cliente a uma "humilhação pública".
Durante a sua audição, Carlo Ancelotti garantiu ao tribunal que "nunca pensou em fraude", sublinhando que foi o próprio clube madrileno que sugeriu este sistema para lhe pagar uma parte da sua remuneração.
A conselho do Real Madrid, foi criada uma empresa para que Ancelotti pudesse receber 15% do seu salário, que ascendia a 6 milhões de euros líquidos por ano, em direitos de imagem. O Ministério Público estimou que o treinador italiano ganhou 1,24 milhões de euros em 2014 e 2,96 milhões de euros em 2015 com a transferência dos seus direitos de imagem, que são objeto do litígio.