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A decisão da Comissão Disciplinar, na quarta-feira, de validar a vitória do Saint-Etienne por 2-0 após a partida em La Mosson, no dia 16 de março, que foi cancelada após incidentes nas bancadas, acabou com qualquer esperança que a direção do Montpellier tinha.
A sete jogos do fim do campeonato, a equipa de Jean-Louis Gasset está agora a nove pontos do Le Havre e a 11 do Reims, o primeiro clube fora da zona de descida.
"Está praticamente feito, mas não matematicamente. Se sobrar uma percentagem, vamos jogar essa percentagem", insiste Gasset. Consciente do atraso da sua equipa e, sobretudo, das suas carências, o treinador do Montpellier espera uma verdadeira explosão de orgulho dos seus jogadores, que não vencem desde o final de janeiro.

"Marcamos um golo em oito jogos. Não podemos terminar a temporada assim. Precisamos ter um pouco de dignidade e, pelo menos, terminar com a cabeça erguida", disse, na esperança de pôr fim a uma série de oito jogos sem vitórias.
Mas não parece haver qualquer sinal de renascimento para uma equipa cujos líderes a abandonaram, cujo compromisso com a causa foi questionado e cujos recursos mentais estão em falta.
Nem o ex-capitão Téji Savanier, que foi tentado a sair este inverno, nem o guarda-redes Benjamin Lecomte, nem o vice-campeão olímpico Joris Chotard conseguiram fazer com que a equipa voltasse ao bom caminho.

"É claro que nós, dirigentes, somos os grandes responsáveis por este fracasso coletivo. Somos muito criticados porque temos de encontrar alguém para culpar, mas não somos os únicos responsáveis", acrescenta o experiente Jordan Ferri.
No início da primavera, a lista de jogos poderia ter dado ao Montpellier uma chance de recuperar e, pelo menos, lutar pela vaga no play-off. Até agora, porém, o Montpellier perdeu todos os jogos que disputou contra os outros cinco concorrentes (Saint-Etienne, Le Havre, Reims, Angers e Nantes).
Quanto à janela de transferências de inverno, embora tenha reforçado em parte os cofres de um clube economicamente frágil, também causou uma verdadeira divisão.
Com a saída de três atacantes - Akor Adams, Arnaud Nordin e Mousa Tamari -, o Montpellier deixou de contar com as suas limitadas opções ofensivas. O avançado Andy Delort, que chegou em janeiro, ainda está à procura do primeiro golo.

A defesa, uma das mais vulneráveis da Ligue 1 (62 golos sofridos), não conseguiu estabilizar devido à série de lesões que a assolam desde o início da temporada, afastando jogadores tão importantes como Becir Omeragic e o antigo internacional sérvio Nikola Maksimovic, que não está disponível até ao final da época.
Contra o Le Havre, que conquistou sete pontos nos últimos quatro jogos, o Montpellier terá um verdadeiro desafio mental.
"Quando o Le Havre vence em Lille, digo a mim mesmo que eles não querem morrer e que estão com fome. Eles foram programados para fazer isso e sabem que vão ter que ir até ao fim. É esse tipo de mentalidade que deveríamos ter tido", disse Gasset. Agora, ele e os seus comandados precisam de dar 100% de si para manter 1% de hipóteses de manutenção.