Há um velho ditado no futebol: "Se a equipa ganha, agradece-se aos jogadores, se a equipa perde, culpa-se o treinador". Talvez por isso exista um fosso tão grande entre os salários das grandes estrelas do futebol mundial e os daqueles que estudam diariamente táticas e estratégias para saber como enfrentar o próximo jogo. No entanto, entre os treinadores há também aqueles que lutam para serem os melhores do mundo.
Carlo Ancelotti, a âncora do Real Madrid
Que mais se pode pedir a uma equipa que já ganhou tudo e várias vezes? Continuar a ganhar! E é com esta mentalidade que o treinador italiano Carlo Ancelotti passou dois ciclos no Real Madrid.
Na sua primeira etapa, dirigiu durante duas épocas, entre 2013 e 2014, e conquistou quatro títulos: Liga dos Campeões, Mundial de Clubes, Supertaça Europeia e Taça do Rei. Embora os pormenores do seu contrato não tenham sido tornados públicos, estima-se que Carletto tenha ganho cerca de 7,5 milhões de euros por ano, cerca de 625 mil euros por mês. A este valor acrescenta-se uma série de bónus (não públicos) por cada conquista.
Neste segundo ciclo pelos merengues, o antigo médio do Milan ganha cerca de 11 milhões de euros, segundo o L'Équipe, o que representa um aumento considerável em relação à sua primeira passagem, recebendo agora cerca de mais um milhão de euros por mês.
Os títulos sob o segundo mandato de Ancelotti não demoraram a chegar e, em quatro anos no comando, ganhou dois títulos da liga, uma Copa del Rey, duas Superctaças de Espanha, um Mundial de Clubes, uma Taça Intercontinental, dois títulos da Liga dos Campeões e outro par de Supertaças europeias, para um total de 11 troféus.
Em 2022, Ancelotti tornou-se o primeiro treinador a reinar nas cinco principais ligas europeias: Espanha (Real Madrid), Itália (Milan), Inglaterra (Chelsea), Alemanha (Bayern) e França (PSG).
Simeone, o mais bem pago da LaLiga
El Cholo é atualmente o treinador que mais anos esteve à frente de qualquer clube espanhol. Desde a sua chegada, em 2011, Diego Pablo defendeu os colchoneros com unhas e dentes, a ponto de, na sua última renovação, ter aceitado baixar o salário para continuar à frente do seu amado clube.
O salário do argentino tem vindo a aumentar desde a chegada ao Atlético de Madrid e, antes do seu último contrato, recebia cerca de 34 milhões de euros brutos, segundo o L'Equipe, o equivalente a cerca de 16,5 milhões de euros líquidos. Nesta fase, as contas do clube rojiblanco não podiam manter o treinador que o conduziu ao melhor período da sua história, mas Simeone não hesitou em aceitar uma redução salarial para receber entre 12 e 13 milhões líquidos.
A sua passagem de sucesso pelo Atlético permitiu-lhe conquistar oito títulos, entre os quais dois campeonatos nacionais, uma Taça do Rei e uma Supertaça de Espanha, enquanto a nível internacional ganhou duas Ligas Europa e duas Supertaças Europeias.
Vale a pena referir que o salário de Diego Simeone inclui toda a sua equipa técnica.
Hansi Flick: do 2-8 à defesa da camisola blaugrana
A temporada 2019/20 da Liga dos Campeões ficou na memória de todos os adeptos culés por ter recebido uma das piores derrotas da sua história. O Barcelona estava a atravessar um momento difícil de renovação e a saída de Messi, que tinha dado ao clube os seus anos dourados, já se avizinhava. Este contexto foi aproveitado por um Bayern imbatível no Estádio da Luz, em Lisboa, que aos 31 minutos já vencia por 1-4.
Flick estava a viver pela primeira vez a sua primeira época de Liga dos Campeões como treinador principal e fê-lo em grande estilo, conduzindo o Bayern ao seu sexto e mais recente título europeu. Na altura, o salário do treinador alemão estava avaliado em sete milhões de euros mais bónus.
O contrato que o liga ao Barça até 2026 revela um aumento significativo desde essa Liga dos Campeões. De acordo com a Sky Germany, o contrato de Flick varia entre nove e 11 milhões de euros, mais bónus por objectivos alcançados, o que é um montante significativo para uma equipa que continua a debater-se com dificuldades financeiras.
Por outro lado, vale a pena referir que no seu primeiro ano à frente do Bayern, em 2020, Flick conquistou um sextete, um marco para qualquer treinador no topo do futebol europeu. Este feito incluiu: Bundesliga, Taça da Alemanha, Supertaça da Alemanha, Liga dos Campeões, Supertaça Europeia e Mundial de Clubes.
Salários dos treinadores fora de Espanha
Pep Guardiola: No topo do ranking dos treinadores mais bem pagos da elite do futebol mundial temos Pep Guardiola, a referência do Manchester City na Premier League. O catalão recebe cerca de 22,40 milhões de euros, uma quantia mais do que reconhecível se tivermos em conta que desde que chegou ao banco dos Sky Blue, em 2016, conquistou 18 títulos, uma média de dois troféus por ano, incluindo seis na Premier League, um na Liga dos Campeões, um Mundial de Clubes e uma Supertaça da UEFA.
Luis Enrique: Um ano depois de ter deixado a seleção espanhola em 2022, assinou um contrato com o Paris-Saint Germain até 2025 e renovou-o agora até 2027. O seu salário ascende a 11 milhões de euros, mais bónus, que lhe foi imediatamente oferecido após a conquista do triplete no seu primeiro ano em França.
Mourinho continua a bater recordes
José Mourinho merece uma menção especial neste ranking, pois o português é o único treinador na Europa, fora das cinco grandes ligas, a ter um salário de cerca de 10 milhões de euros.
O Fenerbahçe assegurou o contrato de Mourinho até 2026 por exatamente 10,5 milhões de euros por ano. É uma quantia razoável, tendo em conta que é o único treinador que venceu as três principais competições de clubes da Europa: Liga dos Campeões (FC Porto e Inter de Milão), Liga Europa (FC Porto e Manchester United), Conferência (Roma).
O facto de o Special One não ter medo de treinar equipas inferiores dá à equipa turca a esperança de conquistar um título europeu sob a tutela do astro português.