O Tribunal de Recurso de Aix-en-Provence, no sul de França, confirmou a sentença proferida pelo Tribunal Penal de Nice em janeiro de 2024. Para além da coima, Atal deverá ainda pagar às partes civis, entre as quais a Ligue de football professionnel e a Ligue internationale contre le racisme et l'antisémitisme Côte d'Azur, cerca de 15.000 euros de custas judiciais.
Na audiência de recurso, no início de abril, o futebolista defendeu-se explicando que"não estava a fazer política":"Sou apenas um jogador de futebol", insistiu, dizendo que o seu post era"apenas uma mensagem de apoio às pessoas que estão a sofrer".
"Não é porque estou a enviar uma mensagem de apoio à Palestina que estou contra os judeus", insistiu o jogador de 28 anos. "O erro que cometi foi não ter visto o vídeo até ao fim, caso contrário não o teria partilhado. Devia ter tido mais cuidado".
O Ministério Público considerou que se tratava"claramente de um apelo ao ódio", ainda que"a mensagem seja insidiosa". "O Sr. Atal é responsável pelo que publica, tem de assumir a responsabilidade".
Cinco dias após o ataque mortal sem precedentes do movimento islâmico palestiniano Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, seguido de sangrentos ataques de retaliação israelita em Gaza, Atal partilhou com os seus 3,2 milhões de seguidores no Instagram um vídeo de 35 segundos do pregador palestiniano Mahmoud Al Hasanat a falar sobre o destino das crianças de Gaza sob as bombas, apelando depois a"um dia negro para os judeus".
Avisado pelo seu clube, o Nice, do carácter controverso destas afirmações, apagou rapidamente o vídeo da sua conta, publicando uma mensagem de desculpas.
Um mês após a sua condenação em primeira instância, o Nice, onde Youcef Atal jogava desde 2018, anunciou a saída do jogador para o clube turco Adana Demirspor, que trocou no verão de 2024 pelo Al-Sadd de Doha.
