Em vésperas do arranque da fase de todas as decisões, o Flashscore ouviu os treinadores que vão lutar pela subida de divisão. Seguimos com Jorge Pinto, treinador do Fafe.
"Fomos uma equipa regular"
- Como descreve o trajeto do Fafe até chegar ao play-off de acesso à Liga 2?
- Há vários anos que o clube procura alcançar este objetivo. No início da época, foi apresentado um projeto para tornar o Fafe mais competitivo, adaptando hábitos e dando estabilidade ao clube. Conseguimos o acesso a esta fase de apuramento, num campeonato muito competitivo, onde ficaram de fora boas equipas. Fomos regulares e estamos muito felizes por, nestes seis meses, termos conseguido valorizar a nossa equipa.
- Qual o momento que acaba por definir o Fafe nesta primeira fase?
- Fomos uma equipa regular, e a classificação reflete isso. Fomos a única equipa que manteve sempre essa estabilidade. Houve momentos mais positivos e outros menos, mas conseguimos alcançar o nosso objetivo.

"É um campeonato justo, que valoriza a meritocracia"
- Segue-se a fase de subida. O que espera?
- Se a fase regular da Liga 3 já é competitiva, o que dizer da fase de apuramento de campeão? Estão aqui as oito melhores equipas, com os melhores jogadores, treinadores e estruturas – é isso que a tabela reflete. Sabemos que há equipas com mais responsabilidade, especialmente aquelas que estiveram nesta fase no ano passado, como Varzim, Lourosa e Atlético. Talvez partam com alguma vantagem por já conhecerem o contexto, mas, para nós, que estamos aqui pela primeira vez, isso não reduz a nossa ambição. Estamos muito motivados para fazer uma grande campanha.
- Volta tudo ao zero em termos de pontos. Muda algo em termos de preparação?
- Quem for melhor vai subir. Tenho tido a felicidade de estar em três fases finais. Quando são apenas quatro equipas, não há margem de erro, mas com oito equipas e mais jogos, há espaço para corrigir e melhorar. É um campeonato justo, que valoriza a meritocracia.
- Falamos sempre muito de favoritos e candidatos. Qual a sua visão sobre este tema?
- Vamos entrar num campeonato onde estamos pela primeira vez, enfrentando equipas com mais responsabilidade, mas não vamos fugir à nossa. Há equipas com outra ambição, mas nós também temos a nossa e vamos dar o nosso melhor.

- Que análise faz à Liga 3?
- Tem uma grande projeção a nível nacional, e as equipas de topo olham cada vez mais para esta liga, porque reconhecem a competência. A distância para os campeonatos profissionais é muito curta, devido à forma como se trabalha. No final, é uma questão de oportunidade.

"Nunca ninguém me deu nada, tudo foi fruto do meu trabalho"
- Como tem vivido esta temporada do ponto de vista mais pessoal? Terceira fase final consecutiva...
- Vim do distrital e subi até à Liga 3, sempre com mérito e em clubes diferentes. Nunca ninguém me deu nada, tudo foi fruto do meu trabalho. Nos últimos três anos, estive em três fases finais: subi com o Lourosa, fui ao play-off e agora estou novamente nesta fase. Temos dado provas do nosso valor, e o trabalho no Fafe vem reforçar isso. Temos sido consistentes, o que reflete o nosso crescimento como equipa técnica. Colocamos uma grande exigência no nosso trabalho, e os resultados têm sido positivos. Queremos continuar a crescer.
- Qual a mensagem quer deixar para os adeptos do Fafe?
- Encontrámos uma massa associativa um pouco desacreditada e temos tentado trazê-los de volta para junto de nós. Fafe tem 50 mil pessoas e pode aportar muito ao clube. Queremos despertar ambição nos nossos adeptos e contar com o seu apoio. Há muito potencial nesta massa associativa, e juntos podemos alcançar grandes feitos.
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