Siga as incidências da partida
O Lyon, sétimo classificado, que recebe o Angers, precisa de uma combinação excecional de circunstâncias - vencer enquanto espera por derrotas combinadas de Nice, Estrasburgo e Lille - para terminar em quarto lugar e estar no play-off de acesso à Liga dos Campeões, o objetivo mínimo atribuído a Paulo Fonseca.
O treinador português, que foi despedido do AC Milan no final de dezembro, foi contratado a 31 de janeiro para substituir Pierre Sage, que foi demitido. Na altura, o Lyon era 6.º classificado, a três pontos do Nice, já então quarto, e a sete do Marselha (2.º).
Mas o clube não está mais à frente desde a derrota por 2-0 no Mónaco, a 10 de maio, e continua a três pontos do Nice, agora 4.º com o mesmo número de pontos (57) que o Lille (5.º) e o Estrasburgo (6.º). "
Ninguém me deu uma ambição concreta quando cheguei, porque a equipa estava longe desse objetivo", defendeu-se Paulo Fonseca, em conferência de imprensa, na quinta-feira.

No entanto, a Liga dos Campeões era o objetivo declarado. E o presidente John Textor queria ver a sua equipa dar um passo em frente com a experiência do português de 50 anos, que era superior à de Sage. Este último, contratado um ano antes, tinha ajudado a salvar o Lyon da despromoção.
"Esta expectativa é normal, mas a Liga dos Campeões é um dos objetivos de um clube como o Lyon em cada época", sublinhou Paulo Fonseca, lembrando que o Lyon "não se qualifica para a Liga dos Campeões há seis anos".
Final de época difícil
As suas últimas escolhas têm sido criticadas, como foi o caso do Lille, onde os seus finais de época foram discutíveis quando esteve à frente do clube entre 2022 e 2024.
No Mónaco, por exemplo, Rayan Cherki, um dos destaques da Ligue 1, foi suplente e só entrou em campo quando o Lyon perdia por 1-0...
Para Paulo Fonseca, que vive num hotel longe da família, a eliminação dos quartos de final da Liga Europa em Manchester (2-2, 5-4), quando o Lyon vencia por 4-2 a dez minutos do final do prolongamento, com dez homens contra onze, foi um momento chave. Assim como as derrotas seguintes em Saint-Étienne (2-1) e em casa contra o Lens (1-2).

Desde Manchester, o Lyon conquistou apenas três pontos em 12 possíveis no campeonato (três derrotas e uma vitória) e o que parecia ser uma trajetória positiva inverteu-se para Paulo Fonseca. Além disso, não conseguiu tornar o Lyon mais sólido do ponto de vista defensivo, que era outro dos seus objetivos. Em cada um dos seus últimos 10 jogos, o Lyon sofreu pelo menos um golo, 22 no total.
Numa altura em que as relações do treinador com alguns dirigentes se tornaram tensas, a sua suspensão do banco de suplentes até 30 de novembro e do balneário até 15 de setembro, devido à sua agressão ao árbitro no jogo Lyon-Le Havre (4-2) de 2 de março, não pode deixar de ser uma desvantagem a longo prazo.
Paulo Fonseca não parece otimista em relação ao parecer que o Comité Nacional Olímpico e Desportivo (CNOSF), ao qual compareceu no dia 6 de maio, emitirá sobre a sua sanção. O que pode ter consequências para o seu futuro no Lyon, sobretudo sem a Liga dos Campeões ou mesmo a Liga Europa.
"Não vim para cá por cinco meses. Tenho um contrato de dois anos e meio. Estou aqui para ajudar o Lyon a chegar à Liga dos Campeões todos os anos", disse, "confiante na minha gestão", quando questionado sobre uma possível despromoção administrativa à Ligue 2, devido aos graves problemas financeiros do clube.