Em vésperas do arranque da fase de todas as decisões, o Flashscore ouviu os treinadores que vão lutar pela subida de divisão. Seguimos com Nikola Popovic, treinador do Atlético.
"Início um pouco atribulado, mas fomos competentes"
- Como descreve o trajeto do Atlético até chegar ao play-off de acesso à Liga 2?
- Tivemos um trajeto um pouco atribulado no início, mas conseguimos ganhar consistência com o passar do tempo. Tratando-se de um percurso novo, com um treinador novo, 15 jogadores novos e uma equipa técnica renovada, o desafio era grande devido ao pouco tempo de preparação. No entanto, fomos ganhando consistência, conscientes de que projetos deste tipo têm dores de crescimento. Ainda assim, acho que fomos competentes ao alcançar o 1.º lugar, que nos garantiu a passagem à próxima fase.
- Consegue apontar um fator que tenha sido determinante para o Atlético atingir esta fase?
- O facto de querermos implementar uma cultura com valores, para além de uma mentalidade vencedora, inclui também uma cultura de fé, que é um pilar muito importante no nosso trabalho. Temos de estar determinados no desempenho e no processo, mais do que no marcador. É fundamental termos a consciência de que demos tudo, pois o resultado nem sempre reflete o desempenho. Acho que foi essa crença que nos levou até onde estamos hoje: sermos capazes de alcançar a melhor versão de nós mesmos.

"Ainda temos um longo caminho pela frente"
- Segue-se a fase de subida. O que espera?
- O aliciante desta Liga 3 é que as equipas são muito similares, e os jogadores, em termos de qualidade, apresentam muitas semelhanças. O primeiro classificado podia vencer o último, mas também aconteceu o contrário algumas vezes. Foi um campeonato muito difícil e equilibrado. Passaram estas quatro equipas, mas as que ficaram para trás tiveram um bom desempenho, e não penso que esta segunda fase será diferente. Será incerto até ao fim.
- Volta tudo ao zero em termos de pontos. Muda algo em termos de preparação?
- Nós e a SAD sabemos qual é o caminho. Há a ideia de criar uma identidade, algo que seja prazeroso tanto para os atletas como para quem assiste, promovendo uma cultura forte. É um processo que começou na pré-época e que vamos continuar. Estamos focados nesse percurso e em criar alicerces para levar o clube aos lugares que merece estar. Muito já foi feito, mas ainda temos um longo caminho pela frente.
- Falamos sempre muito de favoritos e candidatos. O que podemos esperar do Atlético?
- Acho que o Atlético continuará a ser aquilo que tem sido até agora: uma equipa que entra em cada jogo com o objetivo de vencer e de dar o máximo. Estamos a desenvolver este modelo e, se puder ser com vitórias, como tem sido até aqui, melhor.

- Que análise faz à Liga 3?
- Por ser uma terceira liga, pode ser vista de outra forma, mas, a nível de treinadores e jogadores, o nível é bastante elevado. Quem pensa que vem aqui e terá facilidade em jogar e ganhar, engana-se. Um bom exemplo foi o nosso jogo contra o Rio Ave, uma equipa com um plantel de grande qualidade e boa dinâmica, onde acabámos os 90 minutos empatados. Ou seja, pelo que vejo, posso dizer que estamos a falar de uma liga bastante competitiva.

"Tem sido um prazer trabalhar em Portugal"
- O Nikola regressou a Portugal após vários anos no estrangeiro. Como se sente?
- Depois de muitos anos fora, queria voltar e treinar cá. Tem sido bastante desafiante, pois todo este projeto é um grande desafio: criar uma nova cultura de raiz, implementar uma ideia de jogo e integrar muitos jogadores novos que se foram conhecendo ao longo do tempo. O objetivo é construir uma cultura de vitória. É, sem dúvida, um grande desafio, mas, obviamente, quando as coisas correm bem, torna-se mais fácil. Há altos e baixos, e temos de estar preparados. Tem sido um prazer trabalhar em Portugal e estar junto dos meus.
- Que mensagem quer deixar para os adeptos do Atlético?
- O que se pode esperar é que os nossos jogadores sejam capazes de dar o máximo no presente. E é isso que podem esperar de nós. Vamos preparar os jogos da melhor forma possível. (...) O apoio deles tem sido bastante importante para nós.
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