O jogador poderia ter ido para o Chelsea, o West Ham ou o Eintracht Frankfurt, mas preferiu ficar na Ligue 1. Elye Wahi deixou a sua marca no final do mercado de verão ao tornar-se na segunda contratação mais cara entre dois clubes franceses na história da Liga quando assinou com o Lens. Ambicioso, não esconde o desejo de ser bem-sucedido e de conviver com os melhores. É uma motivação que partilha com a nova equipa, longe de Montpellier.
Um talento inegável
Formado no Caen e nascido no La Paillade, o atacante teve um início precoce no futebol francês. Profissional desde os 16 anos, mostrou-se sempre disponível e eficaz para provar o seu valor. Transferido para a Ligue 1 há apenas três anos, conseguiu afirmar-se na equipa do Hérault e tornou-se um dos jogadores mais importantes até a sua saída.
Excelente finalizador e jogador técnico, ficou em segundo lugar (atrás de Karim Benzema) na hierarquia dos goleadores que marcaram mais golos antes dos 20 anos no século XXI. Rápido e veloz, marcou 19 golos em 33 jogos da Ligue 1 na época passada. E, embora o seu estatuto de avançado-centro possa ficar-lhe colado, também se pode distinguir nas alas. Excelente driblador, tem tudo para jogar entre os grandes.
Com tais habilidades, não é de surpreender que tenha sido associado há muito tempo a vários clubes europeus. E embora pudesse ter ido para o estrangeiro, como muitos outros jovens jogadores, preferiu ficar em França.
Sonhos de grandeza
"A apresentação de Elye no Bollaert fazia todo o sentido e, como o estádio é tradicionalmente o lar do som das buzinas dos comboios, a chegada de um atacante de alta velocidade foi bem recebida", disse Arnaud Pouille, diretor geral do clube do norte da França, através do seu site.
Para sublinhar o caráter excêntrico da contratação do avançado, o jogador e o clube levaram as coisas até o fim. Em vez de assinar o contrato a portas fechadas, Wahi fê-lo diante de todos os adeptos do Lens antes do empate com o Stade Rennais no último fim de semana.

Mas será que esse interesse pode prejudicar o jogador? A escolha de Wahi pelo Lens também não foi por acaso. O Sang et Or vai disputar a Liga dos Campeões este ano. É uma forma de ele jogar ao mais alto nível na Europa e, ao mesmo tempo, fazer nome.
Com ele, a equipa pode alcançar grandes feitos, nomeadamente no campeonato. Não há dúvida de que vai marcar golos. A questão, porém, é saber se está à altura do desafio da Liga dos Campeões. Só o tempo o dirá. Entretanto, tem de lidar com a pressão sobre os seus ombros. E, se a pressão for recompensada, o Lens terá feito uma das maiores jogadas dos últimos anos.