Em vésperas do arranque da fase de todas as decisões, o Flashscore ouviu os treinadores que vão lutar pela subida de divisão. Seguimos com Álvaro Madureira, treinador do Amarante.
"Fomos merecedores deste desfecho"
- Como descreve o trajeto do Amarante até chegar ao play-off de acesso à Liga 2?
- Balanço extremamente satisfatório. Sabíamos que era uma série muito complicada e que seria uma luta até à última jornada. Acredito que conseguimos atingir o objetivo de forma justa, pois fomos merecedores deste desfecho. Tivemos muitas dificuldades para o alcançar, até porque os outros clubes têm qualidade e legítimas ambições, mas conseguimos superar etapa a etapa, jogo a jogo, com muito desejo e ambição de garantir a manutenção o mais rápido possível. Por isso, foi uma primeira fase muito boa para nós.
- Qual o momento que acaba por definir esta primeira fase do clube?
- Acho que houve vários momentos em que percebemos que podíamos ser competitivos. Num primeiro momento, havia muita dúvida externa sobre se o Amarante conseguiria aguentar-se ou não. Depois, houve o momento da primeira jornada, em que vencemos no campo da Sanjoanense, e, mais tarde, num momento de quebra, quando perdemos em casa com o Anadia, mas conseguimos ir à Póvoa (de Varzim) vencer. Acho que isso foi marcante. Ou seja, tropeçámos, mas mostramos capacidade de nos reerguer. Isso deu-nos alento e força para acreditar que era possível. Semana após semana, percebemos que podíamos fazer algo bonito pelo clube.
"Liga 3 potencia os seus intervenientes"
- Segue-se a fase de subida. O que espera?
- A tabela mostra que fomos uma das oito melhores equipas e, agora, espero muitas dificuldades, como até aqui. É preciso dizer que não há uma diferença assim tão grande entre as equipas que passaram e as que ficaram. É um campeonato muito equilibrado e continuará a ser pautado pelo equilíbrio e pelo detalhe. Temos de manter a humildade e uma grande capacidade de trabalho, mas sem aquela responsabilidade de lutar pela subida, pois esse nunca foi o nosso objetivo inicial. No entanto, temos a obrigação de dignificar o clube e de estar no nosso limite competitivo, para alcançar o mais alto nível de brio desportivo possível.
- Muda algo em termos de preparação?
- Estamos a preparar-nos da mesma forma. Partimos todos do zero, como se estivéssemos a iniciar um novo campeonato. Prepararemos cada jogo com muito detalhe, fazendo a análise normal ao adversário, sabendo que a pressão existente é diferente. Vamos entrar nesta competição com o objetivo já cumprido, embora agora ele seja redefinido, mas de forma muito mais leve.
- Falamos sempre muito de favoritos e candidatos. Qual a sua visão sobre este tema?
- No plano teórico, existem candidatos, pelo menos com base na informação disponível e nas ambições públicas de cada clube. No plano prático, porém, acho que não há nenhum verdadeiro candidato, devido ao equilíbrio existente. Nesta primeira fase, conseguimos ser competitivos contra as três equipas que nos acompanham até esta etapa. A série do Sul é igualmente muito competitiva.
- Qual a análise que faz à Liga 3?
- É uma liga muito positiva, pela competitividade, mediatismo e acompanhamento que tem. Potencia os seus intervenientes. No caso do Amarante, a maioria dos jogadores veio do Campeonato de Portugal e teve capacidade para se bater com equipas que estão há mais tempo aqui, conseguindo dar-se a conhecer e valorizar.
"Este é o ponto mais alto da minha ainda curta carreira"
- Do ponto de vista mais pessoal, como está a viver esta época de regresso à Liga 3?
- É uma passagem muito mais feliz do que a primeira, mas esse era o objetivo. Quando regressei a Santo Tirso, foi com a intenção de crescer a nível pessoal. Isso só foi possível graças ao convite do Amarante, onde percebemos que estávamos alinhados. Encaixámos na perfeição com a ideia da direção e, hoje, estamos muito felizes por ter atingido os objetivos. É o ponto mais alto da minha ainda curta carreira.
- Que mensagem quer deixar aos adeptos do Amarante?
- Cada massa adepta tem a sua particularidade, e esta não é diferente. Destaca-se pelo apoio constante, tanto em casa como fora. Deixo uma palavra de muita gratidão, porque fazem-se sentir. Apoiam o grupo tanto nas vitórias como nas derrotas, estão alinhados com o objetivo e nunca deixaram de apoiar. Deram uma resposta incrível no último jogo, em Vila Verde, com mais de 400 pessoas presentes, apesar do temporal que se fazia sentir. Que possamos, juntos, fazer mais uma época memorável.
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