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A decisão do proprietário e presidente do Lyon, John Textor, de se separar de Pierre Sage, a 27 de janeiro, foi mal interpretada pelos adeptos do clube, nomeadamente os ultras, que questionaram publicamente a coerência do projeto desportivo do empresário americano.
Para acalmar os ânimos, a direção do clube teve de explicar por que razão tinha escolhido o treinador português, devido à sua experiência e ao seu estilo de jogo "dominador". Mas não há nada como uma vitória para convencer as pessoas.
O Lyon, que se qualificou diretamente para os oitavos de final da Liga Europa, não ganhou nenhum dos seus últimos sete jogos: cinco empates, incluindo uma eliminação da Taça de França nos penáltis, e duas derrotas em Brest (2-1) e Marselha (3-2) na estreia de Fonseca.
Apesar de honrosa, esta derrota em Marselha relega o clube do Ródano para o oitavo lugar do campeonato, a sete pontos do terceiro classificado, o Mónaco, e a cinco do Lille (4º), tendo em vista a qualificação para a próxima Liga dos Campeões, objetivo do clube.
"Na classificação, a situação não está fácil (...) a concorrência é forte no topo da tabela", admite Paulo Fonseca, sublinhando que os próximos dois jogos serão "muito importantes".
Depois de Reims, o Lyon viaja para Montpellier, e o melhor seria conquistar seis pontos antes de receber o Paris Saint-Germain no dia 23 de fevereiro.
"Precisamos de ganhar estes dois jogos para voltarmos a estar numa boa posição com vista à qualificação para a Liga dos Campeões", afirma o português.
"Mantenho-me positivo e estou sempre à procura da vitória. Para este primeiro jogo, espero um bom ambiente, fazer um bom jogo e festejar a vitória com os adeptos no final", confidenciou, apelando à "calma na nossa abordagem".
"Plano de jogo claro"
Antes disso, na sua primeira semana completa de treinos, o treinador português concentrou-se em reforçar o jogo posicional e a organização defensiva da sua equipa, uma área criticada por Textor como razão para se separar de Pierre Sage.
Por seu lado, o diretor técnico Matthieu Louis-Jean expôs a visão do clube numa entrevista aos meios de comunicação do Lyon.
"Paulo propõe um plano de jogo claro, com rigor e liderança. Precisávamos de mais disciplina defensiva", defendeu.
"Contra o Marselha, insistiu na importância de construir um bloco defensivo sólido. Precisamos de dar um passo em frente em ambas as áreas, e a sua experiência será preciosa", continuou o diretor técnico, lembrando que Fonseca "defendia um estilo de jogo ofensivo".
Mas sem uma defesa sólida, não pode haver um ataque efetivo, como também salientou John Textor.
"O Paulo está lá para trazer o seu toque pessoal, a sua experiência e a sua capacidade de ajudar os jogadores a progredir", acrescentou Louis-Jean.
"Temos qualidade, mas precisamos de recuperar a confiança e a consistência dos nossos jogadores talentosos. As coisas precisam de se encaixar", insistiu.
Caberá a Paulo Fonseca elevar o perfil de um plantel que parece, apesar de tudo, estar sobrevalorizado quando se trata de ambicionar a Liga dos Campeões e que, por isso, esbarra no teto de vidro dos seis primeiros classificados. Entre eles, o Lyon só venceu o Nice (5º), que na altura não estava entre os cinco primeiros (4-1).
O Reims (13º), que não vence na Ligue 1 desde 10 de novembro contra o Le Havre (3-0), parece ser o adversário ideal para voltar aos trilhos. Especialmente porque o clube também acaba de mudar de treinador, com Samba Diawara a substituir Luka Elsner, que foi contratado a 3 de fevereiro depois de a equipa ter perdido por 2-1 com o Nantes.