A primeira jornada é sempre um momento especial de uma época. É o início da nova temporada, o momento de saber em que pé estamos, se os preparativos de verão foram frutíferos e se o mercado já teve algum efeito. O Nice recebe o Lille, de Paulo Fonseca, Tiago Djaló, Tiago Santos e Ivan Cavaleiro, esta sexta-feira (20:00), e o pontapé inicial da temporada 2023/24 tem um sabor europeu.
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Farioli em destaque
No Nice, vários membros importantes do balneário ainda estão na equipa. Obviamente há Dante, mas também Jean-Clair Todibo e Khephren Thuram, que foram recentemente convocados por Didier Deschamps para a seleção francesa, prova da sua ascensão. E há ainda o novo treinador Francesco Farioli, antigo membro da equipa de Roberto de Zerbi que partiu para aperfeiçoar as suas capacidades na Turquia. O toscano está agora na Ligue 1 e a sua pouca idade (34 anos) é a prova da vontade da INEOS de introduzir um método de trabalho inovador, um ano depois de ter optado pelo regresso de Lucien Favre, cuja abordagem "old school" não funcionou.
"A preparação correu muito bem", explicou Farioli na conferência de imprensa antes do jogo. "Foram seis semanas de muito trabalho, muito treino, muitos conceitos para partilhar e assimilar". Satisfeito com esta pré-temporada, o treinador pôde verificar em campo o que tinha analisado em vídeo durante os jogos da época passada: "Pudemos pegar em informações, avaliá-las, reavaliá-las e tivemos algumas surpresas muito agradáveis". Desejo e determinação são as suas palavras de ordem para esta 1.ª jornada em que nem tudo pode ser perfeito no imediato. "Tenho a certeza de que estaremos prontos para sexta-feira", afirmou.
Uma das grandes questões a que Farioli não respondeu prende-se com a identidade do guarda-redes. Havia dúvidas entre Kasper Schmeichel e Marcin Bulka, mas a ausência do dinamarquês do treino de quinta-feira sugere que uma saída terá de ser encontrada rapidamente. Hicham Boudaoui é outra dúvida, mas deve estar no plantel, ao contrário de Alexis Claude-Maurice.
Contra o Lille, o treinador espera um jogo aberto: "Ambas as equipas gostam de ter a bola e de a ganhar nas alturas, com agressividade. Não se trata de quem sofre menos golos, mas de quem marca mais. Será como entrar num ringue de boxe. Não sei quem estará de pé no final, mas será um jogo com esse tipo de espírito".
A segunda temporada de Paulo Fonseca
A história é parecida para Paulo Fonseca, que foi questionado durante o verão, mas continua no Lille: "Somos os primeiros a jogar, estamos motivados e preparámo-nos bem". Apesar da saída de José Fonte e Jonathan Bamba e do regresso de André Gomes ao Everton após o empréstimo, o treinador português está satisfeito por ter mantido um grupo de jogadores e considera que o plantel está reforçado. "Os jogadores sabem o que valho e é uma vantagem começar a segunda época com a mesma equipa. Temos jogadores novos e inteligentes que compreendem muito bem o nosso jogo. Estamos prontos para começar a época".
A véspera deste primeiro jogo foi agitada para os diretores do Lille, com a chegada de Ivan Cavaleiro e Ignacio Miramón para reforçar o plantel. "Miramón é um jogador jovem, mas tem muitas qualidades. É um jogador que sabe jogar o nosso jogo, mesmo que ainda precise de ser trabalhado, com uma capacidade de jogar muito bem sob pressão, o que é importante para um jogador que joga a médio defensivo. É também um jogador agressivo. Ivan é um jogador muito rápido e explosivo que acrescenta profundidade. Penso que com eles temos mais soluções e somos mais fortes", afirma Fonseca, que sabe o que é esperado para jogar.
"A segunda época é sempre a mais difícil e penso também que há mais equipas fortes, como o Estrasburgo, o Nice e o Reims, a disputar os lugares europeus. O campeonato vai ser mais equilibrado, há novos treinadores e vai ser muito competitivo".
Fonseca vai ter de prescindir de três jogadores: Samuel Umtiti, Tiago Djaló e Adam Ounas. Em contrapartida, Edon Zhegrova, Leny Yoro e Jonathan David estarão totalmente aptos.
Lille começa bem... mas tem pouco sucesso contra o Nice
O OGC Nice está à espera há três anos para vencer a 1.ª jornada e empatou os dois últimos jogos. A sua última derrota no início da temporada foi em 2018. No departamento de grandes memórias ligadas ao primeiro dia na Allianz Arena, há o golo de Dante aos 95 minutos contra o Amiens em 2019 e, noutro contexto, a vitória contra o Rennes (1-0) um mês após o ataque na Promenade des Anglais que matou 86 pessoas.
A 1.ª jornada costuma correr bastante bem ao Lille. A última derrota foi em 2016, uma temporada fracassada que terminou com o 11.º lugar. E, em 2021, como em 2022, o início da temporada desencadeou os avançados: 3-3 em Metz e 4-1 contra Auxerre. O Lille, por outro lado, não gosta de viajar a Nice com 27 contratempos sofridos.
Por outro lado, os últimos encontros têm sido favoráveis aos da casa, com três vitórias nos últimos quatro encontros. No entanto, jogar em casa não é uma garantia: o Nice venceu o último jogo em casa contra o Lille (1-0), quebrando uma série de três vitórias da equipa visitante.