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Verratti: "Não quis ir para outra equipa na Europa porque podia jogar contra o PSG"

Verratti conquistou 30 troféus ao serviço do Paris Saint-Germain
Verratti conquistou 30 troféus ao serviço do Paris Saint-GermainProfimedia
O médio italiano Marco Verratti (30 anos) já começou a sua aventura na primeira divisão do Catar. O seu novo clube é o Al Arabi, para onde se mudou após 11 anos no Paris Saint-Germain. A sua transferência do clube francês para Doha foi, em muitos aspetos, surpreendente, mas, na verdade, inevitável. De qualquer forma, mesmo após algumas semanas, Verratti não sente nenhuma animosidade em relação aos parisienses ou a Luis Enrique.

O treinador espanhol, que chegou como substituto de Christophe Galtier antes do início desta época, disse a Verratti cara a cara como as coisas estavam e que ele não fazia parte dos seus planos. 

"Sou uma pessoa honesta, digo o que penso. Ele acabou de fazer a mesma coisa", disse Marco Verratti, sem acusar o novo treinador do PSG de nada.

"Encontrei-me com ele antes do início da época. Disse-me que já não me queria. É um grande treinador, trabalha muito bem no PSG. Não levei isso a peito. Nunca tive inimigos na minha vida. Prefiro sempre as situações que são esclarecidas com firmeza. Não tenho nada contra ele, tínhamos uma relação muito boa. Treinei todos os dias ao máximo, ele não pode dizer nada de mal de mim", acrescentou o médio italiano.

Numa outra entrevista alargada, ao diário desportivo francês L'Équipe, Verratti voltou a recordar o período em que vestiu orgulhosamente a camisola do PSG. E também do recorde de 30 troféus que conquistou.

"Estou orgulhoso de mim próprio. É um número incrível. Mas é de toda a equipaSignifica que conseguimos colocar o Paris onde ele merece estar. Espero que alguém me vença novamente. Porque isso significa que o clube vai continuar a ganhar", acrescentou.

Verratti é, de facto, um romântico italiano em campo. De qualquer forma, quando se trata de sua vida fora do futebol, ele sabe como se divertir.

 "É apenas o meu modo de vida. Para mim, o futebol sempre foi sobretudo um jogo. Mas também gostava de ir a um restaurante beber um copo de vinho quando não tínhamos treino", assumiu.

"Há jogadores que se escondem. Sempre assumi as minhas responsabilidades, na vida e em campo. Acho que é por isso que as pessoas gostam de mim, vêem que sou normal. Lembro-me dos tempos em que podia comer com os meus amigos, ir a um bar, isso era quando era mais novo. Passei onze anos aqui, é normal que tenha conhecido mais pessoas do que outras. Mas não vou ficar em casa todos os dias", disse o internacional italiano.

O estilo de vida foi um tema muito debatido antes da sua partida para a Ásia. Alegadamente, o presidente do clube, Nasser Al-Khelaifi, e o conselheiro desportivo, o português Luís Campos, não gostavam do dia a dia de Verratti. O que também significou o seu fim na capital francesa. Até se dizia que tinha excesso de peso antes de se preparar para a época atual. 

"Quem me conhece sabe o quanto me preocupo com este clube, com este trabalho. Em onze anos, nunca me atrasei um minuto para o treino", defendeu-se Verratti.

O médio terminou o seu percurso no PSG com uma despedida aos adeptos, antes do jogo contra o Nice, em setembro, para a Ligue 1. Naquele momento, já estava claro que a sua transferência para o Al Arabi finalmente aconteceria.

"Vi como onze anos se passaram. Eu sabia que era a última vez que estaria neste campo. E sabia que seria algo especial", descreve.

"Estar ali com a minha família, com os meus filhos, foi muito forte. Nem toda a gente passa onze anos na mesma equipa. Com todas as sessões de treino e jogos, vi todos os meus colegas de equipa do PSG mais do que a minha família", lembra Verratti.

O médio italiano, porém, não consegue largar Paris. Já afirmou no passado que é uma segunda casa para ele. 

"Vou viver aqui para o resto da minha vida. Os filhos da minha família ficam cá. Quando tenho tempo livre, venho para cá". disse Verratti. 

"Queria viver uma experiência completamente diferente e foi por isso que escolhi o Al Arabi. Queria que o PSG fosse o meu último clube. Claro que o nível do futebol no Catar não é o mesmo, mas agora tenho objetivos diferentes. Para fazer crescer a competição lá, aconselho os meus colegas de equipa", concluiu o médio internacional italiano.