Esta é a história de um Titi parisiense que se tornou um jogador-chave em Marselha. Quando Adrien Rabiot assinou pelo OM, no fecho do mercado de transferências de 2024, o mundo do futebol ficou surpreendido com a escolha do jogador e com a forma como o clube conseguiu convencê-lo. Não é todos os dias que um ex-jogador do Paris Saint-Germain se muda para Marselha e ainda menos quando se trata de um médio internacional francês. Mas a verdade é que Benatia e Rabiot se entenderam desde o primeiro momento, e o jogador foi conquistado pelo projeto desportivo apresentado.
Um ano depois, em entrevista exclusiva ao jornal La Provence, o ex-Juventus admite que “tudo é possível” quando se fala da capacidade do Marselha para competir com o PSG no campeonato:
“É claro que há uma diferença entre o orçamento colossal do PSG e o do OM, mas no futebol isso não é tudo. Penso que já podemos tentar aproximar-nos o mais possível do Paris. Não vou fazer grandes discursos, mas esse é o objetivo. Tudo é possível se tivermos vontade, determinação e paixão.”
A afirmação demonstra a sua liderança natural. Em apenas uma temporada, o jogador de 30 anos, contratado para ajudar a transformar a equipa, mostrou que não pretende parar nas conquistas de 2024/25. O Marselha terá sempre de sonhar mais alto, ainda que o objetivo realista continue a ser garantir, todos os anos, a qualificação para a Liga dos Campeões.

"Viver o futebol à maneira do Marselha"
Quando Adrien Rabiot chegou à La Commanderie, impressionou colegas e equipa técnica com o seu profissionalismo. O próprio treinador, Roberto De Zerbi, admitiu ao L'Équipe ter ficado agradavelmente surpreendido:
“Surpreendeu-me imenso. Porque os jornalistas italianos sempre o descreveram de uma forma muito diferente daquela que encontrei. Humilde, tímido, reservado, trabalhador. É um apaixonado, vive para o futebol. Não sei porque é que, em Itália, o viam assim. Conheci também a mãe dele, que é uma pessoa apaixonada, sincera e emotiva, e conheço também os irmãos. São uma boa família e ele é um campeão.”
Rabiot iniciou a temporada mais tarde do que os restantes companheiros, mas rapidamente se impôs como um dos melhores em campo. De Zerbi não demorou a considerá-lo “indestrutível”, e o trabalho árduo, o profissionalismo e as exibições do médio ajudaram o Marselha a mudar de rumo, contando também com contributos importantes de jogadores como Pierre-Emile Højbjerg. A seriedade e o elevado nível de exigência passaram a ser regra no balneário, algo amplamente apoiado por Pablo Longoria e Mehdi Benatia.
Estrela da seleção francesa, Rabiot começa a tornar-se também uma figura central no OM, fruto de uma integração rápida e de valores alinhados com o clube e a cidade.
“Porque gosto de Marselha? É a atmosfera que se vive na cidade e em torno do clube. Quando estou na rua ou no estádio, todas as pessoas que encontro estão imersas no Olympique de Marselha. Isso é bom para alguém apaixonado como eu”, afirmou ao La Provence.
Rabiot tornou-se sinónimo do OM pela forma intensa como vive o futebol. É um jogador que acabou por criar uma ligação forte à instituição, ao ponto de declarar a sua paixão:
“Não me via a sair quando sentia que o melhor estava para acontecer. Criámos algo com o treinador, a equipa e todas as pessoas que trabalham no clube. Queria fazer parte disso. (…) Clubes com ofertas tentadoras apareceram, mas dei a minha palavra ao presidente e ao Medhi (Benatia), e mantive-me fiel a ela.”
A segunda temporada de Adrien Rabiot no Olympique de Marselha arranca esta sexta-feira à noite, no Parque Roazhon, às 20:45.