Lens 1-3 Marselha

A jornada de sábado da Ligue 1 começou com um clássico e um confronto entre equipas ambiciosas. O Lens podia juntar-se aos quatro primeiros classificados com uma vitória no Félix-Bollaert, mas o Marselha, já a 12 pontos do PSG, não podia perder mais terreno. Assim, esperava-se um grande jogo ao final da tarde.
Numa atmosfera ardente, que se intensificou com um pontapé de saída fictício e emotivo dado por um certo Gervais Martel, o Lens esteve perto de abrir o marcador em menos de três minutos, quando Deiver Machado não conseguiu finalizar um cruzamento de Adrien Thomasson. O Lens começou a dominar, com um belo remate de M'Bala Nzola ( 8') contra o Marselha, que se viu privado da bola no início da partida.
As melhores oportunidades surgiram para o Sang et Or, com um belo cabeceamento de Florian Sotoca a obrigar Geronimo Rulli a uma defesa (22'). Depois, Facundo Medina, estranhamente sozinho, falhou por pouco um cabeceamento. A defesa do Marselha estava a arder e a equipa foi empurrada para trás, mas aguentou-se como pôde. No entanto, a este ritmo, não iria aguentar todo o jogo.
Mas o mau tempo em Bollaert aliviou um pouco a pressão sobre o Lens. Neil Maupay, perfeitamente posicionado no contra-ataque, quase marcou o golo perfeito (40'). David Pereira da Costa perdeu uma jogada individual com Rulli e o jogo parecia estar a correr mal, mas no final todos foram para o balneário de costas voltadas (0-0).
Os Olympiens tinham claramente aproveitado o intervalo para pensar numa forma diferente de jogar, já que após um cruzamento perigoso de Luís Henrique para marcar o ritmo, Maupay, encontrado na área, controlou com o peito e assistiu impecavelmente Valentin Rongier, que bateu facilmente Brice Samba para dar início ao jogo (49').
O Lens estava numa situação difícil, com muitas oportunidades de golo, e o Marselha precisou de apenas 8 minutos para duplicar a vantagem. Will Greenwood carregou a bola com eficiência antes de encontrar Maupay, que passou para Luis Henrique. O brasileiro rematou contra um Samba já batido para fazer o 2-0 (57').
O Lens ficou de rastos, atordoado com a reviravolta de uma equipa de Marselha com duas caras. Precisou de um momento para recuperar e voltar a entrar no jogo. A partir daí, o ataque defensivo foi posto em prática, com o Marselha à espera da bola de contra-ataque para quebrar definitivamente o impasse. Mas Bollaert não estava lá. Uma, depois duas, depois três oportunidades, antes de uma grande confusão em frente à baliza de Rulli, que Angelo Fulgini aproveitou para dar início ao que parecia ser um final de jogo impetuoso (80').

10 minutos para o Marselha, uma eternidade no inferno de Bollaert. Um contra-ataque relâmpago, uma bola pelo meio de Angelo Fulgini e Remy Labeau Lascary rematou diretamente para Rulli. Mas uma falta grosseira sobre Rabiot no início da ação (e à frente dos olhos do árbitro...) viu o golo ser logicamente anulado, num clima totalmente insalubre na altura. Falta em frente à área e Pierre-Emile Hojbjerg pôs finalmente fim ao suspense com um remate rasteiro. Uma confusão que poderia ter sido facilmente evitada...
A multidão tentou, em vão, entrar no relvado. Para piorar a situação, Roberto de Zerbi (um dos seus assistentes tinha sido expulso) fez entrar Elye Wahi, antigo jogador do Lens, o que provocou alguns assobios. No final, porém, a vitória do Marselha foi um resultado lógico, considerando o segundo tempo. O Lens pode lamentar o seu domínio estéril, mas no final, e como é frequentemente o caso, este "episódio" de arbitragem será provavelmente mais falado do que qualquer outra coisa...