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David Grilo: "No Belenenses ainda existe o jogar por amor à camisola"

David Grilo em destaque na baliza do Belenenses
David Grilo em destaque na baliza do BelenensesOs Belenenses
O Belenenses, um dos clubes com passado mais rico do futebol português, continua a sua caminhada em busca do tão desejado regresso aos campeonatos profissionais. Entre as figuras de destaque da equipa, o guarda-redes David Grilo tem desempenhado um papel fundamental nos últimos anos, evidenciando-se com várias exibições decisivas para as aspirações dos azuis do Restelo.

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David Grilo assinou pelo Belenenses em 2022 e foi ao serviço do clube do Restelo que celebrou a tão desejada chegada aos campeonatos profissionais. No entanto, seguiu-se uma época "atípica", marcada por desafios que culminaram na despromoção. Agora, o clube está novamente na luta pela subida à Liga 2, determinado a recuperar o seu lugar no futebol profissional.

Tem sido uma verdadeira montanha-russa de emoções para um guarda-redes que se tornou uma referência no passado recente do Belenenses. Curiosamente, podia ter sido médio, mas foi entre os postes que encontrou o seu verdadeiro caminho – e foi no emblema lisboeta que encontrou o verdadeiro sentido da palavra mística. "Canto o Hino sempre que entro em campo", confessa.

O David Grilo de hoje continua o mesmo David de sempre. O mesmo que, nos tempos do Linda-a-Velha, sabia que no final de cada jogo o esperava uma sandes de torresmos e um sumo na barraca do senhor João e da sua mulher. Alegre, brincalhão e resiliente, mantém intacto o espírito que o trouxe até aqui.

O sentimento de David Grilo
O sentimento de David GriloOpta by Stats Perform, Os Belenenses

"Tenho vivido o clube de forma intensa"

- O David cumpre a 3.ª temporada no Belenenses. Qual é o balanço que faz desta experiência num clube histórico?

- Sim, é um histórico, é verdade, e para quem vem de fora, a ideia de jogar num clube assim é sempre muito aliciante. Apesar de querermos sempre jogar bem e mostrar o nosso melhor, atuar num histórico acrescenta uma certa pressão. Exige muito mais de nós enquanto jogadores. Mas têm sido anos muito bons. Tenho vivido o clube de forma intensa, muito graças às pessoas que já cá estavam, que me foram guiando e dando a conhecer a sua realidade, e também pelos adeptos, que são incríveis e nos apoiam imenso. Claro que há jogos em que não estamos tão bem e eles refilam, mas isso faz parte. No geral, apoiam-nos imenso e transmitem-nos muito a mística. E, com o passar dos anos, começamos a sentir um enorme gosto em estar aqui.

- A verdade é que tem sido uma montanha russa de emoções. Subida de divisão na primeira temporada, descida na segunda e agora presença na fase de subida da Liga 3. Como tem sido viver tudo isso?

- A descida foi má, sem dúvida, foi um momento difícil, porque as coisas estavam a correr muito bem. O Belenenses conseguiu reerguer-se, e a verdade é que fiz parte da última subida, numa época que foi muito, muito boa, tanto a nível coletivo como individual. Quanto à descida, foi uma época atípica, que acredito ter servido de lição. A minha renovação este ano deve-se, sobretudo, ao facto de gostar do clube e acreditar que podemos voltar a subir.

- Por falar em renovação, o David já abordou esse tema publicamente, admitindo que recebeu propostas da Liga 2 e do estrangeiro. O que o levou a ficar? Já se sente um belenense?

- Sim, é verdade, já me sinto um belenense e posso dizer que sou muito feliz aqui. A mensagem que nos transmitiram foi clara: esta será uma grande época, com o objetivo de subir, e eu adoro esse tipo de desafios.

David Grilo tem sido um dos destaques do Belenenses
David Grilo tem sido um dos destaques do BelenensesOs Belenenses

"Vitória em Alcochete foi para o professor Manuel Sérgio"

- Depois de uma fase regular em que tiveram de sofrer para conseguir a presença na fase de subida, marcada por um empate e uma derrota no arranque, o Belenenses conseguiu, finalmente, a vitória, contra o Sporting B (1-3). Foi importante para libertar a pressão?

- Acaba por ser um peso que sai de cima de nós. Mas, já que falamos de Alcochete, gostava de deixar uma mensagem à família do professor Manuel Sérgio, dedicando-lhe esta vitória, pois foi uma pessoa muito importante para o clube e para o futebol português (emociona-se). Quanto ao jogo, foi especial, porque da última vez que jogámos em Alcochete bastava-nos um empate para garantir o acesso à fase de subida, mas acabámos por perder. Agora, depois de uma derrota e um empate no arranque da fase de subida, acredito que esta vitória nos vai dar um boost importante.

- Também passaram por uma transição técnica. Adaptaram-se bem?

- Recebemos muito bem o míster e a equipa técnica, assim como as suas ideias. Nesta fase, qualquer pessoa que venha para nos ajudar a atingir os nossos objetivos é sempre bem-vinda. Estamos a assimilar bem as novas ideias e a mostrar que, com o trabalho do míster, é possível alcançar o que pretendemos.

- Por tudo o que tem visto nesta fase de subida, acha possível o Belenenses subir de divisão?

- Isto é futebol. Portanto, tudo é possível. Vendo as equipas do norte e do sul, obviamente que conhecemos melhor as do sul, mas pelo que vemos e pelo que se fala, as equipas do norte também são muito fortes, muito aguerridas. No entanto, nós também jogamos um bom futebol e somos fortes nesse aspeto. Por isso, acredito que é possível.

David Grilo cumpre terceira época no Restelo
David Grilo cumpre terceira época no ResteloOs Belenenses

"É muito importante termos o apoio dos nossos adeptos no jogo contra o Varzim"

- Sentem um peso acrescido em termos de responsabilidade por representarem um clube como o Belenenses?

- Acho que é importante termos a noção da grandeza do Belenenses. A pressão tem de ser encarada de forma positiva, não negativa. A pressão de jogar no Belenenses é colocar o clube na maior liga possível, ou seja, na Primeira Liga portuguesa, e isso deve ser encarado com alegria e muita vontade. Esta é a minha forma de ver as coisas, e tento passar essa visão aos meus colegas: só podemos assumir a pressão de uma maneira boa, que é dar felicidade aos nossos adeptos, aos nossos familiares e a nós próprios.

- Fala-se muito de mística no futebol. Consegue explicar qual é o sentimento?

- Acho que não é fácil mostrar logo ao início qual é a mística, mas quando recebemos alguém, passamos as mensagens mais importantes. Ou seja, explicamos um pouco sobre a história do Belenenses, de onde veio e o percurso que fez, e também sobre o Hino do clube. Alguns jogadores que fizeram parte do Belenenses têm nomes muito importantes, e isso é algo que valorizamos. Depois, há essa ideia, que eu acho que já não é tão comum, mas que no Belenenses ainda existe, que é jogar por amor à camisola. Aos poucos, as pessoas vão percebendo o quão importante é jogar aqui e representar este símbolo.

- Como é a vossa relação no balneário?

- Acho que o mais importante para todas as equipas, e não fugindo à regra, é termos sempre um grupo muito unido, onde todos se respeitem e, sobretudo, aceitem as decisões de cada míster, independentemente de quando tenha chegado, se foi agora ou se chegou em dezembro ou janeiro. O apoio aos colegas, tanto aos que jogam como aos que não jogam, é fundamental. E eu acho que o espírito de grupo passa muito por aí. A verdade é que temos um grupo incrível, muito bom, respeitador e, acima de tudo, muito ambicioso.

As contas da fase de subida
As contas da fase de subidaFlashscore

- E têm a oportunidade de jogar num estádio fantástico...

- Jogar em casa é muito semelhante a jogar fora por uma razão: os nossos adeptos. Independentemente de os jogos serem nas Ilhas, no Algarve, no Alentejo, a norte do país, ou em qualquer outra região, eles acompanham-nos em massa e quase sempre temos muito mais adeptos nossos do que do adversário. Isso é incrível e dá-nos um boost enorme. Mas, claro, jogar em casa é algo único. O Restelo é um estádio incrível, lindo, e um dos melhores do país e até da Europa, posso dizer isto com confiança, e acho que todos sabem disso. Jogar em casa, com o apoio da Família Azul, é muito bom e enche-nos de energia. A verdade é que, se tivermos uma boa exibição e o apoio que os nossos adeptos nos oferecem, é muito difícil alguém nos vencer aqui em casa. E, na realidade, ainda não perdemos em casa esta época, no campeonato.

- Se tivesse a oportunidade de falar diretamente para os adeptos do Belenenses o que diria?

- O que eu lhes digo, e hei de dizer sempre enquanto jogar aqui, é que nos apoiem jogo a jogo. Este jogo em casa contra o Varzim é muito importante contarmos com o apoio deles, mas o mais importante é que, jogo a jogo, nos respeitem. Nós também tentamos respeitar ao máximo, fazendo o melhor jogo possível e buscando o melhor resultado possível, porque, no fundo, gostamos muito de vencer, e esse é o principal objetivo, sempre. Mas, como digo sempre, eles são realmente muito bons, muito bons adeptos. Quando ganhamos, então, são os melhores do mundo, como se costuma dizer. A verdade é que nós fazemos tudo para ganhar. Infelizmente, há jogos que não correm tão bem, mas eles, no final, estão sempre connosco.

- Algumas palavras mais específicas para este jogo com o Varzim?

- É apelar agora aos adeptos, dizendo-lhes que é incrível quando eles enchem o estádio. Faz com que queiramos jogar ainda melhor para lhes dar a vitória que merecem.

David Grilo à conversa com o Flashscore
David Grilo à conversa com o FlashscoreOs Belenenses

"Gosto muito do Diogo Costa, do Sommer e do Neuer..."

- A posição de guarda-redes é muitas vezes vista como ingrata. Como é lidar com o peso da responsabilidade de ser a última barreira de uma equipa?

- Isto é um bocadinho como se costuma dizer: o guarda-redes ou é maluco, ou então não sei (risos). Mas, pronto, acho é uma posição de muita responsabilidade, mas também de grande contribuição para a equipa.

- O David acabou por ser um pouco empurrado para essa posição devido a um castigo dos seus pais. Olhando hoje para trás, foi a melhor decisão?

- É uma incógnita, é uma incógnita (risos). Antes jogava a médio, era muito rígido, muito duro, fazia faltas, recebia amarelos e ainda refilava com os árbitros. Mas não sei, até acho que poderia ter jogado a médio, talvez tivesse dado algo, mas não me arrependo de nada. Agradeço muito aos meus pais, não só por me terem empurrado para esta posição, porque era preciso alguém mais "maluco" e fui eu, mas também por todo o apoio que me deram e ainda me dão, especialmente nas situações em que faço um jogo menos conseguido e não consego ajudar a equipa. São os meus pais e a minha família em geral que me ajudam a perceber onde é que errei e como posso melhorar. Mas a posição de guarda-redes é ótima, adoro mesmo.

David Grilo começou a jogar a... médio
David Grilo começou a jogar a... médioArquivo Pessoal

- Como é que tem visto a evolução da sua posição? O que tem feito para melhorar e estar sempre no máximo das suas capacidades?

- Antes de mais, acho que sou uma pessoa muito focada no que quero. O facto de ter vindo de baixo, entre aspas, porque não considero que tenha vindo de baixo... Devido a algumas adversidades que enfrentei ao longo do meu percurso, que fazem parte, eu sou uma pessoa muito resiliente e vou sempre atrás dos meus objetivos até chegar onde quero. Ainda não cheguei, é verdade, mas espero um dia conseguir. No entanto, a verdade é que vim de baixo e tenho vindo a subir, e isso é o mais importante.

Lembro-me que, há uns anos, o que nos era pedido era defender muito, levar muita bolada. Se fizéssemos 20 defesas por jogo, éramos considerados os melhores em campo Agora, noto que já não é bem assim, à evolução tática e técnica do jogo. Penso que isso evoluiu muito ao longo dos anos, e desde que cheguei ao Belenenses o nível aumentou. Isso fez com que eu tivesse de me adaptar a esse nível, o que me obrigou a focar muito mais no treino, a pesquisar mais, a ver mais os guarda-redes de topo.

- Quais as referências?

- As minhas referências, enquanto miúdo, quando comecei a gostar de ser guarda-redes, eram o Iker Casillas e o Buffon. Mas, na atualidade, gosto muito do Diogo Costa, do Yann Sommer, e também do Neuer, embora não me identifique tanto com o estilo dele. Mas gosto de ver que o estilo de jogo do Diogo Costa e do Sommer é algo semelhante ao meu, e acho-os muito bons. Foco-me bastante no jogo de pés deles, algo que não me era tão pedido antes de chegar ao Belenenses. Acho que melhorei imenso e acredito que tenho ajudado a equipa nesse aspecto.

A baliza acabou por ser uma opção de recurso
A baliza acabou por ser uma opção de recursoNuno Serrano

- A verdade é que tem duas assistências para golo... Há relação causa-efeito?

- Há duas vertentes: a parte técnica, que envolve o meu passe e a minha visão de jogo, que vai melhorando também com os vídeos e a informação que nos passam. Os treinadores ajudam-nos a perceber onde somos mais fracos ou mais fortes, o que é importante para evoluirmos. E depois, há a parte tática do jogo, que é outra componente importante. Uma pessoa vai adaptando-se e, com isso, vai vendo as oportunidades que surgem. Neste caso, foram dois passes longos, um na segunda liga para o Pedro Carvalho e outro esta época para o José Varela.

"Canto o Hino do Belenenses sempre que entro em campo"

- O David fala sempre com muito carinho do "seu" Linda-a-Velha. Quais as memórias dessa altura?

- Arrepiei-me agora, porque adoro de onde vim e as pessoas que me ajudaram até aqui. Penso que o percurso desde os 5 até aos 16, ou 17 anos, foi muito importante, e sou grato a todos: místeres, roupeiros, massagistas. Havia duas pessoas de quem gostei muito, o senhor João e a sua mulher, que eram os responsáveis pela zona de bar do Linda-a-Velha. Quando era miúdo, depois dos jogos, ia sempre lá comer uma sandes de torresmos e beber um ice tea de pêssego, a partir dos 5 anos. Eu adorava aquilo. Mal me viam a subir as escadinhas, o senhor João abria logo o pão, metia lá os torresmos e dizia: "Já aqui está." E eu, pronto, ia comer. Era incrível. Foram anos muito bons, muito bons mesmo. 

E outra pessoa também muito importante, sem querer desvalorizar ninguém, porque acho que todos os místeres foram importantes, mas o míster Paco González, que foi uma figura histórica do Belenenses, foi o mais importante para mim.

- O que ainda há desse David?

- Eu acho que ainda resiste muito daquele miúdo. Continuo a ser uma pessoa que brinca, está sempre bem disposto e a chatear os outros. Sou um bocado hiperativo (risos) É sempre a rir, a contar histórias, e eu acho que muito de mim é isso: essa alegria, mais a parte da resiliência, e o facto de nunca ter desistido, porque nada me foi dado. Até aqui, fui sempre eu que quis mais, e quis, e quis. Houve momentos tristes, mas houve muitos momentos felizes. Acho que o que mais reside em mim é essa resiliência, essa vontade de querer mais, e a alegria de apostar em mim mesmo.

- Ainda vai a Linda-a-Velha? O que costuma dizer aos mais jovens?

- A última vez que fui à Linda-a-Velha foi para ver um miúdo a jogar, um guarda-redes que treinei quando joguei lá no meu primeiro ano de sénior. Deram-me a oportunidade de ter um grupo de guarda-redes ali, e ainda hoje falo com alguns deles. Esse miúdo, os pais dele gostou muito de mim, eu também gostei muito deles. Ele tem muita qualidade e, ao vê-lo, acabei por me rever um pouco no que eu era e sou, porque ele é um guarda-redes muito bom, mas não muito alto, tal como eu. E, várias vezes, ajudo-o, falo com ele e com os pais dele. No fundo, a mensagem que passo é sempre a mesma. Aqui no Belenenses, alguns falam comigo, mas é muito sobre saberem o que querem. Eles têm de definir onde querem chegar e, depois, fazer todos os esforços para isso.

David Grilo tem carreira a pulso
David Grilo tem carreira a pulsoOpta by Stats Perform, Os Belenenses

É muito importante, também, nessa idade dos 16, 17 anos, saberem o que querem e definirem as suas prioridades, especialmente quando começam a sair à noite. Eu acho que os meus pais, embora não fossem rígidos, sempre me fizeram perceber que havia escolhas a fazer. Eles diziam: "Há isto e aquilo, agora pesa as opções". E essa sempre foi uma escolha minha, não me arrependo de nada. A verdade é que eles nunca insistiram comigo para ficar em casa porque havia jogo no dia seguinte, mas sempre me disseram: "David, tu vais fazer o que quiseres, mas depois não te queixes se não jogares, se fores ao banco ou se ficares de fora". E essa mensagem é muito importante.

- No dia em que sair do Belenenses, como gostaria de ser lembrado?

- Eu acho que, muito mais do que o que fiz enquanto jogador, eu gostaria de ser lembrado enquanto homem, alguém que deu tudo pelo clube, que ajudou a transmitir a mística do clube e que se viu como parte dele. Acho que tenho feito as coisas de forma a que, para além do que sou como jogador, as pessoas se lembrem de mim e me vejam como alguém importante, não só no campo, mas também fora dele, ao longo destes anos. Não sei se serão 3, 4, 5 ou 6 anos, mas, quando sair, espero que me lembrem como uma boa pessoa.

A forma recente do Belenenses
A forma recente do BelenensesFlashscore

- E se lhe perguntarem o que o Belenenses foi para si?

- Não estava à espera dessa (risos). Foi o clube onde cheguei a ser profissional, onde fiz a minha estreia. Mas, para além disso, o que quero dizer é que, nesses anos todos, aprendi o Hino de cor (risos).

- Não lhe vou pedir para cantar, vou acreditar em si... (risos)

- É verdade, é verdade... Eu entro sempre em campo, ouve-se o Hino no altifalante e eu sei o Hino de cor, canto sempre que entro em campo. Mas, falando um pouco mais a sério, vou dizer que foi um clube muito importante para mim. Não foi só um clube, mas uma casa onde me senti muito especial. E acho que isso é muito importante, estarmos num lugar onde as pessoas gostam de nós, onde nos veem como ídolos. A verdade é que há muitos miúdos que me veem como ídolo, e isso é incrível. É incrível porque isso significa que estamos a fazer as coisas bem e que somos a referência para alguém.

David Grilo sonha com subida no Belenenses
David Grilo sonha com subida no BelenensesOs Belenenses

"Belenenses na Liga? Seria ouro sobre azul"

- Aos 28 anos, quais ainda são os seus objetivos para o futuro?

- Antes de mais, eu vivo muito o momento atual, e o meu objetivo agora é ajudar o Belenenses a subir. Acho que essa é uma meta a curto prazo muito, muito importante. Em relação ao futuro, obviamente que gostava de jogar na Primeira Liga. Isto é um sonho de miúdo. E quem sabe, talvez jogar fora, num clube bom, onde possa disputar a Champions. 

Nunca se sabe o que o futebol nos reserva, como se costuma dizer, é uma caixinha de surpresas. E eu acho que não depende só de nós, mas também depende muito de nós. Se fizermos as coisas bem, se formos focados, isso sempre ajuda.

Os próximos jogos do Belenenses
Os próximos jogos do BelenensesFlashscore

- E levar o Belenenses à Primeira Liga?

- Isso seria ouro sobre azul. Penso que seria um marco muito grande, muito importante para mim e para todo o clube. E eu não sou muito de falar sobre essas coisas, mas acho que isso me tornaria um símbolo do Belenenses. Acho que, daqui a uns anos, já faria parte da história do clube, e os meus filhos, os meus netos viriam aqui e iriam ouvir: "Olha, este senhor jogou aqui e fez isto e aquilo". Seria muito bom.