O Barcelona e alguns dos seus antigos dirigentes estão a ser investigados pelos alegados pagamentos de mais de 7,3 milhões de euros a José María Enríquez Negreira, ex-vice-presidente do Comité Técnico de Árbitros, entre 2001 e 2018. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público em 2023 e desencadeou um autêntico terramoto no futebol espanhol.
A justiça procura determinar se esses pagamentos tiveram como objetivo influenciar árbitros e competições, algo que o clube catalão tem negado, alegando que se tratava apenas de relatórios de carácter técnico.
“Hoje ficou claro que muitas das teorias divulgadas nos últimos anos foram anuladas”, afirmou Bartomeu à saída dos tribunais, em Barcelona.
“Ficou esclarecido que havia serviços de aconselhamento desportivo, relatórios arbitrais, apoio na preparação e análise de jogos, e que por esse trabalho havia uma contrapartida económica a pagar”, acrescentou o ex-presidente blaugrana, que liderou o clube entre 2014 e 2020.
Pagamentos até 2018
O seu antecessor no cargo, Rosell (2010-2014), saiu sem prestar declarações. Durante a sua comparência à porta fechada, em que apenas respondeu a perguntas do seu advogado, o ex-dirigente defendeu igualmente que os pagamentos eram para trabalhos de aconselhamento desportivo e em nenhum momento tinham como objetivo comprar árbitros e adulterar a competição. Segundo meios espanhóis, ambos afirmaram ainda que estes pagamentos vinham herdados de outras direções anteriores.
Além dos mencionados Sandro e Josep María, esta quinta-feira estavam também convocados para depor outros investigados, como o filho de Enríquez Negreira.
De acordo com o Ministério Público, a entidade do Camp Nou cessou os pagamentos em 2018 devido à saída de Negreira do Comité Técnico de Árbitros, quando o então presidente da Federação, Luis Rubiales, remodelou o organismo ao assumir o cargo.