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Depois de conquistar o título da Ligue 1, o PSG ainda está na luta pela Liga dos Campeões e da Taça de França. Por isso, os parisienses têm um calendário muito difícil pela frente. Os seus corpos estão cansados e as suas cabeças são postas à prova em alturas em que têm de encontrar uma forma de se manterem competitivos em qualquer situação.
Acima de tudo, a equipa de Luis Enrique estabeleceu objetivos ambiciosos. Para conquistar o tão esperado título europeu, a equipa terá de disputar oito jogos até 31 de maio.
No sábado anterior, a final será contra o Reims, no Stade de France. A ideia é tentar o triplete, um feito nunca antes alcançado por um clube francês. Mas nesta equação complexa, é preciso olhar para o plantel e para a forma como o treinador do clube da capital francesa consegue cumprir todos os objetivos sem esgotar os seus jogadores. Será possível? O empate em Nantes parece ter dado algumas pistas.
No fim de semana passado, Vitinha não foi titular e os seus companheiros conseguiram levar a melhor sobre o Le Havre. Quando o português entrou em campo, a ideia era controlar o jogo e segurar o resultado. O empate não estava longe e, num contexto diferente, aconteceu na terça-feira em La Beaujoire.
Jogar fora de casa torna sempre mais difícil dominar uma partida — embora os parisienses sejam, por vezes, igualmente impressionantes longe do seu estádio. Ainda assim, esse domínio deve-se muitas vezes, em grande parte, ao desempenho do seu meio-campo.
“Estávamos a controlar o jogo, mas tudo fugiu do nosso controlo quando nos excedemos”, disse Luis Enrique na conferência de imprensa após o encontro, na noite de terça-feira.
Um metrónomo inabalável
Vitinha, autor do primeiro golo que impediu os "canários" de saírem vencedores, lembrou que tem sido o denominador comum em todas as vitórias do PSG nos últimos meses.
Numa fase de posse, foi ele quem deu o sinal para a aceleração em direção a Ousmane Dembélé, antes de receber o passe de Lee Kang-in e finalizar de pé esquerdo. E esse golo foi obra sua, do início ao fim.
No cômputo geral, fez uma exibição soberba. Durante o encontro, foi ele quem ditou o ritmo das ações — como tão bem sabe fazer. O camisola 17 completou 144 passes e falhou apenas quatro! E muitos desses passes foram verticais, revelando a sua ambição em quebrar linhas.
Para controlar o ritmo de um jogo, os parisienses precisam do seu meio-campo. E, se tivermos em conta que faltam apenas quatro jogos para completar a primeira temporada invicta da história da Ligue 1, torna-se evidente que os campeões franceses não podem realmente prescindir de Vitinha.
A questão é: como conciliar a Liga dos Campeões com uma meia-final que exige a presença do internacional português? Luis Enrique sabe que a rotação é essencial para o sucesso da época. Até agora, o treinador espanhol tem gerido bem essa exigência.
No sábado passado, no Parque dos Príncipes, deu-se ao luxo de descansar vários titulares, algo que repetiu — ainda que em menor escala — em La Beaujoire.
Estará Vitinha no banco frente ao Nice, esta sexta-feira? Talvez. Mas, mesmo quando descansa, é ele quem dita os tempos deste PSG.
Por outro lado, o empate em Nantes não deve ofuscar o desempenho da equipa nesta fase da temporada. É verdade que o bloco baixo montado por Kombouaré foi eficaz, mas o guarda-redes sueco Patrik Carlgren realizou várias defesas decisivas. Uma vitória em Paris teria sido claramente merecida. João Neves (43’), Vitinha (66’) e Bradley Barcola (79’) bem poderiam ter aumentado a contagem.
Seja como for, o PSG continua invicto e terá agora de dar continuidade a essa série já esta sexta-feira, frente aos Aiglons, que ainda sonham com a qualificação para a Liga dos Campeões. A quatro dias da deslocação a Londres, os parisienses terão de encontrar forma de evitar a derrota — com ou sem a estrela portuguesa.