Um dos negócios mais surpreendentes desta janela de transferências é a transferência de Ladislav Krejci do Girona para o Wolves. Para a equipa catalã, representa uma perda defensiva significativa, mas um negócio economicamente irresistível. Do ponto de vista analítico, os números envolvidos tornam esta transferência realmente estranha.
Fabrizio Romano deu a notícia da transferência do jogador para o clube inglês, que deverá ficar concluída nos próximos dias, apesar de o defesa checo ter pedido alguns dias para ponderar as suas opções.
O valor de 35 milhões de euros é surpreendente, tendo em conta que a cláusula de rescisão do jogador é de apenas 30 milhões de euros. Esta mais-valia poderá estar relacionada com a negociação de métodos de pagamento mais flexíveis.
Uma análise do defesa-central do Girona através dos dados do BeSoccer Pro faz com que a aposta ambiciosa do Wolves pareça ainda mais estranha, apesar da sua clara necessidade de reforços.
Para começar, o valor de mercado do jogador nascido em Rosice é atualmente de apenas 11,2 milhões de euros - quase metade do que a equipa inglesa está disposta a pagar.

Em termos futebolísticos, e no contexto da campanha pouco animadora de Michel em 2024/25, Krejci deixou uma impressão positiva no Montilivi.
Além disso, o clube contratou-o, acreditando que, aos 26 anos, estava pronto para ter um bom desempenho imediato, embora ainda tivesse espaço para crescer numa liga tão exigente como a principal divisão espanhola. No entanto, o seu desempenho estatístico foi pouco expressivo quando comparado com a média da sua posição.
O ex-jogador do Sparta de Praga só se destacou dos seus concorrentes na liga com as suas conduções progressivas bem-sucedidas, ocupando a 8.ª posição com 214. Este facto, juntamente com as suas 97 perdas de bola (26.ª mais alta da liga), reforça a sua capacidade de sair da defesa e de se adaptar bem a um papel de médio defensivo.
Do ponto de vista puramente defensivo, os seus números foram pouco expressivos: 35.ª posição em duelos defensivos ganhos (81), 20.ª em duelos aéreos (59) e 31.ª em 1v1 (8).
No que diz respeito à recuperação da bola, também não se destacou particularmente: apenas 26.ª em recuperações (276) e 41.ª em interceções (101).

Como mostra o gráfico em anexo, estes valores analisados não o colocam em posições de destaque em comparação com os 10 melhores centrais da última temporada na La Liga.
Embora os seus números possam não se destacar na La Liga, ele representa uma clara melhoria em relação à média dos defesas-centrais do Wolves da época passada. Por isso, em teoria, e independentemente dos custos, chegará a Molineux para melhorar o plantel de Vítor Pereira.