Análise: Porque é que Khvicha Kvaratskhelia está tão aquém na Ligue 1?

Khvicha Kvaratskhelia, avançado do Paris Saint-Germain
Khvicha Kvaratskhelia, avançado do Paris Saint-GermainBERTRAND GUAY / AFP

Este fim de semana, o PSG recebe o Rennes, a contar para a 15.ª jornada da Ligue 1. Sem grande regularidade este ano, o georgiano Khvicha Kvaratskhelia precisa de ser mais eficaz para ajudar o seu clube a recuperar.

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"É assim, temos de aceitar, e estou muito satisfeito". Luis Enrique não hesitou em defender o seu avançado quando foi questionado sobre o seu rendimento na conferência de imprensa desta sexta-feira. Com apenas um golo em 12 jogos disputados na Liga 1, Khvicha Kvaratskhelia está longe, muito longe do seu melhor nível.

No entanto, nem tudo é negativo no seu jogo, e foi precisamente isso que o treinador quis destacar. Só que, sendo um extremo com impacto, é natural questionar o que se passa com o georgiano.

Liga dos Campeões em vez da Ligue 1?

Esta temporada tem sido complicada para Kvaratskhelia. Depois de uma longa sequência de jogos no ano passado, logo após chegar no mercado de inverno, o avançado voltou a estar disponível em agosto. Mas, mais uma vez, só na 1.ª jornada da Liga dos Campeões é que conseguiu marcar (1 golo frente à Atalanta). E se parecia que ia repetir a façanha, acabou por sofrer uma lesão que o afastou durante duas semanas.

O jogador voltou em boa forma frente ao Bayer (1 golo, 1 assistência em outubro), e ainda brilhou contra o Brest (1 assistência) e o Nice (1 assistência), e até frente ao Lyon (1 golo). Contudo, isto é praticamente tudo (vale a pena referir a assistência frente ao Tottenham). O que é preocupante para um jogador ofensivo, que deveria apresentar números bem superiores.

Ora titular, ora suplente, também oscila entre diferentes estatutos. Isso não favorece o seu rendimento. Ainda pouco eficaz perante as balizas adversárias, opta sobretudo pelo altruísmo em vez de procurar o golo. Pelo menos... na Ligue 1. Porque, os seus números mostram que se sente mais confortável na Liga dos Campeões.

Sexta-feira, Luis Enrique rejeitou as teorias dos meios de comunicação sobre o assunto. "Não faço qualquer distinção entre um jogador que joga bem no campeonato e outro que não joga bem na Liga dos Campeões, ou o contrário", sublinhou. Para ele, Kvaratskhelia dá sempre o seu melhor e não privilegia uma competição em detrimento de outra. Pode simplesmente não estar no seu melhor momento.

Impacto no jogo apesar da ausência de golos

"É um jogador de topo, de grande qualidade, com muita ambição", recordou o treinador do PSG. "Estou muito satisfeito com o seu rendimento desde que chegou na época passada. Todos os jogadores têm altos e baixos e... não há problema", acrescentou.

É verdade que Kvaratskhelia já não é o mesmo jogador dos 11 golos e 6 assistências na Serie A 2023/24. Mas continua a ser um elemento que não se pode dispensar, muito pelo contrário. Como extremo-esquerdo, dá dinâmica ao jogo e oferece muita movimentação ofensiva. Isso permite ao PSG evoluir melhor e criar perigo. E embora recentemente o clube não tenha conseguido marcar frente ao Monaco (1-0), tentou marcar por três vezes e teve um XG de 0,30.

Também cumpre bem as tarefas defensivas. Os seus recuos rápidos tornam a equipa mais estável na ausência dos titulares. Contudo, isso tem um preço. O próprio georgiano explicou há 10 dias, em conferência de imprensa: "A Ligue 1? Tem impacto físico, velocidade, é um dos melhores campeonatos do top 5. Quem diz que é fácil está enganado."

O avançado ainda tem tempo para se superar e voltar a ser decisivo. Quanto mais cedo, melhor. Com o regresso de Désiré Doué após lesão, e a concorrência de Bradley Barcola, Ousmane Dembélé e Ibrahim Mbaye, o jogador não tem alternativa senão elevar o seu nível. Talvez isso aconteça já este sábado, frente ao Rennes.